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Bem vindos leitores novos, e já estão no direito de me xingar pela porr# da demora. Okay, aceito sem problemas. MAS, PRA COMPENSAR MINHA SACANEADA DE 12 DIAS EM VOCÊS, ESSE CAPÍTULO ESTÁ ENORME.

Então, chega de enrolar o povo,


 Calum POV


O chão da "sala de estar" do galpão de Michael estava repleto de pedaços de jornais, e eu estava sentado em cima de alguns deles, para evitar que "a porra do encosto do sofá"– palavras de Michael – sujasse ainda mais. A parte da frente do meu cabelo estava coberta de papel laminado, envolvendo as mechas com alguma mistura que servia para clarear o tom original. Eu mesmo havia pedido por isso, ainda de manhã, e Michael só concordou porque estava precisando de pó descolorante, e eu disse que pagaria tudo.

Agora, eu estava assistindo-o terminar mais uma de suas telas. Michael não gostava de pintar telas pequenas, por isso sempre ocupava muito espaço trabalhando. Mas, ao final, sempre valia a pena. Ele era realmente bom no que fazia.

Essa tela, em especial, representava uma infinidade de formas, com cores quentes colorindo a parte mais externa, e cores frias no centro, onde as formas tomavam a figura de um lobo. Muito realista por sinal. Os lábios de Michael estavam franzidos enquanto ele trabalhava, com apenas um pincel médio em uma das mãos, e uma tábua de pintura na outra.

— Por que Calum Hood está há mais de dois minutos em silêncio? — ele quis saber depois de um tempo, em seu tom irônico habitual. Não chegou a olhar em minha direção, permanecendo concentrado nas pinceladas, que agora adquiriam um ritmo mais veloz.

A verdade era que assistir Michael me lembrava das horas em claro no meu pequeno ateliê no apartamento. Durante essas noites, Ashton viria até a porta do ateliê, dizendo que meus pensamentos estavam tão altos que o haviam acordado, e se sentaria na poltrona ao canto da sala, para ler um livro qualquer. Não trocaríamos mais que cinco palavras, e o silêncio não seria desconfortável entre nós dois.

— Quero um favor seu — eu murmurei, ignorando sua provocação anterior. Michael riu sarcasticamente.

— Olha, pra quem está dormindo aqui há uma semana, e ainda por cima me fez dar uma de cabeleireiro particular, você está sendo muito exigente, parceiro.

Rolei os olhos teatralmente. — Isso faz parte do kit amigos desde o ensino médio. A culpa foi sua por ter aceitado entrar no meu time no queimado.

— Lembrando sempre que eu era o último a ser escolhido, e você não tinha outra opção — ele comentou, o tom de voz transbordando de rancor.

— Não seja uma mocinha, Clifford. — eu provoquei, e ele apenas me lançou um olhar fulminante por cima dos ombros — De qualquer forma, é outro favor. Você conhece muita gente — comecei, sabendo que essa seria uma boa forma de chegar ao objetivo discretamente.

Michael continuou trabalhando com o pincel. — E você não?

Encarei o movimento de seus ombros, que se tensionavam e relaxavam, conforme ele preenchia o centro da tela com diversos tons de lilás, para contrastar com o pêlo cinza do lobo. — Sim. Mas não do tipo que seja útil nessa situação.

— Já saquei aonde quer chegar, Calum. Quer que eu levante a ficha de alguém. — Michael bufou, como se aquilo fosse perda de tempo. Fez um gesto de descaso com o pincel. —Só preciso do nome, e cinquenta pratas.

— Cinquenta pratas pra levantar a ficha dele?

— Não, pra comer no caminho. É claro que sim, porra! Tá achando que alguém faz alguma coisa de graça nesse mundo?

Close as Strangers ✂ CashtonWhere stories live. Discover now