Capítulo 17

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O rapaz se mexeu na cama macia, procurando uma posição mais confortável, mas isso acabou fazendo com que seus olhos encontrassem o feixe de luz do sol ainda fraco da manhã entrando pelo vão da cortina.

A luminosidade o fez despertar, mas não abriu os olhos, ainda querendo permanecer entre as cobertas de algodão suave e com a cabeça afundada no travesseiro de plumas de ganso, que era um plus naquele luxuoso quarto de hotel.

Esticou o braço, esperando encontrar ali perto uma certa morena com quem tinha passado, provavelmente, a melhor noite de sua vida, mas tudo que encontrou do lado direito da cama foi o vazio, apesar de o lugar ainda estar quente, entregando a recente presença de seu corpo ali.

Abriu os olhos devagar, tentando se adaptar à mudança, e a viu de pé ao lado da cama, vestindo-se, alheia ao seu despertar.

— Aonde você vai? — perguntou, com a voz rouca de quem acorda, principalmente não tendo dormido o suficiente.

— Para o meu quarto, é claro. Eu tenho que estar lá embaixo às nove horas... E, aliás, você também. — foi a resposta seca que ela lhe ofereceu.

— Mas ainda são sete e meia... — ele argumentou, vendo o horário apresentado pelo relógio digital na cabeceira do lado dela da cama.

— Ainda assim, é melhor que eu vá. — afirmou a morena, que desapareceu, em seguida, para dentro do banheiro, sem esperar que ele protestasse novamente.

Ele escutou a descarga, a água da torneira e o barulho resultante de alguns movimentos dela. Depois, tudo ficou em silêncio por alguns minutos, como se já não houvesse mais nada que ela precisasse fazer no toalete, mas ainda não quisesse sair dele.

— Olha... — ela disse, entrando de volta no quarto e parando em frente a cama. — Isso que aconteceu foi um erro e nós vamos fingir que não aconteceu, ok?

— Como? — ele perguntou, um pouco irritado, sentando-se na cama.

O lençol escorregou, mostrando seu peitoral, o que a deixou mais nervosa do que já estava.

— É isso mesmo que você ouviu. Eu vou pro meu quarto me arrumar e você vai fazer a mesma coisa aqui. Nós vamos encontrar o resto do pessoal pras filmagens de hoje e agir naturalmente... E só nós dois vamos saber que isso aconteceu... E mesmo nós não vamos falar mais disso.

— Ah! Qual é, Jennie? — quase gritou, frustrado. — Você vai fazer o que agora? Dar uma de santa? Creditar a nossa noite ao álcool... ou o quê?

— Nada disso, Taehyung! Eu não sou santa e nem fiquei com você por causa de nada que eu tenha bebido, mas porque já existia essa tensão sexual entre a gente há muito tempo e eu não fui forte o suficiente pra resistir a ela. — sentou-se na cama perto dele. — Foi bom... foi ótimo, na verdade. Mas foi só dessa vez e ninguém pode saber, porque eu estou aqui pelo Jungkook! Porque eu quero me casar com ele! — jogou as mãos ao alto, exasperada consigo mesma.

— Por que se casar com ele, hein? Eu sei que ele é milionário...

— Meu Deus, Taehyung! Eu deveria quebrar essa sua cara bonita agora mesmo por insinuar que eu quero dar um golpe do baú pra cima do Jungkook. Eu só não vou fazer isso, porque você teria que se explicar. — bufou, mas respirou fundo e se acalmou. — Não que eu te deva explicações, mas eu me inscrevi pro programa justamente porque o Jungkook, apesar do dinheiro, sempre foi um cara MUITO discreto. Porque eu admiro projetos sociais que ele criou... porque alguma coisa me dizia que ele era o cara certo pra formar uma família. Até porque ele fez o programa porque quer se casar e quem são os homens que QUEREM se casar hoje em dia? Certamente não você!

A Chave Para o Coração - LiskookWhere stories live. Discover now