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Alguns meses haviam se passado e eu e Samuel estávamos muito bem, eu dormia todos os dias em sua casa e depois voltava para a minha pra trabalhar e cuidar de José, agora ele me chama de mãe, ou mama, mamãe. Só sei que me derreto toda quando ele me chama assim.

Eu estou costurando e fazendo roupas, meu pai me ajudou muito quando contei que estava costurando pela mão. Estava cheia de picadas de agulhas e ele percebeu enquanto eu o ensinava a usar arco e flecha.

Ele me deu duas máquinas, e ainda chega com vários tecidos em minha casa para mim fazer roupas. Eu já não passava tanto frio quanto antes, já que pegava algumas sobras para mim. Samuel não sabia que eu estava trabalhando disso, queria que eu dependesse dele para comer e outras coisas... Eu briguei com ele por causa disso.

Eu tomava todo o cuidado do mundo para não engravidar, tomava o chá de minha avó todos os dias e tem adiantado bastante todos esses meses. Eu e Kate nos aproximamos mais, mas fica mais no reino do marido dela, como uma verdadeira rainha. Literalmente.

Eu e meu pai também nos aproximamos, mas ainda não consigo lhe chamar de pai, papa, ainda é uma coisa complicada para mim. Mas ele tem sido um verdadeiro pai para mim esses meses, a companhia dele anima as pessoas, ele faz todos que estão ao seu lado darem muitas risadas. Minha avó disse que as pessoas que mais fazem os outros darem risadas, são os mais tristes.

Hoje era um dos dias que eu iria almoçar na casa de meu pai, ele mandou chamar minha avó Dionísia e meu irmão, que para ele, era um neto.

__ Tem certeza de que não irá?__ perguntei pela quinta vez naquele dia.

__ Já disse que não, Violeta. Os filhos terão que se despedir dele.__ a velha solta e eu franzo a testa.

__ Do que a senhora está falando?__ ela me olhou de relance e voltou a mexer em suas plantinhas.

__ Digo de uma forma boa, tipo,... Ah, deixe isso para lá menina, vá se arrumar.

Revirei os olhos caminhando para o quarto de José, ele já devia estar trocado. Bati na porta e o vi sentado na cama brincando com alguma coisa, provavelmente meu pai deve ter dado para ele.

__ Está arrumado?

__ Sim mama, já vamos?__ ele pergunta se levantando.

__ Eu só vou me arrumar, bem rapidinho.

Ele concordou se sentando, sabia que eu iria demorar. Hoje não estavas tão frio, coloquei um vestido que havia feito para mim naquela semana e fiquei muito bonita nele, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo onde meus cachos ficaram lindos, soltinhos. Minha franja ficou caída para frente, eu a arrumei deixando um cachinhos soltinhos.

Nos pés eu coloquei uma sapatilha qualquer, eu só iria para a casa do meu pai. Me despedi da minha avó e entrei na carroça que meu pai mandou para me buscar. Quando cheguei, José já foi correndo indo abraçar meu pai e Samuel que me esperavam na porta. Meu pai estava de pé, minha avó o ajudou com isso, não me pergunte como.

Eu dei um celinho em meu homem que estava muito lindo, como sempre.

__ Você está linda, glamourosa.__ ele sussurou perto de meu ouvido.__ quero arrancar este vestido de você.

Meu corpo se esquentou na hora, olhei para ele o reprendendo, ele deu risada sabemos que eu havia gostado.

__ Oi, Afonso!__ sorri para ele e ele andou um pouco até chegar em mim.

Me abraçou forte, me dando um beijo na bochecha. Eu amava ele, por incrível que pareça eu o amava.

__ Oi filha, você está bonita.__ ele sorriu me olhando nos olhos.

De longe vi a mulher de vestido vermelho e cabelos negros vindo correndo em minha direção, ela se jogou em meus braços e quase caímos no chão.

__ Irmãzinha!__ Kate era muito carinhosa, mas um pouco exagerada, nos vimos não tem nem dois dias.

__ Cadê o meu sobrinho?__ perguntei e ela bufou.

__ Ninguém pergunta nem se eu estou bem mais, é só de Blue e Blue, nem se importam mais comigo.

__ Não seja dramática filha, vamos entrar e almoçar. Blue está lá dentro, Vio, tenho certeza que meu neto José já está brincando com ele.

Samuel veio até mim me agarrando pela cintura, caminhamos para dentro da casa escondida de meu pai, agora ele não morava mais em uma cabana, era uma casa.

O almoço foi bem agradável, meu pai sempre fazendo brincadeiras agradáveis e sendo legal com os seus filhos e netos. Ele era um grande paizão, queria ter sido criada com ele.

Estávamos ao lado de fora, Samuel e Kate estavam brincando com os meninos enquanto e eu e meu pai só olhávamos.

__ Eu nunca havia me sentido tão feliz... Pelo menos não a tanto tempo.__ meu pai falou.

__ Pois compartilhamos do mesmo sentimento.__ ele olhou para mim forcando sua atenção em meu rosto.

__ Eu sinto muito filha... Eu queria ter sido um pai mais presente em sua vida, queria ter feito diferente. Sabes que não é minha culpa... Eu amava tua mãe, e amo você.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, eu me aproximei e o abraçei de lado.

__ Eu amo você, papa.__ ouvi ele suspirando.__ mamãe deve estar orgulhosa.

__ Deve sim.__ ele separou o abraço secando suas lágrimas rapidamente.__ de você, minha linda menininha.

Eu sorri para ele secando minhas pequenas lágrimas que também haviam de cair.

__ Sabes, andei sonhando muito vol ela. A gente se reencontravá, ela me dava vários beijos e nós dois vivíamos felizes.

__ Talvez isso aconteça, mas espero que seja mais para frente.

Ele concordou com a cabeça voltando a olhar para os seus outros dois filhos e netos.

__ Você vai cuidar bem de Samuel né? Ele te ama muito...__ soltei uma risada.

__ Pare de falar assim, iras ficar comigo para cuidar dele. E de José também.

A protegida do Rei.Onde histórias criam vida. Descubra agora