23. you don't get me high anymore

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O barulho das aves do bioparque eram como calmantes em minhas veias. Vê-las juntos no viveiro enorme, todas suas cores e formas acalmavam minha visão. O local que eu mais gostava aqui.
Eu andei com passos calmos olhando pelas jaulas que os veterinarios apelidaram de salas de recuperação, vendo cada animal, até que eu parei em frente a onça preta, chamada Jumanji. A placa em cores azul, branca e verde ao lado da sala. A onça dormia em cima da arvore e tinha ataduras por suas patas. Eu me lembrava de quando ela chegou, há quase 9 meses atrás com inumeras queimaduras.
"Menos de dois meses para Jumanji até voltar a seu habitat natural" a placa anunciava apontando para um local na America do Sul onde ela foi resgatada.

– Sr. Mori, que bom o achar.

Eu me virei e Monica, uma das biologas vinha em minha direção com seus cabelos grisalhos, oculos quadrados e jaleco branco alinhados.

– O que posso ajudar?

– A Srta Grayson está na sala com o Sr. Torrance e chegou algumas pepelas de dois animais que viriam do sul da Ásia. Eles precisam da sua assinatura eletronica até amanhã para liberarem o visto.

Eu concordei pegando os papeis em sua mão.

– Pode deixar que eu vou fazer isso agora mesmo.

Ela sorriu agradecida e eu fui até o predio de reuniões. Ivar estava no telefone com Indie em seu colo enquanto ela lia algumas papeladas.

– Isso aqui é um ambiente de trabalho – eu anunciei minha chegada e minha prima soltou uma risada – Como está meu sobrinho?

Ela me olhou e passou a mão na barriga que ainda não tinha volume e se levantou.

– Ainda quietinho, mas muito bem. Nós fizemos outro ultrassom ontem.

Ela pego na sua bolsa uma foto e me entregou. Eram borrões pretos e brancos. Eu não conseguia ver nada.

– Onde o bebê está? – eu olhava para aquela confusão e Indie bufou apontando para um pequeno pontinho branco.

Era minusculo.

– Eu estou de um mês e duas semanas. Ainda está menor que uma framboesa.

Eu olhei para sua barriga ainda reta. Eu estava ansioso para vê-la com barriga. Eu mal lembrava da minha mãe gravida.

Lhe entreguei a foto e ela guardou.

– Viu o proximo jogador de basquete dessa familia? – Ivar desligou o telefone com um sorriso orgulhoso.

– Pode ser uma menina também – Indie advertiu.

– Tanto faz, vai jogar basquete – Ivar rebateu.

– Você sabe que esse bebê vai dividir o DNA com Sec, não é?

O sorriso de Ivar desmanchou.

– Não falem isso na frente do meu pai, por favor – Indie pediu falsamente chorosa.

Eu me sentei em frente a mesa e Ivar me deu uma maquina de digitais. Eu rapidamente coloquei cada dedo que precisava em cima da luz infravermelho.

– Precisa de mais algo? – perguntei.

– Não. Era apenas isso.

Um toque na porta e Monica novamente apareceu.

– Aqui – Ivar pego algumas fichas e entregou em direção a biologa.

– Muito obrigada, Sr. Torrance. Desculpe por incomodar com isso.

– O que é isso? – perguntei curioso.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora