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Lá vamos nós outra vez. Close as Strangers tá tão na reta final que esse capítulo é um dos últimos. Também é o mais especial, com mais feels e apelação. Todo mundo preparando o lenço, o coração... 

Tô atualizando com uma frequência tão intensa que tô até assustada KKKKK Quem diria, né? 

Calum POV


O tempo cura quase todas as feridas. A dor passa com o tempo, as feridas cicatrizam, e os pensamentos se dissipam. Só que nem tudo segue em frente. Há uma parte de todo mundo que nunca vai embora. 

Quando se conhece alguém especial, é comum que o deixemos entrar em nossas vidas. Ao menos foi o que eu fiz logo de primeira. Abri um espaço em mim que eu nem sabia que podia existir. Um espaço grande, onde caberia tudo a respeito de Ashton. Caberiam as nossas lembranças, as coisas que eu amava sobre ele, os presentes que ele já havia me dado. Como um quarto construído de improviso dentro do meu peito. E ali eu guardei tudo: nossos sonhos, projetos de vida, nossas fotos. 

Tivemos fim e o espaço de repente teve de ceder todo aquele tamanho para outras coisas. Tive de jogar algumas coisas que guardava ali com tanto carinho fora, e o que antes era um quarto se tornou uma única gaveta. Não havia mais sonhos, nem presentes, nem fotos. Apenas o carinho que eu ainda tinha por ele, guardado ali para todo o sempre. Era uma gaveta a qual eu tinha medo de abrir outra vez. 

Eu estava olhando para ela agora. Embora ela existisse no meu peito, também existia no meu antigo quarto, o que ficava na casa da minha mãe. Ainda morava ali quando o conheci, e ali foi onde tudo começou. Sabia que, se a abrisse, acabaria vendo coisas que não queria. Não ainda. 

Mas precisava de espaço. Teria de morar aqui por algum tempo, apenas até fechar um contrato de aluguel, e minhas roupas tinham de ocupar esse móvel. Essa gaveta. Era apenas uma gaveta, então do que infernos eu estava com tanto medo? 

— Calum Hood, quantas malas ainda vão sair do seu carro esta semana? — minha mãe perguntou, me fazendo saltar de susto. Joy estranhou a atitude, estreitando os olhos em minha direção. — Por que está parado ai? 

— Estou com medo de abrir essa gaveta. — eu digo, o que deve soar bastante patético, mas é a mais pura verdade.  

— Talvez encontre um rato. — ela concorda, e faço uma expressão de irritação que diz que não estou para piadas ainda. — Sem graça, entendido. Ah, querido, não acho que possa ser tão ruim. Você nem ao menos quis que eu o tirasse dos porta-retratos. Se agiu com maturidade com relação a isso, faça o mesmo agora. Ou então queime tudo, desde que não seja no meu quintal. 

Rolo os olhos teatralmente. — O que veio fazer aqui mesmo? Achei que tivesse um compromisso hoje. 

— Eu tenho. Michael me recomendou que não te deixasse sozinho por enquanto, porque você pode surtar a qualquer momento. Ele está na faculdade agora, então eu não queria sair mas... bem, você já tem vinte e sete anos. Parece ridículo que eu tenha que tomar conta de você. Por favor, não surte até eu voltar. 

— Ele disse isso? — estou prestes a ligar para ele apenas para xingá-lo. 

Minha mãe faz um gesto de descaso com a mão. — Estou de saída. Nada de queimar as coisas no meu quintal, nada de beber o meu vinho, nada de surtar. Entendeu bem? 

Close as Strangers ✂ CashtonWhere stories live. Discover now