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Eu e a senhora ficamos conversando por um longo tempo, tanto que nem vi as horas passarem. O dia já estava ficando escuro e mais gelado, caia tanta neve do céu.

__ Eu já vou indo.__ digo me levantando e pegando minha capa.__ obrigada pelo chá e pelo biscoitos, estavam deliciosos.

__ Leve alguns paga comer mais tarde.__ ela me entregou e eu sorri agradecendo.

Ela me levou até a porta e eu andei em direção ao meu cavalo que estava comendo algumas gramas que não foram cobertas por neve.

__ Vamos amigão?__ acaricio sua cabeça.

Monto no cavalo e puxo as rédeas com força, tínhamos que correr para não escurecer. Quando estava próxima ao castelo eu levei o cavalo ao estábulo.

Caminhei até a porta e a abri. Quando a fechei e me virei, vi Samuel com uma cara nada boa. Deve estar bravo por eu ter demorado um pouquinho a mais...

__ Onde estavas?__ ele pergunta sério cruzando os braços.

__ Fui na casa de uma amiga.__ ele franziu a testa.

__ Não tem amigas. Me fale a verdade!__ ele segurou em meu braço com força e gritava.

__ Eu estou falando a verdade Samuel.__ digo e sorrio tentando amenizar.

__ Eu não gosto de mentiras Violeta. Eu sei cada detalhe de sua vida e sei que nunca teve amigos.__ ele falava tão sério e o aperto em meu braço estava começando a doer mais.

__ Você acabou de me conhecer, não sabes sobre nada! Muito menos como tratar uma mulher!__ tentei puxar meu braço, mas ele o apertou mais.__ largue-me!

__ Aqui quem manda sou eu, quando eu disser para voltar cedo, irá voltar cedo!

__ Pois saiba que não manda em mim. E pode esquecer aquele beijo que demos, pode ter significado muitas coisas para mim, mas morreu agora! Você jamais saberá como tratar uma dama.

__ Não sabes do que está falando....

__ Sim, eu sei muito bem! Quando se casar, irá ser por negócios, ganância. Não por alguém que realmente goste de você pelo o que é, já que é bem difícil gostar de um homem machista igual você.

O empurrei com toda a força que eu tinha. Ele tombou um pouco para trás e quando veio avançar em mim novamente eu caminhei para longe do mesmo.

__ E mais uma coisa, eu vou dar um jeito de escapar dessa prisão de merda. Nem que eu morra tentando!__ corri para a escada subindo.

Eu ouvi os seus paços atrás de mim, fechei a porta correndo e a tranquei. Eu respirei fundo e não me permiti chorar, ele não vai fazer eu chorar por causa de um beijo Idiota que tenho certeza que não fez diferença alguma em sua vida.

Eu precisava fazer alguma coisa para ele me deixar livre, mas tendo o meu irmão aqui será mais difícil.

O trinco da porta começou a mexer e eu corri para segura-la, sabia que esse idiota tinha a chave de meu quarto. Eu coloquei uma cadeira para segurar e joguei todo o meu corpo para trás segurando a porta que se mexia freneticamente.

__ Me deixa entrar! A nossa conversa não terminou!__ ele falou esmurrando a porta.

__ Me deixa em paz Samuel! Já acabamos a nossa conversa!

__ Se você não abrir essa porta eu vou levar o seu irmão para longe de você novamente, abra está merda!

__ Pare de fazer chantagem emocional comigo, não estás vendo que isso está acabando comigo?...__ minha voz saiu trêmula, eu estava chorando muito.

__ Se você me respeitasse, não precisaria ser assim.

__ Eu não nasci para deixar um homem mandar em mim!

__ Pois saiba que as coisas aqui são assim, você morava no meio de um mato e não sabia como as coisas funcionavam, mas agora sabes.__ ele pelo menos tinha parado de esmurrar a porta.

__ Eu nunca vou admitir que você mande em mim.__ ele ficou em silêncio por um tempo, até achei que teria ido embora.__ por que me trata assim?... Era melhor ter me deixado morrer naquele dia.

__ Não fale mais isso, Violeta. Teria sido o meu pior arrependimento ter deixado lhe matar.__ ouvi ele respirar fundo.__ lhe deixarei em paz, por hoje.

Fiquei um tempo na porta, com medo dele estar mentindo para mim, mas quando percebi que ele realmente tinha saído suspirei relaxada. Estava tremendo de frio, tinha neve pela minha capa toda. Enchi a banheira com água quentinha e separei uma roupa qualquer para dormir.

Eu estava com tanto frio que meu queixo batia um no outro. Talvez eu pegasse um resfriado, mas nada demais. Já peguei neves mais fortes, na casa de mama e papa não tinha cobertores para mim e José, eu entregava a minha única manta para ele e ficava sem nada para cobrir-me. Eram dias difíceis...

Quando eu me deitei, joguei dois cobertores por cima de mim. Estava morrendo de frio. Meu estômago estava roncando de fome, não tinha jantado, mas também não iria levantar para ir lá em baixo nesse frio.

Fechei meus olhos suspirando, cobri a minha cabeça para tentar diminuir o frio que eu estava sentindo.

A protegida do Rei.Where stories live. Discover now