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Talvez vocês estejam se perguntando por que estou postando tão rápido (não acho que ninguém reclamaria disso, mas okay), e é basicamente porque quero encerrar CAS logo. Amo essa fic demais, mas queria trabalhar em outros projetos novos, e esse também já deu o que tinha que dar. Além do que, já tá mais do que na hora desses personagens decidirem o que querem da vida um com o outro, ou sem o outro, vai saber...

Espero de verdade que gostem!

Ashton POV


Era difícil encontrar qualquer coisa aberta às duas da madrugada, mas Calum havia recusado a proposta de ir para o apartamento. Eu não o culpava por isso, o lugar estava cheio dos nossos fantasmas. No chuveiro, no quarto fechado onde um dia o ateliê ficou. Alguns dias eu ficava sentado me lembrando de tudo; outros dias era demais para mim estar ali dentro.

Quando avistei uma loja de conveniência aberta, Calum estacionou o carro na calçada em frente. Nós fizemos silêncio por alguns instantes, e eu decidi que sairia do carro sozinho. Retirei o jaleco, colocando-o no chão do carro, e bati a porta.

Os corredores da loja estavam vazios. O atendente devia ser pouco mais velho que Will, e estava muito concentrado no celular para notar qualquer coisa. Fui até a parte de bebidas e peguei algumas cervejas da geladeira, além de chocolates, e paguei tudo com o cartão, ouvindo o atendente reclamar sobre como aquela vizinhança era vazia e cheia de assaltos.

O vento estava tão gelado que quase me joguei no banco do carona, fechando a porta rapidamente. Uma música estilo blues tocava no rádio, e Calum estava com a testa apoiada no volante. Estudei a sua postura um tanto preocupado. Ele podia estar apenas cansado, ou então...

— O arrependimento já bateu? Eu posso ir embora, se quiser...

Eu poderia, embora não quisesse. Estar ali era o bastante por enquanto.

Calum ergueu o rosto, virando-se para mim. — Detesto isso. — murmurou. — Eu prometi que ficaria longe, que nunca mais insistiria nisso. Meu maior arrependimento aconteceu há oito anos atrás, Ashton. Maldito dia para ir até a Target. Estou o tempo todo me lembrando das coisas ruins, e nem mesmo elas me fazem esquecer as boas. Mas você em algum momento conseguiu isso, e me pergunto se só vai acontecer comigo se eu conhecer outra pessoa.

Cansado, retirei da sacola as embalagens de chocolate. Calum pareceu surpreso tanto com a atitude, quanto com o fato de ter sido tomada por mim. Abri um pacote de m&m's e o entornei na boca de uma vez. Era um do tipo pequeno, e ainda assim encheu a minha boca até o máximo.

Mastiguei lentamente, o açúcar parecendo estranho na minha boca. Há tempos eu não comia besteiras de verdade, e sentia falta disso. O plantão havia me deixado sonolento e letárgico, e eu queria me manter acordado até o final desta noite.

— Nunca vai embora. — eu digo. — Você pensa nisso sempre, mesmo nas pequenas coisas. Eu queria não ter cagado tudo entre a gente, aliás não ter cagado tudo com todo mundo, mas é algo que eu faço. Só que quando eu penso a respeito... — suspiro cansado, mas, antes que eu possa continuar, Calum o faz.

— Nós teríamos terminado mesmo assim. — ele diz. — Nossas brigas eram bem ruins.

— E frequentes. — pontuo.

O silêncio outra vez. Sei que estamos pensando a mesma coisa. Que, se dermos uma segunda chance para o relacionamento, talvez tudo dê errado de novo. Viveremos a vida num loop de sofrimento, e isso não seria saudável para nenhum de nós.

Ao mesmo tempo, estar com ele é tão bom que me faz querer nunca mais deixar esse carro, onde é quentinho e seguro. Onde podemos conversar um com o outro, e existir na vida um do outro mais uma vez.

Close as Strangers ✂ CashtonDonde viven las historias. Descúbrelo ahora