44_ Estou aqui pra você.

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O resto daquela viagem se resumiu em; silêncio total, a não ser o som do rádio que estava no volume mínimo. Todo mundo estava em completo silêncio pelo carro, todo mundo usava seu celular, Andrew segurava a minha mão e olhava para a rua parecendo está completamente pedido em seus pensamentos.

Depois do que ele disse para a Thalia, o Caleb começou a dirigir o carro e assim se seguiu a viagem. Nenhuma palavra, nenhum som, nenhum choro, nenhum murmuro e nenhum... olhar. Ele simplesmente pegou a minha mão, me puxou para o carro e sentou na janela sem dizer uma palavra sequer.

Eu entendia o seu lado, por ter sentindo muita dor quando viu ela, ele pode ter optado pela opção de não falar para não desabafar ou até mesmo não querer se abri. Eu entendia ele, apenas segurei a sua mão e encostei-me nele para que ele se sentisse confortável ao meu lado. Eu estava ali para ele, independente de qualquer coisa.

Mas uma coisa ainda estava na minha cabeça, uma dúvida que me deixava intrigada e completamente confusa. Por que, depois de tanto tempo, ela veio até Los Angeles para pedi perdão ao Andrew? Claro, ela pode ter percebido o erro que fez e começou a ter remorso ou algo do tipo. Mas por que?? Passou tanto tempo, se ela voltasse para vida de alguém acabaria abrindo a ferida que demorou muito para fechar. Não tinha lógica.

ㅡ O que está pensando? ㅡ Andrew me olhou com um sorriso de lado. Sim, era a primeira coisa que ele havia falado desda hora que entramos no carro.

ㅡ Hã? Nada. ㅡ Neguei rapidamente balançando a cabeça.

ㅡ Ela deve tá se perguntando o porquê de você ter perdoado aquela mulher. ㅡ Vivian falou olhando em seu celular.

ㅡ Vivian... ㅡ Seo-yun, que estava ao meu lado, murmurou.

ㅡ O que foi? Falei alguma mentira? ㅡ Vivian perguntou. ㅡ Ok, a pergunta que não quer calar; por que você perdoou ela, Andrew? Sério? O que ela vai acrescentar na sua vida a não ser dor depois de tanto tempo??

ㅡ A Vivian tem um ponto, cara. ㅡ Raul se pronunciou. ㅡ Ela te machucou muito, cara. Por que você perdoou ela?

ㅡ Vocês podem até não entender. ㅡ Andrew suspirou. ㅡ Mas com o passar do tempo, a ferida não se fechou, mas eu percebi que não precisava me martilizar. Doeu? Sim, mas eu não quero guardar rancor. Por isso que eu perdoei.

ㅡ E se ela continuar na tua cola? ㅡ Joaquim perguntou olhando para o Andrew, que deu um suspiro longo.

ㅡ Não vai ter nada. ㅡ Andrew deu de ombros. ㅡ Eu não amo mais ela. Outra pessoa já está em minha vida. ㅡ Andrew me abraçou de lado me fazendo encostar minha cabeça em seu ombro com um sorriso tímido. Claro, ainda tinha um pouco de insegurança dentro do meu peito. Até porque o Andrew AMAVA a Thalia, e ele só GOSTA de mim. Havia uma grande diferença entre amor e gostar, então ainda tinha um pouco de receio. ㅡ E eu não quero mais saber dela na minha vida.

Suspirei encostando minha cabeça no peito dele um pouco mais calma. Mesmo que ainda não teja certeza das coisas, eu precisava confiar nas palavras dele e esquecer completamente da Thalia. E eu precisava ajudar o Andrew a esquece-la também.

ㅡ Se você tá dizendo. ㅡ Seo-yun deu de ombros voltando a olhar em seu celular.

ㅡ Tudo bem, Jennie? ㅡ Andrew me encarou. É claro que eu não falaria para ele que estava insegura, não era o momento.

ㅡ Uhum. ㅡ Concordei dando um sorriso meio torto para ele. Respirei fundo tentando ao máximo esquecer aquela insegurança minha e simplesmente para de pensar no que acabou de acontecer.

Eu tinha que confiar no Andrew.

ALGUMAS HORAS DEPOIS...

