A protegida do Rei.

39

Me despedir de minha avó foi muito triste, eu chorei por horas e horas a abraçando e fazendo ela prometer que iria até minha casa me ver.

Mas eu estava feliz por ela, em alguns dias, ela reencontrou o grande amor de sua vida. Meu avô. Eu preferi não conhecê-lo, pelo menos não no momento. Até onde eu sei, ele abandonou minha avó quando ainda estava grávida de minha mãe, mas não desejo saber os motivos para isso.

Minha avó continuaria a morar nesta casa, não voltaria para a sua. Eu lhe dei uma boa quantia, assim ela poderia viver muito bem.

Eu fiquei enrolando um bom tempo antes de ir, queria ver se ele viria... Ele não veio, então eu fui embora sem olhar para trás.

Eu fiquei algumas semanas arrumando minhas coisas e de José na casa, era enorme e não fazia tanto frio igual em minha antiga casa. Havia vários quartos e um grande jardim com piscina onde José não queria mais sair. Ficaram alguns móveis de meu pai, mas tive que comprar camas, e outros móveis que achei legal e nunca havia visto em toda a minha vida.

Diferente de onde eu morava, tinha casas ao lado da minha, mas não tão perto. Nessas três semanas que estávamos aqui, me adaptava muito bem. José estava em outra escola e com mais amigos, não via ninguém andando a cavalo aqui, o que era engraçado para mim.

Neste momento eu caminhava pelas ruas, procurando alguma vaga de emprego para costureira. Eu entreguei um papel que dizia ser o meu currículo, uma nova amiga minha que me ajudou a fazer.

Júlia Maria, o nome dela é esse. Tinha a minha idade e é uma pessoa super carinhosa e atenciosa. Ela é mãe solteira, tem uma filha chamada Bellinda, uma menininha linda e sorridente.

Ela me contou que o marido havia morrido, não perguntei do que havia sido a morte, acho que seria um pouco desagradável. Eu e Kate conversávamos todos os dias, eu havia comprado um telefone com fio.

Eu perguntava de Samuel, nem sempre as notícias eram boas. Eu ficava preocupada quando ela me dizia que ele não comia o dia todo, mas ele sempre voltava a comer em outros dias, diferente de antes que não comia absolutamente nada por dias.

Quando voltei para minha casa, José já estava lá todo animado vendo alguma coisa que passava na Tv. Quando me viu, me abraçou e já foi logo dizendo:

__ Mama, eu posso ir brincar na casa da Júlia?

__ Brincar com a Bellinda, certo?

__ Claro né mama, com quem eu brincaria?__ ele deu risada.

__ Já fizeste tuas atividades de escola?

__ Sim!__ ele falou orgulhoso de si mesmo.

__ Arrumou seu quarto?

__ Sim!

__ Almoçou?

__ É... Não?

__ Então vá, o que está esperando? Preparei uma comida diferente que vi no mercadinho aqui ao lado, vá experimentar.__ dei um tapinha em seu traseiro dando uma incentivada para que ele fosse logo.

Eu e ele almoçamos juntos, depois deixei que ele fosse até a casa de Júlia que era logo ali. Arrumei a cozinha que ficou um pouco bagunçada e depois fui procurar um novo livro para eu ler.

Falava sobre um romance entre melhores amigos, eu estava amando!

A noite, coloquei José em sua cama para dormir e depois fui tomar um banho quentinho. Amanhã eu iria começar a trabalhar em uma fábrica.

Eu não precisava de trabalho para me manter bem para o resto de minha vida, mas eu não conseguiria ficar parada sem fazer absolutamente nada, trabalhei minha vida toda e não pretendo parar agora.