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Emma

A luz da televisão é a única no apartamento quando abro a porta e passo por ela. Fiquei até tarde na biblioteca tanto por conta do Tim, como pelos meus próprios estudos e por ele. Lucas Miller nem olha em minha direção quando começo a caminhar pela sala e ir até a cozinha. Eu faço isso atenta e esperando ele me atacar pelas costas, mas ele nem faz menção de levantar dali.

E eu sei que ele tá prestando atenção a cada passo meu. Abro a geladeira e tomo da minha garrafa, olhando o chocolate não mais quente ainda intocado ali no canto da primeira prateleira. Os marshmallows foram cortados imensos e não há raspas de chocolate. Foi ele que fez naquela manhã em que falou com a minha mãe como se fosse civilizado e nós dois bons amigos ou no mínimo bons colegas. Acredito que ele tenha feito daquele jeito de propósito. Lucas sabe como fazer as coisas bem feitas, eu via isso nas aulas e até em suas maldades.

— Por que demorou? — a voz dele sai baixo e eu cuspo minha água em seu rosto, pelo susto.

Eu parei de prestar atenção nele quando?

— Merda — digo me dando conta que cuspi nele. Minha situação já não tava boa. Pego um pano que tá na pia e passo pra ele, que ignora minha mão — Miller...

— Onde? — me interrompe ao mesmo tempo que me puxa pela blusa que uso.

— Biblioteca.

— Eu fui lá.

— Dei uma volta fora do campus antes de ir pra lá.

— Fugindo de mim?

Eu nem me esforço pra mentir.

— Sim. O que eu deveria fazer? Ir até você pra me punir?

Ele aproxima o rosto do meu. Sua respiração bate no meu rosto. Não deve ter muito tempo em que ele escovou os dentes, o cheiro de hortelã ainda tá bem recente, assim como o de maconha.

— Sim — diz como se fosse a coisa mais normal do mundo o que faz comigo e eu ainda ter que ir em sua busca pra me castigar.

Como alguém pode ser assim?

E porquê eu?

Eu tenho minha consciência limpa de que nunca fiz mal a ninguém.

— Por que tem que me machucar? — pergunto de vez. Cansada de tudo isso, tão cansada que saí em forma de lágrimas — Por que, Lucas?

Ele olha bem no fundo dos meus olhos e mesmo com pouca luz, eu enxergo a profundidade disso, só não sei o que passa na cabeça dele.

— Eu gosto — é o que responde depois de um tempo encostando a testa na minha e descendo às mãos pra minha cintura — Eu vou te chupar de novo e se for bom outra vez, vai escapar de novo.

Eu sei que o fato dele me querer nua e aberta pra ele outra vez, em troca de algo é o que deveria chamar a minha atenção e começando a correr pra longe, mas não é ou não é a maior coisa nisso tudo.

— Você me quer de novo?

Ele raspa seus lábios nos meus.

— Quero — responde a voz saindo rouca como naquele dia no sofá — E quero mais que te chupar, Emma — eu solto uma mistura de suspiro e gemido.

Eu sou tão burra.

Eu sou tão doente.

Eu sou tão hipócrita.

Eu tô tão ferrada.

— Tem que ter outra coisa — me forço a dizer e agir como se aquilo não mexeu em nada comigo, tirando as mãos dele da minha cintura e afastando minha testa da dele.

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Where stories live. Discover now