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Quando eu acordei no outro dia, estava bem melhor e com vontade de cavalgar. Acordei bem cedo, só os funcionários estavam acordados esse horário. Aproveitei para buscar meu cavalo e cavalgar por aí, era disso que eu precisava.

Eu não ligava para a opinião de Samuel, se ele não quer que eu saia me prenda em uma cadeia com algemas. Homem nenhum e muito menos mulher irá mandar em mim! Parei na frente da casa da senhora que eu ainda não sabia o nome.

Ela estava sentada na frente, como se soubesse que eu estava a vir para visitá-la.

Amarrei o cavalo ali perto e passei a mão em sua cabeça. Ele começou a comer a grama e eu caminhei levantando meu vestido para que não sujasse tanto pela neve que ainda caía.

__ Olá!__ eu disse animada.

__ Não deveria sair querida. Ainda estás doente.__ ela disse se levantando e colocando a mão em minha testa.

__ Como sabes disso?__ perguntei com estranheza.

__ Eu sei de tudo... Acho melhor ir para a sua casa, o rei não irá gostar de saber que saiu doente.

__ Já me sinto melhor.__ digo.

Ela pega em minhas mãos com carinho acariciando com seu polegar.

__ Você irá piorar se continuar nesse frio. Escute o que lhe digo, vá para casa.

__ Lá não é a minha casa!__ digo com uma carta raiva.__ eu sou obrigada a ficar lá.

__ Você prefere ficar lá ou com o seu pai?... Pelo o que sei ele não é muito bom para ti.

__ Por que você fica falando essas coisas? Como você poderia saber?__ falei já estressada com tudo isso.

__ Um dia irá saber, criança. Agora vá para casa, não quero vê-la doente.

Eu virei as costas com raiva, andei até o cavalo subindo em cima do mesmo e cavalgando rápido até o castelo idiota. Eu odiava tudo isso, odiava a minha vida!

Quando cheguei vi uma movimentação grande na casa, logo vi o mordomo correndo até mim que estava guardando o cavalo dentro do estábulo.

__ Senhorita! Por que fizeste isto?... A vossa majestade está uma fera!

__ Eu não ligo pra isso.__ digo simples.

Caminhei rápido para a entrada com ele na minha bota. Tentava correr para me acompanhar, eu rapidamente entrei vendo o rei brigando com os guardas.

Eu passei por eles que me olhavam indignados. Caminhei até a escada e ouvi o Samuel me chamando algumas vezes.

Subi até o meu quarto ouvindo seus passos correndo atrás de mim. Até tentei fechar a porta antes dele entrar, mas ele me impediu colocando sua força na porta. Idiota.

__ Onde diabos você estava? Não podes sair, está doente cassete!

__ Eu saio para onde eu quiser.__ digo simples sentando em minha cama.

Entrei em baixo de minhas cobertas com frio. Estava bem gelada esta manhã.

__ Você fala isso porque não és você que paga os seus remédios! Eu que estou pagando a sua comida, a comida do seu irmão! E ainda tenho que pagar remédios para uma mulher rebelde igual a você.

__ Você paga porquê quer!__ falei com raiva me levantando com o cobertor em volta de mim.__ você está comigo aqui seja lá porquê e nem sequer me deixa saber! Eu estou cansada disso, cansada de você e todos querendo comandar a minha vida e o meu destino.

Eu andei até ele com raiva e comecei a murrar o seu peito duro. Ele tentava segurar o meu braço, e conseguiu. Eu estava sem forças, cansada emocionalmente e isso se transformava em cansaço físico.

Eu senti o meu corpo ficar mole e deslizar pelo seu. Ele me segurou pela cintura com a testa franzida me analisando. Eu senti que não aguentava segurar o meu peso, as lágrimas caiam com força dos meus olhos. Ele me abraçou, e eu coloquei as minhas mãos em seus ombros tentando me segurar para não cair.

Ele me levou até a cama e me colocou sentada, mas eu não me aguentei e caí deitada. Eu estava cansada das pessoas me manipulando, todo mundo que eu gostava fazia isso comigo ou então me machucavam.

__ Violeta, o que está acontecendo? Fala comigo...__ ouvia sua voz, mas eu não queria lhe responder.

Ele era um dos meus problemas também. Ele não iria deixar eu ir, e ainda ficava jogando em minha cara o que fazia por mim e pelo meu irmão.

Por mais que meus pais fosses uns merdas comigo, eu os amava. Queria saber onde eles estavam...

__ Por que não me deixa ir?__ perguntei me virando de lado e abraçando meu travesseiro.

__ Eu não consigo. Você não entende?... Seu lugar é aqui, comigo.

__ Não, não é!__ eu falei ainda chorando.

__ Eu faço tudo isso porquê eu gosto de você, Violeta.

__ Quem gosta não humilha, não maltrata. Você só tem feito isso comigo dês do dia em que cheguei, aliás, todos sempre fazem isso comigo. Papa... Mama.

Ele levou a mão para acariciar meus cabelos, mas eu me virei indo para o canto da cama. Ele se levantou com a cabeça baixa, parecia estar lutando contra si próprio.

__ Me deixe ir... Eu lhe imploro, me ajoelho em seus pés para que me deixe ir, não vê que estás me machucando mais?__ eu limpei minhas lágrimas e ele apertou os lábios fazendo ficar em uma linha fina.

__ Eu lhe deixarei, Violeta.

Ele saiu caminhando para fora do quarto. Fechou a porta com força, eu me deixei desabar mais e mais. Sentia o meu corpo quente, fraco, minha garganta doía e minha cabeça ainda mais pelas lágrimas que já tinham caído.




A protegida do Rei.Onde histórias criam vida. Descubra agora