Prólogo

1K 64 38
                                    

Lisa batia os saltos de seus sapatos Louboutin contra o piso de mármore do grande corredor que dava para o seu escritório de doze metros quadros, em um dos mais elegantes edifícios comerciais de Los Angeles.

Ainda não havia se acostumado ao calor da Califórnia, que era demais para uma garota nascida e criada em Nova York, onde as temperaturas eram bem mais baixas, por isso estava ansiando por um ambiente com o ar condicionado no máximo e pelo frappuccino light do Starbucks, que era o seu café da manhã de todos os dias.

— Bom dia, Srta. Manoban! — saldou seu assistente, com um sorriso no rosto e a bebida que ela tanto desejava nas mãos.

— Só se for bom pra você, mon cher... Porque eu não queria ter saído da minha cama. — Respondeu, antipática, tomando o copo da mão dele. — Espero que pelo menos você tenha boas notícias pra mim.

— Bom, Srta. Manoban, eu não sei que tipo de notícias esperaria receber, mas a única novidade que tenho é que a senhorita tem uma reunião com os senhores Ryan, Ian e Brad, às três da tarde, nesse endereço. — Entregou a ela o cartão que a secretária de Ryan havia deixado com ele mais cedo, vendo-a olhar o endereço e fazer uma careta.

— Não acredito que vou ter que enfrentar esse dia de sol! Era só o que me faltava! — Resmungou, bebendo, finalmente, um gole de seu café, já sentada à sua mesa de trabalho. — Isso está horrível! — Disse, com semblante de quem está com nojo, quase cuspindo a bebida. — Quando você vai aprender? Pelo amor de Deus!

— Eu pedi do jeitinho que a senhorita me explicou que gosta. Não sei o que pode ter acontecido. — Argumentou, sem saber o que fazer, o assistente. — Eu posso ir buscar outro. — Completou, solícito.

— Não. — Respondeu, seca. — Deixa pra lá. Esse dia já está uma grande porcaria mesmo. Vai... Vai. — Fez sinal com as mãos, balançando-as, em direção à porta. — Me deixa trabalhar!

O rapaz saiu, deixando a chefe sozinha, e ela começou a ler seus e-mails, a responder as mensagens realmente importantes, a dar alguns telefonemas necessários.

Depois, passou os olhos nos artigos que estavam sobre sua mesa para aprovação, se reuniu com alguns de seus novos subordinados, fazendo questão de demonstrar, como nos primeiros encontros que já haviam tido, o quão rigorosa era, e seguiu para um rápido almoço, com a única amiga que tinha em Los Angeles, antes de, finalmente, seguir para a tal reunião de última hora com seus empregadores.

Chegou ao endereço que o cartão indicava, que era um prédio tão elegante quanto aquele em que ela mesma trabalhava, e seguiu diretamente para o último andar, onde seria a reunião.

Já havia retocado a maquiagem no banheiro do restaurante e, como o carro da empresa tinha ar condicionado, considerou-se suficientemente apresentável, por isso foi diretamente para a recepção do escritório que funcionava no local, e informou à menina simpática que a atendeu que estava ali para ver Ryan Montana.

A garota chamou por outra, que a acompanhou por um longo corredor, abrindo, ao final dele, uma grande porta de madeira escura e imponente. Lá dentro, os três donos da editora para a qual Lisa trabalhava a aguardavam, juntamente com mais três homens, e a garota sorriu, simpaticamente, cumprimentando a todos e se desculpando pela demora, ainda que não estivesse realmente atrasada.

Seu sorriso, no entanto, morreu, logo que ela olhou melhor para aqueles três homens. De repente, Lisa viu tudo ficar branco à sua frente, seu corpo ficou mole, sua respiração ofegante.

Somente teve tempo de ouvir, como se estivessem longe, algumas vozes masculinas indagando se ela estava bem, antes de, por fim, levar seu vestido Prada e sua bolsa Louis Vuitton ao chão, junto com ela.

A Chave Para o Coração - LiskookWhere stories live. Discover now