ㅡ Ai gente! Isso aqui é tão lindo! ㅡ Seo-yun falou animada olhando a vista incrível que tínhamos do hotel. O resto da viagem se resumiu em conversas longas e até mesmo cantoria da parte de todo mundo. Quando eu digo todo mundo dizia sobre a Lizzy, a Jodi, Kurt e até mesmo o Caleb. Foi um momento bom entre todo mundo mesmo depois do climão que ficou.

No final, chegamos no hotel animados e com sorrisos. E agora estávamos nos hospedando, e estava eu, Seo-yun e a Vivian no quarto. E como já sabem, nos três ficaríamos no mesmo quarto.

ㅡ Acho que vai ser uma experiência legar ter colegas de quarto. ㅡ Vivian falou sentando na cama enorme que tinha. ㅡ Faz anos que eu não divido meu quarto com alguém.

ㅡ Eu moro com a minha mãe, então eu tô acostumada. ㅡ Me pronunciei colocando a minha mala encostada na parede.

ㅡ Graças a Deus eu moro sozinha. ㅡ Seo-yun sorriu sentando na poltrona que havia ali. Poltrona? Sim, tinha uma. Por que? Não fazia ideia.

ㅡ Que tal uma festa do pijama só de garotas? ㅡ Vivian perguntou.

ㅡ Você, Vivian, sugerindo uma festa de pijama? ㅡ Seo-yun encarou ela. ㅡ Isso é inédito.

ㅡ Por que? Não sou tão chata assim.

ㅡ Mas você sempre gostou de paz. ㅡ Seo-yun riu.

ㅡ Ah, vamos passar três dias dormindo na mesma cama. Quer que eu faça o que? Finja? Tem como não. Eu quero que esses três dias em Beverly Hills seja... mágico. ㅡ Vivian sorriu deitando na cama.

ㅡ Podemos assistir um filme. ㅡ Murmurei indo até a cama também, porém, uma batida na porta me fez suspirar e ir em direção a porta do quarto. Ao abri-la eu vi o Andrew, e pelo seu olhar algo não estava bem. ㅡ Andrew? O que foi?

ㅡ A gente pode conversar?

Olhei para atrás rapidamente para as meninas, as duas assentiram percebendo que eu precisava ir.

ㅡ Claro, Andrew. ㅡ Assenti saindo do quarto, fechei a porta atrás de mim, e olhei para ele novamente. ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Eu não sei se eu fiz o certo. ㅡ O mesmo respondeu colocando as mãos na cintura, em seguida suspirou com os olhos fechados. ㅡ Eu ainda estou sentindo dor.

ㅡ Andrew... ㅡ Me aproximei dele e toquei em seu peito. ㅡ É sobre a Thalia?

ㅡ Uhum. ㅡ Ele assentiu. ㅡ Eu não sei se eu fiz o certo em perdoa-la, que na verdade eu não tenho certeza se eu perdoei ela de verdade ou não. Mas eu... ㅡ Interrompi o mesmo.

ㅡ Você não chorou. ㅡ Peguei em sua mão e o puxei para andarmos pelos corredores. ㅡ Por que?

ㅡ Eu não queria chorar, Jennie. ㅡ Ele respondeu. ㅡ Eu segurei as lágrimas durante a viagem inteira porque eu não queria desmoronar na frente de todo mundo. Chorar demonstra fraqueza, e eu quero ser forte.

ㅡ Ninguém é forte o tempo inteiro, Andrew. ㅡ Respondi. ㅡ Pode chorar, ninguém vai te julgar por isso.

ㅡ Só que eu não quero. Eu quero ser forte! Eu preciso ser. ㅡ Andrew respondeu firmemente. Suspirei parando de andar, segurando o seu abraço, e o parando. ㅡ O que foi? Algum problema?

Balancei a cabeça negando, me aproximando do mesmo e o dando um abraço aperto no mesmo. Eu estava ali para ele, para ser um ombro amigo no qual ele podia chorar.

ㅡ Pode chorar, Andrew. ㅡ As suas mãos rodearam meu corpo, e eu encostei minha cabeça em seu ombro. ㅡ Estou aqui pra você.

•••

Regra Número Um | Vol.1Where stories live. Discover now