Capítulo trinta e três

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Um novo caminhão  havia chegado com vários prisioneiros .

Eu tinha visto pela manhã ao sair para a ala 24   e vi também  um grito de Hail Hitlher! Vindo de um dos homens ,  e não era um alemão.

Coitado, era um rapazote que devia ter uns quatorze anos.
Ele queria viver e mostrou toda a sua força , o que irritou os guardas da SS .

- Como ousa ! O rapazola recebeu uma chicotada no rosto indo ao chão.

Eu , que tinha parado para observar , prossegui em meu caminho como se não  tivesse visto nada.

Eu não soube do destino do rapazola , mas soube mais tarde que vários  prisioneiros considerados inúteis  para o objetivo dos nazistas foram parar na Câmara  de gás; muitos deles tinham vidas decentes , eram homens de bem  que simplesmente foram parar na chaminé.

O cheiro de carne queimada era insuportável, estava impregnado em nossas roupas, era como se as suas almas estivessem por toda a parte clamando por justiça.

Nós  convivíamos com os fantasmas o tempo todo e aquele cheiro explodindo no ar em um céu  cinzento , morto .

Cheguei  ao meu itinerário  que era a ala 24 , passei por Batel  que me liberou a  passagem para o meu quarto .

Não  tinha muitas mulheres no labor matutino . Eu era a minoria da minoria.

Deitei na cama alisando o lençol  limpo  e esperei para ver quem era o prisioneiro que seria atendido por mim.
Percebi que os buracos que estavam entre as paredes foram tapados e cobertos , havia um pano imaculadamente limpo na parede .

Mas, aquilo me parecia ser apenas um detalhe . Um detalhe que fez toda a diferença  para quem eu atenderia.

O comandante do pacto que eu fiz estava ali em minha frente . A porta trancada , meus olhos bem abertos fitando aquela criatura que chamara minhas gêmeas  de bichos e que havia me beijado ontem .

Como aquele demônio  ousava mexer tanto assim comigo ? Ele era , bem ele era ... nem sei o que ele era   Mas assim que o vi parado falei:

-  Bom dia Fuher .

- Bom dia. A resposta veio com uma abertura de dentes alvos .

- Estou a sua disposição. 
Eu realmente não  sabia o que falar , Chaya não  havia me preparado para lhe dar com tal situação.

Esperei enquanto o via tirar a roupa , o casaco contendo tantas medalhas que brilhavam .

Ele se aproximou de mim e eu me encolhi na cama , mas estava na espera , eu queria novamente aquele beijo.

O  Fuhrer sentou  me olhou e me beijou , fazendo meu estômago  revirar , eu que deveria ter asco e ele também não  tivemos e no início  foi arrebatador para depois se tornar lento e arrebatador e quente .

Eu estava quente e sabia que o seu sexo estava pulsando .

Ele me deitou não  largando a minha boca ao passo que com uma das mãos  abria as minhas pernas úmidas,
me penetrou , entrou em mim sem dó  nem piedade e eu arfei baixo ; eu queria arfar sem ele ouvir, como me foi orientado mas estava gostando . Eu estava gostando , e estava querendo mais.

E quando  ele terminou nós não  conseguimos nos encarar.Meu comandante  apenas me disse:

- Me servir faz parte do trato .
Quero a sua exclusividade.

- Sim . Fuhrer respondi com agrado.

Ele me olhou   e eu enrubesci . Ele saiu .Eu fiquei ali no quarto .

Nunca me senti tão  bem na vida.

Não  sei porque meu coração  estava tão  alegre.

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA Donde viven las historias. Descúbrelo ahora