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Emma

Meu soluço pelo choro sai alto e as pessoas não dão a mínima, eles só ficam rindo da minha cara e da minha situação, ninguém faz nada para me ajudar, pelo contrário, só pioram rindo, fazendo piadas, tirando fotos e fazendo vídeos. Um ano que minha vida se tornou um inferno e eu nunca fiz mal para ninguém, nadinha de nada, eu só disse um não para um cara que nunca tinha visto antes da minha vida e me chamou para transar com ele praticamente assim que entrei em uma das casas da fraternidade próximo ao campus. Era minha primeira noite aqui e eu fui com a minha colega de quarto que me convidou para festa, normalmente eu não vou a festas, mas como eu estava querendo mudar um pouco, vi aquilo como uma oportunidade, para se divertir e fazer amigos também, mas deu tudo errado, assim que coloquei meus pés ali minha vida desandou.

E só piorou quando Lucas Miller deu um puxão no meu rabo de cavalo e assoprou aquela fumaça na minha cara, da qual fiquei sabendo que afirmavam a minha desgraça. Natalie disse que eu tinha sido marcada e após aquilo, e Lucas, me dar às costas, ela se mandou para longe de mim, até hoje não fala mais comigo.

As pessoas me evitam por culpa dele e outras acham que tem o direito de me tratarem feito lixo, pois Lucas, me trata assim, me trata tão feito lixo, que tenho um monte esparramado sobre mim, ele lotou o meu porta malas e ainda me empurrou para dentro.

— Como foram às férias? — diz soltando seu sorriso perverso, seus olhos escuros parecendo mortos.

Eu nunca odiei tanto alguém e nunca desejei a morte de uma pessoa como faço com Lucas. Mas ao invés de fazer alguma coisa, eu só choro e saio dali, rezando mentalmente para ele não, me empurrar de volta.

— Lucas falou com você, Merdinha — uma menina que já vi com ele e os amigos fala, parando em minha frente.

— Quero passar — digo baixo pelas lágrimas — Por favor — mais lágrimas descem pela humilhação de ter que pedir por algo assim.

— Ai que bebezinha ela — diz e as pessoas só riem mais.

— Deixa ela passar — Lucas manda passando por mim e sua amiga, as pessoas dando espaço para ele — Seja bem-vinda de volta, Caipira — me dá dedo mesmo andando e sem se virar.

Há cada passo que dou mais lágrimas descem e mais raiva acumula no meu coração.

(...)

Mamãe nem percebe que estou triste enquanto nos falamos por chamada de vídeo. Ela, papai e meus dois irmãos são são tão empolgados por eu ser a única da nossa família há conseguir ir para uma faculdade que eles nem percebem como estou tão mal. Também, eu disfarço quando estou perto deles e falando com eles, mas agora não estou disfarçando nem um pouco, já tomei quatro banhos e meu cabelo ainda fede, a lateral do meu corpo dói pôr ter batido quando Lucas, me empurrou e por mais uma humilhação.

Tinha decidido ligar e dizer que ia voltar para casa e nunca mais estaria de volta há esse lugar, mas como das outras vezes não consigo, o sorriso e a felicidade dela e deles nunca deixam que eu siga em frente. Até meus irmãos mais velhos fazem sacrifícios para eu ter vindo e estar aqui.

Para evitar que eu leve tanto tempo em um ônibus meus irmãos se juntaram e me deram um ônix antigo de segunda mão, que reduziu algumas horas de viagens.

E antes disso, eles ajudaram os nossos pais para que eu participasse de acampamentos educacionais e as viagens das competições, como eu sempre gostei de estudar, eles fizeram o possível e impossível para que alcançasse meu sonho de vir para faculdade e conseguir estudar medicina como sempre sonhei.

Quando eu ganhei a bolsa, eles nem pensaram que eu teria que viver tão longe, nem que tinham que pagar pela comida e dormitório que a bolsa não incluí além dos materiais, só disseram para eu estudar muito e que logo os quatros anos se passariam e logo eu estaria estudando medicina como sonhávamos.

— Você chorou, Bebê? — mamãe pergunta, percebendo só agora.

Balanço a cabeça que sim.

— Dor de cabeça — minto — Estudei bastante sem óculos.

Ela assente, e me dá um leve sermão para não repetir isso. Ainda estava acostumando. Nos falamos por mais um tempão e quando meu pai e irmãos chegam do serviço, minha tristeza alivia um pouco. Eles eram a minha fortaleza e me enchiam de força e esperança que logo tudo isso iria chegar ao fim. Eu não os decepcionaria nem deixaria meus sonhos de lado por conta de um cara escroto que não aguenta um não e um filho da puta que se doeu pelo amiguinho.


Lucas

Mark, me passa a maconha assim que dá uma boa tragada dela, e Chris, me oferece o canudo improvisado de uma nota de cem que ele puxa o pó branco da mão da loira que ele tem no colo, eu lhe dou o dedo do meio. Essa merda era um degrau do qual eu não ia, ainda pelo menos, e tenho certeza que ele só me oferece por estar muito fora de si, logo, Mark e eu teríamos que expulsar a garota e arrastar a bunda viciada do cara até a água fria. Trago do cigarro e seguro um pouco a fumaça liberando lentamente, o meu corpo e mente começando a relaxarem.

— Oi, Gato — Amanda diz se sentando em meu colo, abro as pernas e ela vai de bunda no chão — Porra, Miller! — reclama e só faço sorrir de lado — Nós transamos — fala como se isso significasse algo.

— Gata, eu transei com metade das garotas daqui — Mark ri — E você não foi nem de longe a melhor.

— Isso é mentira!

Em tudo isso foi a única coisa da qual ela se importou?

— Se está dizendo — rebato com ironia.

Ela faz uma cara feia e depois começa a perder a pose de durona enquanto me encara e eu a encaro ela de volta, meus pés descansando agora na mesinha de centro na casa da fraternidade que Mark e Chris vivem.

— Eu posso melhorar — diz fingindo ter confiança.

De novo sorrio de lado e ela afunda mais, ficando toda sem jeito. Longe a cadela que é com os outros, principalmente com outras garotas e muito mais com a cadela de nariz empinado da Emma Parker. Eu odeio ela e mesmo que tenha começado com Mark, assim que a encontrei pela segunda vez após deixar claro que acabaria com sua raça, já não tinha nada a ver com ele, me pagando para foder com a vida dela. Havia algo na caipira que não me descia junto há toda sua pompa de superioridade.

Emma Parker não era melhor que eu, não estava acima de mim! E, logo eu a traria tão baixo em toda merda que lhe mostraria como estávamos no mesmo patamar! Logo desceríamos todos os degraus até o inferno juntos, e eu queria ver se ela seria capaz de me olhar de maneira tão pura e inocente!

— Vamos — levanto seguindo para a escada que vai dar nos quartos.

Ela, me segue feito um cachorrinho.

Que otária.

Sorrio outra vez.

Até que lembro da caipira e morre o sorriso. Ela não é uma cadelinha minha. Ainda!

Meu sorriso retorna.

Ainda!


Votem e comentem bastante 💜

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Where stories live. Discover now