23

15.1K 1K 162
                                    

Emma

Vanessa me encara e abaixa a cabeça e começa a rir baixinho, isso já deve ter uns dez minutos, eu tô pra largar ela aqui na biblioteca sozinha e me mandar.

— Eu tenho alguma coisa em minha cara? Nos meus dentes? — pergunto não esperando ela me responder, pego meu celular e me olho, não há nada. Além do rosto da garota mais estúpida do mundo, de sempre — Se você não contar, eu vou embora — digo por fim.

Ela logo tira o sorrisinho dos lábios.

Minha vida estava péssima o suficiente, eu não precisava da adição de Vanessa rindo de mim, pior, em minha cara.

— Só tô me perguntando quantos chupões tem debaixo desse cachecol — diz séria, então sua pose cai e começa a rir de novo. Atiro uma bolinha de papel nela, foi uma das várias tentativas de responder há uma única questão que não deu certo. Nem era por não saber a resposta.

— Tá frio, idiota — ela rir mais.

Me levanto. Ela segura minha mão.

— Parei — me sento e aí ela começa com aquilo de tentar segurar o riso.

— Vanessa!

— Tá, tá. Parei agora.

Espero que volte a rir, mas ela realmente se deu por satisfeita.

— Por que tá rindo de mim? É pelo o que houve na academia? Não foi engraçado, Vanessa, queria ver se fosse você no... — paro, pois sua cara confusa indica que ela não faz a mínima ideia do que houve no sábado.

Estranho.

Ninguém realmente comentou e eu pude contar ao menos uns cinco celulares filmando toda aquela palhaçada. Eu me escondi no depósito aquele dia e minha gerente me deixou trabalhar aonde ninguém visse a minha cara, mas houve alguns momentos em que precisei sair e ninguém me dirigiu a palavra. Normalmente, isso renderia até o Miller me humilhar outra vez, ou ele fizesse com outra pessoa até voltar a bater sua merda em mim. Não que eu estivesse reclamando, mas o que será que houve para aquele bando de abutre ficar na deles sobre o assunto?

— O que houve na academia no sábado? — pergunta e me questiono se lhe conto, mas ela surge com outro assunto e quando começo a me sentir grata, paro no meio do caminho — O que eu sei sobre o sábado é que o Miller passou horas no salão do dormitório te esperando e depois fez você recompensar ele direitinho por isso — conta, voltando aos sorrisos como uma menininha repassando uma fofoca, o que não deixava de ser, em partes — Pensei que não queria mais saber dele.

— Como assim?

— Você mesma disse que ele...

— Não, Vanessa — a interrompo — Lá no dormitório. Quem te contou?

Ela me olha agora como se eu fosse idiota. Eu era.

— Tá todo mundo falando disso — ela alcança a minha mão — Você tá bem, Em.?

— Foi ele?

Ela leva alguns segundos para entender.

— Anh... Não. Vocês deram um show e tanto. Algumas meninas ouviram. E muitas ficaram muito surpresas com a capacidade até então desconhecida do Miller, de saber gemer e demonstrar que tá gostando. Que está ali. Você sabe o que dizem, né?

Assinto.

— Algumas coisas.

— É como se ele não estivesse lá. Sabe, só o corpo trabalhando e tudo mais. Amanda também já me disse sobre isso. Deve ser horrível transar com um cara e parecer que é um boneco gostoso inflável — ela conta com uma careta, como se imaginasse e fosse realmente horrível — Insano.

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Where stories live. Discover now