5. thunder bay donuts shop

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Luna

8 anos atrás...

A semana havia passado tranquila. Acabou que descobri que o amigo de Indie era na verdade Kyre e sentamos juntos no horário do almoço – menos quando Indie tinha uma emergência no teatro, ai ficávamos apenas eu e Kyre. Eu achei incrível o quanto nós três tínhamos gostos apostos uma dos outros, mas ao mesmo tempo muitas coisas em comum. Era muito fácil rir com eles.

Julia não veio mais me ameaçar com nada, mas os olhares que ela sempre me jogada quando estava com suas amigas era de puro ódio. Agradeci a Deus por essa nova inimizade não ter afetado no trabalho do meu pai. Que inclusive ficou pasmo e preocupado com as minhas inimizades na escola e não com seu trabalho.

– Ela voltou a falar algo? – meu pai perguntou preocupado enquanto colocava a mesa do jantar.

Sábado era dia de pedirmos comida, mas como não conhecíamos nada e nem lugares para pedir nessa cidade, fizemos a janta em casa mesmo. Quer dizer ele fez, pois quando ele entra na cozinha odeia que outros também cozinhe com ele, então apenas fiquei observando e fazendo meu dever de casa até o jantar ficar pronto.

– Não. Nem uma palavra. Apenas olhares bem carinhosos.

Ele riu e veio me ajudar a levar a comida a mesa.

– Pelo que eu vejo no trabalho ela é bem...

– Mesquinha? – deduzi esperançosamente.

– Não sei se cai bem eu falar mal da filha dos meus contratantes.

– Acho que não cai bem se for na frente deles. Pode ser mal visto mesmo.

Ele resmungou revirando os olhos e bagunçando a frente do meu cabelo em uma falsa raiva.

– Esse seu sarcasmo vem muito da sua mãe. Às vezes eu quero gritar com ela por ter passado isso pelo DNA – ele murmurou colocando seu prato.

Eu sorri dando a primeira garfada no purê de batatas.

– Eu estou tão ocupado essa semana que mal deu tempo da gente conversar sobre suas aulas direito e quando você vem me contar é problema – ele comentou, mas pela sua voz eu fiquei tranquila que ele estava apenas puxando papo.

– Que eu não procurei – reforcei gesticulando e ele gesticulou de volta em concordância.

– Que a minha querida filha não procurou, claro.

Eu sorri.

– O namorado dela veio me pedir desculpas no dia – eu me recostei finalmente contando os detalhes pro meu pai e forçando as ultimas duas palavras.

– É mesmo?

– Sim. Temos aula de literatura juntos e eu acabei sentando na carteira na frente a dele e ele pediu desculpas pelo comportamento dela, mas ai ele deixou bem claro que ela não era a namorada dele.

Oooh, drama adolescente – ele ironizou soltando uma risada.

– Não é?

– Você achou ele bonito?

Eu o olhei e ele tinha um pequeno sorriso ao beber a cerveja na garrafa.

Papa!

– Que?

– Você está querendo dizer que foi culpa minha?

– Longe disso! Primeiro que não teria como saber que ele tinha uma "não-namorada" e segundo... Bom não tem segundo.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriWhere stories live. Discover now