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Emma

O apartamento tá vazio dessa vez, eu olho em tudo duas vezes. Tanto nos quartos, banheiros como na sala e cozinha, mesmo que eu possa ver esses dois últimos juntos, mas era o Miller, vai que ele invoque os poderes do inferno dele e me faça não enxergar ele, mas ele realmente não tá, ou ainda não se revelou.

O inimigo é sujo.

— Lucas, se você estiver aí é melhor aparecer logo — digo e o vazio permanece.

Talvez ele não tenha aprendido esse truque de invisibilidade lá no inferno, ainda.

Arrasto um dos banco próximo ao balcão e faço uma chamada pra casa. Eu não sabia quando seria a próxima vez que poderia fazer uma vídeo chamada, talvez quando a semana de provas passasse.

O sorriso contagiante de mamãe surge logo na tela.

— Bebê — diz animada, parece até que não nos falamos por horas ontem a noite.

— Oi, mãe — sorrio de volta.

E passamos a conversar bastante. Ela chama meu pai e meus irmãos e os assuntos surgem do nada. Até que temos que nos despedir, ele me questionam novamente se eu poderei ir para casa mesmo no feriado. Garanto que sim, eu estava morrendo de saudades e depois disso, provavelmente eu só estaria de volta nas férias de fim de ano. Seria muito tempo sem vê-los pessoalmente se não pudesse ir no feriado, alguns dias depois do fim da semana de provas.

— Só um minuto, bebê — mamãe pede, ela espera meu pai e meus irmãos passarem pela porta e volta a se sentar. Seu rosto bonito voltando a tomar a tela — Voltou pro apartamento do Luquinhas? — eu rio quando ela chama ele assim. Lucas iria querer matar minha mãe se ouvisse ela chamando ele assim. Espera. Será que minha mãe já tinha feito? Afinal de contas ela tinha ligado para o apartamento — Responde, filha — diz super ansiosa e animada.

— Não, mãe — sua animação evapora — Eu disse que era temporário e para de chamar o Lucas assim.

Ela faz bico.

— Ele não se importou.

Meu Deus!

— Tchau, mãe. Te amo! — me despeço.

— Também te amo, bebê! Manda um beijo pro Luquinhas. Adorei aquele menino — diz e desliga primeiro.

Suspiro e começo a rir.

Só mesmo minha mãe.

Fecho o notebook e o deixo ali na bancada. Apanho o bloco de notas que Lucas tem em uma das gavetas da cozinha e deixo um bilhete agradecendo e as chaves ali junto. Eu ainda não tinha devolvido.

Eu tô saindo quando a porta se abre.

Lucas paralisa quando me vê e eu não fico tão diferente dele, e é ainda pior. Eu fico de boca aberta e tudo. Lucas tem um menininho muito lindo de uns sete, oito anos ao seu lado, segurando sua mão enquanto lambe uma casquinha de chocolate segura com a outra mão.

Lucas tem um irmão?

Tirando o fato de saber que a família dele tem grana, sua mãe e eles são parecidos desde a aparência a loucura, era só. Eu nunca imaginaria que ele tivesse um irmão.

Por ser tão mimado, era a última coisa que passaria em minha mente.

— Lucas, você disse que eu não conheceria sua namorada hoje — o menininho diz acusatório, largando a mão dele e dando a casquinha já quase no fim pro irmão, que a segura de sujando sem reclamar — Você quis fazer surpresa?

Nas Mãos Do Badboy - 1º da série Nas Mãos Do Amor {COMPLETA 🔞 - BULLY ROMANCE}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora