Quando meus pais foram mortos pelos nazistas após a invasão de nossa casa, eu e minha irmã Ida saímos correndo do esconderijo que brincávamos ; muitas vezes ficávamos por horas a fio a cantar fingindo sermos cantoras.
Eu sempre tive uma voz bonita.
Ainda trêmula, fiz sinal para Ida permanecer em silêncio.
Era a luta pela sobrevivência pois não queríamos morrer.
Eu não conseguia entender porque estávamos sendo punidos desta forma animalesca.
Eu contava vinte anos e Ida dezesseis.
Me chamo Barbel Zoka e tenho muito o que contar.
Em nossa sutil inocência corremos achando que íamos conseguir nos livrar dos homens que nos caçava .
O medo nos impulsionava , não queríamos ter o mesmo fim de nossos pais.
Nada adiantou , fomos pegas , A raiz de meus cabelos ardia pelos puxões que me davam e Ida gritava , mas eu não podia ajuda-la. Eu sequer podia abrir a boca . Eu nem mesmo sabia me defender , eu tremia , queria falar mas eu não sabia , era impossível .
Na nossa rua havia corpos por todos os lados , cabeças esmigalhadas, uma sangria sem fim.
Eu procurava ajuda inconscientemente e via minha irmã tentando abafar agora seus gritos a cada cadáver e a cada tiro que escutava , a cada povo nosso que era morto.
Em dado momento , por uma fração de tempo escapuli mas em vão.
Eles eram seis.Me arrastaram, tiraram ali nossas roupas.
Ida foi para um lado da rua e eu fui para o outro , com três deles , escurecia a olhos vistos, eu não via nada .
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AMOR EM TEMPOS DE GUERRA
RomanceCORRIA O ANO DE 1940. MILHARES DE PESSOAS FORAM PERSEGUIDAS, ATACADAS , E MORTAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ENTRE ELES OS ROMA, CIGANOS. APENAS 10% DA POPULAÇÃO QUE VIVIA NO PROTETORADO DA BOÊMIA E MORAVIA SOBREVIVEU AO HORROR DA ERA NAZISTA...