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Dois malditos meses, a porra de dois malditos meses que eu estou sem vê-la!

Eu estava me matando por dentro, queria correr e ir atrás dela implorar para que ela me deixe ficar em sua vida, mas acho que já é tarde demais...

Eu passava os meus dias em meu quarto, focando na única coisa que eu poderia fazer sem ser pensando nela, e as vezes é pensando nela. Eu pinto o dia todo, as vezes seu rosto, seu corpo.

Passava o dia todo olhando o seu quadro nu, eu havia pintado ela nua, como eu sentia falta do seu corpo quente contra o meu e todas as vezes em que eu lembrava, acabava me masturbando.

Quando Kate ligava para ela, eu ficava ouvindo por trás das portas, escutava a risada distante dela. Ela estava feliz.

__ Pensando na sua Violeta novamente.__ o Jorge, marido da minha irmã pergunta.

__ Eu não deixo de pensar nela nem um segundo, penso no quanto eu perdi deixando ela ir embora.

__ Tecnicamente, ela não foi embora. Só está um pouco mais distante, você pode muito bem ir atrás dela.

__ Eu não sei se tenho coragem para isso.__ falei sorrindo amargo.

__ Então você é um fraco, desculpe-me a sinceridade, mas eu não deixaria Kate ir embora sem lutar pelo seu amor. Você é um fraco idiota, e se você continuar sentado aí sem fazer absolutamente nada, realmente vai ter á perdido.

Ele se levantou da poltrona onde estava sentado e caminhou para outro lugar, aquelas palavras ficaram passando em minha mente, por horas e horas. Quando dei por mim, estava batendo na porta de dona Dionísia.

__ Pode me passar o endereço dela?__ perguntei assim que ela abriu a porta. A senhora em minha frente nem se quer ficou surpresa com a minha presença, como se já soubesse que viria.

__ Claro, achei que fosse demorar mais para pedir.__ ela abriu espaço deixando eu entrar.

Mandou eu me sentar em uma cadeira e depois foi para algum cômodo da casa, voltou com um papel em mãos, vi o local mais ou menos conhecido por mim.

__ Achei que você soubesse que ela iria para uma das casas de seu pai.__ a mulher falou cruzando os braços.

__ Ela não disseste nada, só falou que iria embora e quando.

__ Ah, aquela garota é malvada.__ ela gargalhou.__ mas tem um bom coração, e ama você mais que a própria vida. E eu e você sabemos que por mais que você seja super durão, ela te tem nas palmas das mãos.__ eu sorri olhando para as minhas próprias mãos.

__ Sim, ela tem.

__ Vocês foram destinados um para o outro, o universo juntou vocês por um bom motivo.

__ Qual motivo?__ perguntei achando essa conversa meio estranha.

__ Para essa guerra contra os ciganos acabar, é claro.__ ela falou dando risada como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. __ essa guerra é bem antiga, na época que seu pai era Rei, ele havia proibido. Mas na época do seu bisavô, muitos ciganos eram torturados e mortos.

__ Eu não queria ter o sangue do seu povo em minhas mãos, sinto muito.__ falei sincero.

__ A culpa não é sua, você só foi mais um peão nesse jogo doentio. Mas foi culpa de sua mãe, pelo menos ela tem uma grande parcela de culpa.

Eu não gostava muito de saber que minha mãe havia feito tantas barbaridades, mas infelizmente era a verdade. Ela não foi uma boa pessoa, e se ela estivesse viva eu mesmo faria algo para ela pagar.

__ Eu já vou indo, irei viajar hoje mesmo.__ ela sorriu cruzando suas próprias mãos na frente do rosto.

__ Maravilha! Leve esses biscoitos para a viajem e entregue esses outros para os meus netos.__ ela colocou dois potes em minhas mãos.

__ Okay, obrigado. Eu deveria ter lhe escutado mais vezes, posso vir aqui quando precisar de um conselho?

__ Oras, claro que pode. Agora já pode ir, não quero que se atrase. Cuide bem da minha menininha e do meu netinho querido.

Ela praticamente me empurrou para fora de sua casa, eu fui correndo para minha casa, fiz uma mala grande e coloquei as coisas que iria precisar.

__ Finalmente irá fazer a coisa certa, irmãozinho.__ minha irmã deu dois tapinhas fraco em meu rosto.__ estou orgulhosa, mas sentirei muito a sua falta.

Eu a abracei forte, também sentirei muito a sua falta. Mas se eu ficar com Violeta, nossa casa não é tão longe assim.

__ Irá cuidar do povo né?__ falei para Jorge.

__ Sim, com certeza.__ ele apertou minha mão.

__ Não quero mais isso de matar ciganos, não importa o que eles são e nem o que outras pessoas são. Nosso povo não morrerá mais por coisas banais.

__ Quem colocou luz nessa sua cabecinha?__ minha irmã falou.

__ Um anjo.

Me despedi de Blue e depois meus funcionários me levaram para o endereço onde minha querida amada estava. Eu espero que ela me aceite, porque eu quero passar os meus últimos dias ao seu lado.

A protegida do Rei.Where stories live. Discover now