45. epilogue

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MADS
6 anos depois...

O sol bateu em meu rosto me fazendo abrir meus olhos com o raio esquentando minha pele. Era quase verão e o sol já estava esquentando dentro da casa.

Eu me virei para sair do sol e vi Luna ainda dormindo ao meu lado. Os cílios grandes aparecendo em cima de seus olhos fechados, boca desenhada e um profundo sono a colocando.

– Papai?

Eu olhei pra porta, vendo Ezequiel, um dos gêmeos, parado segurando seu ursinho de pelúcia e me olhou esperançoso.

Eu abri meus braços e ele sorriu correndo até meu lado e subindo em cima de mim.

– O que você está fazendo acordado essa hora? – eu perguntei acariciando seu cabelo e sentindo o aparelho auditivo em sua pequena orelha.

Nós sabíamos que havia algo de diferente com Ezequiel de acordo com ele ia crescendo. Ele diferente de sua irmã gêmea não reagia à sons altos ou detectava sons da nossa voz, ou quando eu os levava pro trabalho de Isabel e ele não olhava para os animais que faziam sons. Especialmente quando colocávamos músicas para estimular os dois, Isabel gritava dançando enquanto ele não tinha muita reação. Luna insistiu em o levar a um otorrino e ele deu o diagnóstico que nosso filho tinha apenas 40% de audição em ambos ouvidos.

Foi bastante assustador, ainda mais não sabendo o quanto aquilo poderia afetar a vida dele, mas com tratamentos e a língua de sinais que implantamos no nosso dia a dia, ele começou a desenvolver rápido e hoje consegue falar oralmente e com a linguagem de sinais.

Eu acordei com o sol e não consegui voltar mais a dormir. Acho que já dormi o bastante – ele sinalizou mudo movendo os dedos e as mãos em sinais.

Ele preferia os sinais ao invés de falar, mas insistíamos que ele continuasse boçalmente ativo.
E Ezequiel era uma criança muito elétrica e da manhã, como a mãe dele. E ao contrário de sua irmã gêmea, Isabel, que era mais calma.

– Que tal você me ajudar a fazer café da manhã para as meninas? – eu perguntei vocalizando e sinalizando e ele se iluminou.

Não importava com quem nos falávamos, os sinais sempre estava no nosso vocabulário. Ainda mais que Ezequiel ouve um pouco com o aparelho e cada vez mais modernizando, ele mais fica familiarizado com os sons.

Ares pode ajudar? – ele perguntou.

Eu olhei para babá eletrônica, vendo meu caçula de apenas 10 meses dormir profundamente em seu berço.

– Acho que somos apenas nos dois acordados, Ez.

Eu o peguei no colo indo em direção a cozinha.

– Mira qué hermoso está el día, papa! Mama amará! – ele comemorando indo até as portas de vidro que davam para o quintal com grama enorme.

Os cachorros já latiam pedindo para entrar na cozinha pelo o portão pequeno que instalamos e Ezequiel rapidamente os soltou com eles o lambendo todo enquanto ele ria. Eu prestei atenção nas suas palavras, já que eu não era o melhor em espanhol, mas devido essa língua ser a mais usada com as crianças dentro de casa, eu tinha que entender.
Eram três cachorros de Luna. Um Doberman chamado Kato, um pastor alemão chamado Gunn — homenagem ao meu primo que Octávia deu a ideia — e Nena, uma vira lata fêmea que manda nos dois.
Eu sorri vendo Ez brincar com os cachorros e lhe dar ordens para sentar ou rolar com apenas sinais e eles obedecendo. E comecei a fazer um café pra mim, já que Luna ainda se recusava a gostar.

Ezequiel deixou os cachorros brincando com alguns brinquedos e abriu a geladeira tirando os potes com frutas limpas e colocando na bancada.

Ele puxou minha camisa para que eu pudesse o olhar sinalizar.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriWhere stories live. Discover now