Cap XXV _ O casamento (Parte 3)

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Imagino que Davi também esteja submerso em suas angústias, já que ninguém diz uma palavra sequer durante todo o percurso.

Finalmente paro o carro de frente para um despenhadeiro. Penso que esta fuga é justamente como nossa a vida se desenrolou até esse ponto: sem um destino definido, mas sempre se aproximando de um precipício inevitável.

Olhando para Davi ao meu lado, sinto o peso da verdade imutável. A vida que havia imaginado para nós dois, apesar de todos os desafios e obstáculos, parece tão fatal quanto o precipício que se impõe a nossa frente. Jamais poderíamos viver juntos como casal. Somos irmãos, a sociedade nunca aceitaria tal relacionamento.

Poderiamos abandonar tudo e começar a vida em outro lugar, confabulo comigo mesmo. Mas eu tenho um filho, uma profissão. Não dá pra jogar tudo para o alto. Além do mais, quanto tempo poderíamos viver isolados, reféns do medo de sermos descobertos e perseguidos por nosso pecado incestuoso? Quanto tempo até a verdade vir a tona e todos descobrirem que somos dois irmaos vivendo como amantes?

Me pergunto se Davi também havia chegado a mesma conclusão que eu.  Decido romper aquele silêncio tenso, e compartilho minhas preocupações.

"Davi, eu não sei como podemos seguir em frente. Não há lugar para nós nesse mundo como irmãos amantes. Nossa família seria destruída."

Evito olhar em sua direção, com medo de que eu não consiga manter a pose assertiva e inabalável que me cabe na nossa relação.

Davi me encara, seus olhos ainda marejados. "Eu  sei. É uma realidade que não dá ignorar. A gente não escolheu a forma como viemos parar nesse mundo, mas podemos escolher como lidar com isso."

O desespero e a angústia pairam no ar enquanto enfrentamos a dura realidade. No entanto, algo dentro de mim ainda clama por um último  momento de conexão, de proximidade emocional.

Me aproximo um pouco de seu rosto até que nossos lábios se toquem suavemente. Sua  respiração fica ofegante. Nossas línguas se encostam e, antes que pudesse  perceber,  estamos partilhando um beijo apaixonado, como se nos despedíssemos de nossos traumas. Ou se tentássemos ressignifica-los.

Mas um beijo logo já nao é suficiente. Eu preciso de mais. Eu preciso possuí-lo outra vez. Eu preciso senti-lo em meus bracos e protegê-lo do resto do mundo. Eu quero ser sua única fonte de dor e prazer. Nem que seja pela última vez.

Minha mão adentra sua calça e eu espalmo sua bunda, enquanto nossos corpos se amalgamam em toques e gemidos abafados. 

Silencio a voz da minha consciência que insiste em me lembrar que somos irmãos de sangue. Não quero lembrar disso agora. Não posso correr o risco de que Davi perceba meus receios.

Este provavelmente é o nosso último beijo. Eu preciso fazer valer a pena.

Davi empina o quadril apenas o suficiente para que meus dedos alcancem seu ânus. Quero penetrá-lo. Quero fazê-lo meu.

Anseio simplesmente agir sem me preocupar com as consequências.

Suas mãos abrem o zíper da minha calça, revelando meu pau latajando  imponente. Reclino o banco do carro e Davi sobe no meu colo, sem que nossas línguas se desconectem.

Me afasto de seu beijo apenas tempo o bastante para encher minha mão de cuspe. Meus dedos espalham a saliva pelo seu cu, de forma a lubrificar o anel do meu irmão.

Agora é Davi quem está acima de mim, ajeitando o cu para receber meu membro. Seu corpo se contorce de prazer enquanto ele se posiciona para ser penetrado.

Observo-o descendo lentamente. Seu semblante é de dor, mas ele continua tragando meu membro com um sorriso lascivo no rosto, mordiscando o lábio.

Estou completamente parado, apenas testemunhando-o se satisfazer em meu mastro. Admirando sua feição, ao mesmo tempo mundana e ingênua.

