A protegida do Rei.

10

Antes que Samuel saísse para resolver os seus problemas, eu o pedi para sair e cavalgar em um de seus cavalos.

Ele ficou sério, dizendo que eu estava proibida de sair dali, mas eu não parei de insistir. Lhe dei um beijo jurando que voltaria, até porque meu irmão estaria aqui e eu não o lhe abandonaria.

Ele permitiu depois de um longo tempo, mas pediu para que eu voltasse logo para jantar.

Antes de ir, fui até o quarto de meu irmão. Ele estava lendo alguma coisa em seu livro, ele tinha dificuldades, mas eu o lhe ensinei um pouco que sei.

__ Eu irei sair.__ digo e ele me olha.

__ Irá voltar?

__ Claro, eu jamais lhe deixaria.__ me abaixei ao seu lado da cama.__ eu amo você.__ digo beijando sua bochecha.

Saí e me levaram até o lugar onde os cavalos estavam. Eu escolhi um preto, aliás, ele me escolheu. Eu lhe entreguei uma maçã e ele comeu rapidamente.

Eu amava cavalos, mas nunca tive um. Meu papa me ensinou a montar quando tinha 15 anos.

__ Precisa de companhia senhorita Violeta?__ o homem perguntou.

__ Não, não quero ninguém atrás de mim. Se tiver alguém atrás de mim, falarei com o vosso rei.__ ele arregalou os olhos e concordou.

Eu logo puxei as rédeas para o cavalo andar. Comecei a fazer a mesma trilha que fiz a alguns dias, logo avistei a cabana da mulher que eu estava a procura.

Prendi meu cavalo ali perto e arrumei meu vestido longo com a capa. Bati na porta da cabana e logo avistei a senhora. Ela tinha os cabelos brancos, era banca e tinha os olhos azuis.

__ Vejo que voltou. Gostou do chá não é mesmo?__ ela falou sorrindo.

__ Gostei.__ ela abriu mais a porta me dando espaço para entrar. Tirei a minha capa que estava um pouco suja de neve, começou a nevar a pouco tempo.__ vim porque queria me certificar de que estaria bem.

__ Por que eu não estaria criança?__ ela disse e me chamou para sentar em sua mesa pequena.

Me sentei a sua frente e ela colocou um pouco de chá quente em minha xícara. Me entregou algumas bolachas que estavam com uma aparecia ótima.

__ Acabei de tirar do forno. Agora me fale, por que não estaria bem?

__ Digamos que fiquei sabendo de algumas coisas. Como que tem ciganos pelas redondezas.

__ O povo daquele castelo já sabem, não é mesmo?

__ Não posso te afirmar isso.__ ela sorriu para mim e pegou sua xícara levando até seus lábios.

__ Não se preocupe, é impossível eles saberem que sou uma cigana. Tem muita gente por essas redondezas que são também, alguns nem mesmo sabem.

__ Isso é bem confuso.__ eu falo e ela concorda com a cabeça.

__ Pelo o que vejo, você tem se dado bem com o Rei Samuel.__ ela colocou sua mão em cima da minha.__ posso?

__ Pode o que?__ pergunto confusa.

__ Ela pega minha mão e a vira com a costa para cima.__ ler sua mão.

__ Ler minha mão?__ soltei uma risada.__ nunca acreditei nisso, mas pode tentar.

Ela sorriu como se eu a desafiasse. Ficou um bom tempo olhando para a minha mão.

__ Você tem um coração puro, Violeta. Infelizmente nem todo mundo sabe dar valor a uma pessoa como você... Sua jornada será cheia de descobertas, mas no final valerá a pena cada lágrima caída.__ ela olhou para a minha mão novamente e demorou um tempo para voltar a falar.__ você tem um passado conturbado em sua família, ainda descobrirá mais do que imagina.

Ela soltou a minha mão e eu fiquei meio apavorada. Talvez ela estivesse só fazendo especulações, mas resolvi não puxar mais sobre esse assunto.