Capítulo 13

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Era uma cena tão familiar! Seus lábios se devorando, suas línguas se experimentando, os dedos dele correndo pelos cabelos dela, segurando-a firme para mantê-la perto, as mãos dela deslizando pelos músculos dos braços dele, apertando-os um pouco, e mais a cada segundo.

Era uma sensação tão conhecida a do coração acelerando sem controle, dos pelos se arrepiando, da pele se aquecendo, do corpo estremecendo todo por dentro. Ao mesmo tempo era tão estranho aquilo acontecendo de novo, depois de tanto tempo, depois de tantos anos!

Era tão estranho que parecesse bom, certo, necessário, essencial, quando qualquer dado racional que os dois escolhessem levar em conta diria, certamente, que era errado, ruim, precipitado, uma atitude com potencial para o desastre absoluto.

O fato de ela estar usando um vestido simples de algodão, que deixava suas torneadas pernas e seu belo colo à mostra, e de ele estar todo despojado em uma camiseta branca de gola V e jeans de lavagem clara não havia ajudado em nada na tentativa dos dois de se manterem conscientes na presença um do outro.

O aroma do creme hidratante de framboesa da Victoria's Secret exalado por ela e o cheiro de banho recém-tomado que vinha dele, lembrando bem mais o Jungkook com quem ela tinha convivido quando era mais jovem do que o milionário perfumado com Boss que a beijara dias antes, também não estavam ajudando os dois a recobrarem a razão.

Não que ela não o desejasse enormemente como ele era agora, com suas roupas e perfume caros e elegantes, com os fios brancos que começavam a aparecer em seus cabelos, ou que ele não se sentisse atraído pela mulher que ela havia se tornado, mais sensual e confiante ainda do que já era quando mais nova, espetacular sobre altíssimos saltos e roupas cheias de estilo.

Porém, qualquer coisa que remetesse minimamente à parte boa das lembranças do passado intensificava o desejo e diminuía as chances de resistência, consideravelmente. Então, nublado o pensamento, camufladas as condições, esquecido o mundo, seus toques se tornaram mais intensos, mais ansiosos.

Jungkook a puxou e Lisa sentou-se no colo dele, com uma perna de cada lado das suas, sem que os dois deixassem de se beijar por um momento sequer. Enquanto suas bocas continuavam aproveitando ao máximo aquele novo encontro, uma das mãos dele permanecia agarrando-a pela nuca e bagunçando seus cabelos macios, enquanto com o braço livre ele envolvia o corpo dela, puxando-o para mais perto do seu.

Ela, por sua vez, passava as unhas, delicadamente, pelo pescoço dele e pelos ombros cobertos por malha fina. Os dois se separaram, ofegantes, e se sentiram igualmente poderosos ao detectar a intensidade presente no olhar do outro.

Ele começou a beijar atrás da orelha dela, ao longo da mandíbula, do pescoço, do colo, e a acariciar esses mesmos lugares com a pontinha do nariz, aproveitando para embriagar-se do cheiro delicioso dela, enquanto as mãos dela procuravam novos músculos para explorar, dentro da camiseta dele.

Os toques de Lisa encorajaram Jungkook a ir em busca também do contato com novas partes do corpo dela, deslizando suas mãos pelas coxas e costas nuas, e pelos seios cobertos da garota. Através do vestido, ele sentiu os mamilos dela reagirem à sua provocação sutil, enrijecendo-se, mostrando-se, parecendo pedir por mais.

Não demorou muito tempo para que ele estivesse usando apenas sua calça jeans e, enquanto suas bocas assaltavam uma à outra novamente, sem pudores, deslizasse suas mãos pela barriga e pelo bumbum dela, por dentro do vestido, quase se livrando deste também. A pele dela queimava sob o toque dele e os dois se maravilhavam com o familiar som dos pequenos, mas cada vez mais frequentes, gemidos que ambos emitiam.

De repente, no entanto, como se enviada de um universo alternativo qualquer, a canção Here Comes The Sun, dos Beatles, começou a tocar. O som vinha, na verdade, de bem perto, do iPhone que Lisa deixara, minutos antes, sobre a mesinha de centro que havia em frente ao sofá onde eles estavam. Mesmo assim, foram necessários alguns segundos para que os dois se dessem conta de que se tratava de um toque de celular e saíssem da espécie de transe sensual em que se encontravam.

A Chave Para o Coração - LiskookOù les histoires vivent. Découvrez maintenant