E eu quero fazê-lo gemer como uma gazela. Quero vê-lo perder a sanidade e se entregar ao gozo carnal que só eu sou capaz de proporcioná-lo. Quero vê-lo abdicar de todo orgulho e se doar para mim.

Começo a dar leves estocadas em seu cu, enquanto ele rebola com a minha vara dentro de si.

Pela primeira vez ele parece livre. Totalmente despudorado, tal qual a vadia que eu sempre soube que ele era. Pela primeira vez ele não precisa fingir que não me deseja.

Sei que tenho total controle sobre ele. Ele é escravo da minha rola. Está completamente enfeitiçado pelo membro que o sodomiza.

Seu corpo inteiro parece emanar energia. Sua pele atrai meu toque.

Com as janelas fechadas, os vidros do carro ficam completamente embaçados. Nossos corpos encharcados de suor.

Percebo Davi se transformando diante de meus olhos. Assumindo desavergonhadamente sua verdadeira forma a medida que desliza o rabo por toda a extensão da minha pica.

Aquele em nada se assemelha ao garoto que cresceu comigo. Me sinto ainda mais potente e dominante ao perceber que meu cacete tem o poder de transforma-lo em puta.

Não qualquer puta. Mas a minha puta.

Tenho plena consciencia de que tudo o que estamos fazendo é tão impróprio e condenável . Mas me parece tão certo penetrá-lo como se eu fosse seu dono. Como se ele fosse minha putinha. Só minha.

Meus dedos acariciam lentamente suas bochechas enquanto ele goza acima de mim. Sinto seu cu latejando, comprimindo gostosamente meu cacete em suas entranhas. Davi se desmancha em porra e geme languidamente.

Me percebo perdidamente apaixonado.

Não resisto e acabo gozando quase simultaneamente.

Com o cu cheio de minha porra, Davi me encara sem dizer uma palavra. Mas nós dois estamos cientes de que precisamos tomar a decisão mais difícil  de nossas vidas.

Davi suspira profundamente, olhando para o  horizonte inalcançável para além da ribanceira. Ele finalmente quebra o silencio com um tom pesaroso, "você sabe que é o grande amor da minha vida. Mas não há futuro para nós, não podemos viver juntos... Eu... Eu acho melhor voltarmos para o meu casamento."

Aceno com a cabeça. Ainda estou arfando. Não há outra opção para a gente. "É impossível de  explicar o que eu sinto por você, Davi. E isso torna ainda mais difícil deixar você seguir em frente. Mas acho que é o que precisamos fazer."

Davi coloca a mão sobre as minhas, dando-me um olhar cheio de gratidão e tristeza.

"Eu sempre te amarei, Jonas. Mas precisamos encontrar nossos próprios caminhos, mesmo que isso signifique estar separados."

"Acho que a melhor escolha para você é seguir em frente, se casar, construir uma vida que a sociedade possa aceitar." Não, eu não posso chorar! Você precisa ser forte, penso comigo mesmo.

Davi concorda com um aceno de cabeça, suas próprias emoções à flor da pele.  Meu pau ainda esta dentro de seu cu. "Sim, acho que você está certo. Precisamos seguir adiante separadamente, para que possamos encontrar  nossa própria felicidade."

Não quero dizê-lo naquele instante, mas me parece pouco provável que eu pudesse ser feliz sem ele.

A ribanceira escura e silenciosa é a  unica testemunha de nossa decisão. Enquanto o carro começa a se mover, Davi volta a ajustar seu terno no banco do carona.

Momentos depois, eu o assistiria se casando com outra pessoa. Ele faria juras de  amor para alguem que não eu.

Me restaria apenas a satisfação de saber que ele ainda carregaria minha porra dentro. Meu néctar da vida estaria fundido às suas vísceras quando ele beijasse sua noiva no altar.

Parte de mim ainda estaria demarcando a farsa que seria aquele casamento. Meu próprio gozo seria o último sinal de integridade frente a hipocrisia daquela cerimônia.

Caminho de volta ao casamento de meu irmão, ciente de que a vida pode vir a nos separar, mas a memória do nosso amor resistirá  como uma lembrança agridoce do que uma vez compartilhamos.

Os Homens da Casa (GAY)Where stories live. Discover now