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Calum POV

— Se quer ser educado, — eu faço uma pausa proposital — então tira o restante da roupa pra mim.

A boca de Ashton abre e fecha algumas vezes, incapaz de pronunciar qualquer coisa, e ele não parece estar pensando muito quando faz o que eu peço. Sem desviar o olhar ele retira o suéter, e então a camisa por debaixo deste. Estou nervoso pra caralho, mas o carro está mal iluminado e rezo para que passe despercebido. Usando os calcanhares ele se livra dos sapatos, sendo assistido por mim em todos os seus movimentos.

— Abre o meu zíper. — ele comanda. Sinto o meu corpo inteiro arrepiar com o tom imperativo.

Me inclino sobre ele de propósito, na direção do banco do carona, e deixo minha mão percorrer sua coxa mais próxima, subindo lentamente. Seus olhos claros não me perdem em momento algum, e me sinto um pouco intimidado por isso, embora nem por isso menos corajoso. Sonhei com esse momento tantas vezes, mesmo sem querer. Porque o meu corpo ainda o conhece e a minha cabeça é capaz de imaginar cada detalhe. 

Dedilho o botão dos seus jeans, abrindo-o com uma mão apenas, e puxo o zíper para baixo, deixando meus dedos roçarem em sua virilha. Minha atenção está voltada para minhas mãos apenas só que, quando ergo o rosto por apenas um instante, e percebo o quão próximo nós estamos agora, sua respiração quente contra a minha pele, simplesmente não posso evitar. Abandono o cós da sua calça e deixo que minha mão se acomode na sua cintura. 

Estou me aproximando quando Ashton diz:

— A ultima vez que eu tentei te beijar você me expulsou da sua casa.

Um riso debochado me escapa, e sacudo a cabeça em negativa, deixando meu nariz roçar no dele de propósito. É um beijo de esquimó, algo que costumávamos fazer bastante. Ashton deixa que sua testa se apoie na minha, e seus olhos observam o meu rosto com tanta atenção que sinto minhas bochechas esquentarem. Sei que é estúpido, mas ele ainda faz o meu coração acelerar toda vez que me olha desse jeito; como se precisasse de mim.

— Eu preciso saber como vai ser... — digo, sentindo sua mão subir até a minha nuca, massageando a região carinhosamente, e o toque me faz sentir tão bem que eu o quero para sempre  —  se o meu ressentimento vai nos alcançar mesmo quando...

Mesmo quando transarmos. Não tenho coragem de dizer isso, embora Ashton compreenda mesmo assim. Muitas coisas aconteceram entre nós dois, e se até mesmo a parte física do nosso relacionamento estiver comprometida por conta do passado, não há mais nada a ser feito.

É ele quem toma a iniciativa desta vez. Inclina o rosto apenas um pouco, se aproveitando da nossa proximidade, e seus lábios tocam os meus suavemente. Só que o selinho dura apenas um instante. Ashton passa a língua pelo meu lábio inferior, e deixo que um ofego sôfrego escape da minha boca sem pensar no constrangimento. Puxo o seu corpo para mais perto, beijando-o de verdade. A sua língua está na minha boca, e eu me sinto uma menina de doze anos, porque o homem que está comigo nesse carro poderia me fazer cometer loucuras por ele, as mesmas que já cometi tantas vezes antes. 

Tudo naquela situação grita perigo e arrependimento, e, ainda assim, ela é exatamente como eu desejei que fosse. 

Suas mãos estão em meus ombros para que ele se apoie, e eu agarro a sua cintura com uma força que não é necessária no momento. Deixo que a minha mão escorregue até a sua bunda, e Ashton ri contra a minha boca, murmurando um divertido  — Calum Hood quer ser o ativo hoje?

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