Capítulo um

211 11 3
                                    

Quando meus pais foram mortos pelos nazistas após  a invasão de nossa casa, eu e minha irmã  Ida saímos correndo do esconderijo que brincávamos ;  muitas vezes ficávamos por horas a fio a cantar fingindo sermos cantoras.

Eu sempre tive uma voz bonita.

Ainda trêmula, fiz sinal para Ida permanecer em silêncio.

Era a luta pela sobrevivência pois não queríamos morrer.

Eu não conseguia entender porque estávamos sendo punidos desta forma animalesca.

Eu contava vinte anos e Ida dezesseis.

Me chamo Barbel Zoka e tenho muito o que contar.

Em nossa sutil inocência corremos achando que íamos conseguir  nos livrar  dos homens que nos caçava .

O  medo nos impulsionava , não queríamos  ter o mesmo fim de nossos pais.

Nada adiantou , fomos pegas ,  A  raiz de meus cabelos ardia pelos puxões que me davam e Ida gritava , mas eu não podia ajuda-la. Eu sequer podia abrir a boca . Eu nem mesmo sabia me defender , eu tremia , queria falar mas eu não sabia , era impossível .

Na nossa rua havia corpos por todos os lados , cabeças esmigalhadas, uma sangria sem fim.

Eu procurava ajuda inconscientemente e  via minha irmã  tentando abafar agora seus gritos a cada cadáver e a cada tiro que escutava , a cada povo nosso que era morto.

Em dado momento , por uma fração  de tempo escapuli mas em vão.
Eles eram seis.

Me arrastaram, tiraram ali nossas roupas.

Ida foi para um lado da rua e eu fui para o outro , com três deles , escurecia a olhos vistos, eu não via nada .

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA Onde histórias criam vida. Descubra agora