1. out of california

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Luna

Oito anos atrás...

Costumava a andar pelo parque perto de casa. Era cercado de palmeiras enormes e inúmeros tipos de cachorros. Todo fim de mês havia uma feira para doação de animais feito pela veterinária e canil dos Thompson. Eu me voluntariava desde que eu me reconheço por gente e amava todo aquele fim de semana. Desde de chegar às seis da manhã até preencher o formulário dos novos donos adotivos, mas a melhor parte era sempre ver os cachorros saindo com caras mais felizes inacreditáveis. Depois que a feira acabava, ainda estava de dia e eu gostava de caminhar pelo parque, sentindo o sol na minha pele. O sol sempre foi minha recarga. Era apenas ficar alguns minutos debaixo do calor que ele irradiava e parecia que eu estava ligada a uma bateria. Eu adorava o calor do sol e como o vento batia em minha pele refrescando o calor. Era uma das melhores sensações que eu sinto.

E vou sentir falta disso.

Haviamos acabado de chegar na nossa nova casa em uma nova cidade em um completo novo Estado, completamente diferente do clima que eu era acostumada. Thunder Bay, era uma cidade fria, principalmente em Fevereiro, mas essa cidade era uma chance de tudo ficar melhor. Nós somos imigrantes, depois de sair de Cuba pra Espanha, fomos para os Estados Unidos quando eu tinha apenas 5 anos de idade. Minha mãe sendo secretaria na ONG, quando voltou, ficou em seu país de nascença. Espanha.

Ela conheceu meu pai em um trabalho voluntário que fazia na Cuba e acabaram se apaixonando. Cinco anos depois nós fomos embora pra Espanha e infelizmente meu pai não poderia ficar no país devido a sua origem, então ele me levou junto dele ao tão famoso "sonho americano". Uma palhaçada sem fim para vender uma imagem da qual não existe.

Agora estávamos aqui nesse novo lugar, empilhando minha caixas no meu quarto novo, enquanto meu pai terminava de montar minha cama e eu ficava olhando as instruções da cama e para as fotos no meu celular do meu aniversário de 16 anos em Los Angeles já sentindo falta do calor e do sol.

– Essa é a pior cama que sua mãe poderia ter lhe dado – ele resmungou.

Eu revirei os olhos pela mesma reclamação que ele fez quando eu ganhei ela há dois anos atrás e ele teve que montar.

– É linda! – rebati.

– O que tem de linda, tem que complicada – meu pai rebateu de volta olhando confuso para o parafuso que havia sobrado em sua mão e para a cama.

Meu telefone começou a tocar e eu já sabia que era a minha mãe. Ela deveria estar indo dormir, enquanto nós em aqui nem almoçamos ainda.

Hola, mama! – eu atendi colocando o celular apoiado na cabeceira dando imagem para eu e meu pai aparecermos.

Hola mija! O que estão fazendo? – ela perguntou curiosa.

– Construindo o lego de mil peças que você deu pra sua filha – meu pai resmungou.

Ah por favor! Você reclamando desse jeito está fazendo mais cabelos brancos crescer em seu cabelo!

Eu me agachei olhando para o manual enquanto meus pais discutiam sobre o cabelo grisalho do meu pai.

– Grisalho está na moda. Eu li em uma das revista da Luna.

– Está mesmo – concordei com meu pai.

Eu não liguei para discutir sobre seus cabelos brancos, eu liguei para perguntar se vocês já foram na escola?

Meu pai me olhou com as mãos na cintura e eu gemi contragosto.

Minha mãe estava obstinada a me colocar em um colégio particular daqui, que ela disse que pesquisou muito e a grade curricular era incrível como o ensino. Ela também disse que quer investir em meu futuro, apesar que eu disse que as escolas públicas tem um ensino excelente aqui.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriWhere stories live. Discover now