3. an unforgettable first day part. 2

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Não que houvesse muitas carteiras vazias, só que sentar ali não seria minha primeira opção depois de hoje, mas eu fui mesmo assim, pois parecia que ele ficaria esperando eu me sentar ali. Me sentei deixando minha mochila debaixo da carteira.

– Ei – Mads chamou baixinho. Olhei para os lados pra ver se alguém nos olhava.

Eu me segurei para não suspirar. O que ele queria falar? Sobre como eu soltei os cachorros pra cima da namorada dele e ele não gostou? Eu realmente não precisava brigar com alguém de novo.

Virei-me levemente para poder o olhar.

– Desculpe pela cena da Julia hoje no refeitório.

Eu fiquei surpresa. A última coisa que eu esperava era um pedidos de desculpas vindo dele. De Julia também não esperava, mas dele muito menos.

– Er... Tudo bem... Sua namorada é bem ciumenta – comentei soltando uma risada descontraida tentando demonstrar que eu não ligava pra situação. O que era obviamente mentira, ela havia me irritado.

– Ela não é minha namorada – ele me corrigiu com um olhar sereno.

Como? Eles terminaram então? Por causa daquilo?

– Não é?

– Nem de perto, nunca a namorei. Eu não namoro ninguém.

Nossa. Uau.

Não me surpreende que um garoto como ele não queira namorar. Garotos são garotos independente se eu mudo de estado ou não e eu já havia visto muitos garotos que quebram corações de meninas. Graças ao meu pai e suas lições rápidas de sexta a noite de "como lidar com garotos" eu não tinha sido alvo ainda deles. Bendito seja Ezequiel e sua adolescencia.

- Acho então que você esqueceu de dizer isso a ela. Claramente ela acha que namora. O empurrão na porta da sala e a cena no refeitório acho que dizem o contrário de você.

Ele deu um meio sorriso como se não se importasse.

Ele realmente era lindo... Me forcei pra não ajeitar minha postura, pois com certeza isso daria na cara que eu estava achando aquilo tudo atraente. Talvez Julia tenha razão, eu gostei do "não namorado" dela. E eu precisava tirar meu cavalinho da chuva rapido.

– Não posso deixar mais claro do que eu já fui com ela, mas também não posso controlar as ações dela pelo que ela sente por mim. Mas já pedi pra que não se meta com você de novo.

Suspirei finalmente ajeitando minha postura e sorri genuinamente. Não arranjar problemas com garotas por causa de garotos era algo que eu realmente admirava.

– Obrigada. Minha paz agradece ficar longe desse drama...

– Quem é sua amiga, Mads? – um garoto de cabelos loiros escuros e olhos azuis perguntou olhando para mim com um sorriso sugestivo.

Olhei para Mads me perguntando se ele iria responder algo, mas não. Ele apenas se recostou na cadeira.

– Qual seu nome? – ele voltou a perguntar, mas agora pra mim.

– Luna.

– Ah... Você é a latina que entrou na escola.

Eu não sabia o que responder sobre isso. Eu pelo visto sou a única latina nesse lugar muito diferente de California e também pelo visto eles nunca tiveram contato com nenhum latino a não ser a retratação de Hollywood sobre nós.

Que porrra! Se em um estado onde há incontaveis latinos-americanos já é dificil, aqui as pessoas aqui com certeza devem falar que meu pai trabalha com narcotráfico. Pobre Ezequiel Hernandez.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriWhere stories live. Discover now