Cap IV _ O amuleto

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Lembro de ter acordado tão cansado depois daquela madrugada agitada que mal consegui me concentrar nas tarefas domésticas.

Estava funcionando no piloto automático enquanto colocava as roupas no tanque para lavar. Senti um cheiro forte vindo de uma peça.

Era uma cueca usada pelo meu tio. Eu nunca havia reparado nas cuecas dele. Mas, dessa vez, aquela me chamou atenção por causa do forte odor de suor.

Segurei ela com um certo receio, quase como se fosse radioativa. Era encardida e tão velha que o elástico estava completamente esgarçado.

Eu estava prestes a jogá-la na máquina, mas cogitei jogá-la fora, tamanho era seu estado de deterioração. Acabei segurando-a na mão por mais tempo que o necessário.

Não resisti e aspirei mais uma vez o cheiro produzido pelo corpo do meu tio ao longo de um dia inteiro de trabalho desgastante. Seu cheiro pútrido invadiu minhas narinas, mas não me deixou enojado. Pelo contrário, me senti extasiado, quase suspenso.

Consegui vislumbrar aquela peça sendo comprimida às partes de Ivan no atrito com o banco de couro sintético de seu caminhão. O tecido retendo o suor que escorria de seu corpo no calor da boleia.

Quis sentir mais daquele odor, cogitei afogar meu rosto na cueca branca encardida de meu tio, mas minha consciência recatada me impediu de prosseguir naquela aventura olfativa alucinante.

Então tirei minha própria cueca e vesti a do meu tio. Usei a cueca suja dele o resto do dia, na esperança de que aquele cheiro adentrasse em mim por outros poros.

Senti seu odor me acompanhando em cada passo que eu dava. Gostei de imaginá-lo como um ser onipresente, que me seguia aonde quer que eu fosse.

Tio Ivan, no entanto, me tratou com uma normalidade incômoda nos dias que se seguiram. Parecia não se lembrar do banho que eu havia lhe dado e muito menos do nosso beijo.

Eu fiquei com um roxo enorme na coxa por conta do tombo no box, o que me obrigou a carregar na pele a lembrança daquela noite durante algumas semanas.

Acabei desenvolvendo uma fascinação inexplicável pelo meu tio. Tal fascinação foi crescendo dentro de mim como um monstro que eu mesmo alimentava toda vez que colocava suas cuecas usadas.

Quis saber tudo da vida dele, acompanhava atentamente cada movimento que ele fazia, concordava com cada opinião que ele dava. Passei a só usar suas cuecas sujas, na vã tentativa de me sentir como ele.

Queria roçar o meu pau no mesmo tecido que o membro dele havia roçado.

Depois de algum tempo só usar as suas cuecas não era mais suficiente. Tive que cheirá-las profundamente, me embriagar naquela catinga inebriante.

Carreguei comigo as peças imundas para um canto escuro do quintal, onde vista nenhuma pudesse testemunhar meu novo vício e esfreguei-as na minha cara. Me senti depravado e sujo, mas não consegui resistir.

Era como um dependente químico que se entrega a uma compulsão tóxica.
Cheguei até mesmo a lambê-la para sentir todo aquele aroma salgado.

Seu gosto me invadiu agressivamente, queimando mucosa e garganta. Em compensação, minha saliva ficou por horas impregnada com aquele sabor de molho de peixe.

Queria ter o cheiro dele, ser como ele, agir como ele, foder como ele. Eu não me considerava gay, até porque o meu desejo era ser igual o meu tio e comer as vadias do jeito que ele comia.

Enquanto espiava ele fodendo no quarto, eu tocava punheta na mesma velocidade que ele metia e ficava feliz quando gozávamos juntos. Depois de gozar na cueca usada dele, ia dormir e sonhava com Ivan me ensinando a comer suas vadias, os dois metendo ao mesmo tempo, revezando os buracos.

Os Homens da Casa (GAY)Where stories live. Discover now