Capítulo vinte e sete

40 5 0
                                    

Eu estava sendo preparada para dar prazer aos outros homens que queriam se distrair .

Aos poucos fui eu mesma me acostumando com o que seria a minha nova atribuição.

Um oficial da SS , de maior patente foi morto drasticamente quando comia e então  vi mais atrocidades , porque atiraram sem piedade  porque  como não conseguiram identificar de onde veio o veneno ao que ele passou mal quando comia, eles levaram mais de vinte judeus e atiraram em massa em suas cabeças  e depois  penduraram seus corpos  na cerca elétrica e mais vinte foram direto para o crematório o que me fez ter mais vontade de vender o meu corpo para sobreviver.

Ninguém  sabia se a guerra iria acabar um dia , mas eu sabia que tinha certeza da minha atitude .

Fui alertada que havia uma associação  clandestina  de declaração  de guerra aos nazistas. O seu maior objetivo era salvar o maior número de prisioneiros.

Conheci médicos, cantores, eletricista , fotógrafos, homens e mulheres de bem cuja vida foram destroçadas,
Mas até  o momento  não  via  nada porque estava me preparando, só  ouvi falar da associação por uma das mulheres do alojamento em que estava. Era Tudo muito sigiloso e o perigo rondava, então  dei atenção  ao que vim fazer como novo ofício.

A  minha preparação  consistia em bom banho , alimentação  e boa dormida .

Eu teria que ganhar mais peso, estava esquelética .

Me instalaram em uma das alas com várias  mulheres que faziam o mesmo que estava eu , prestes a fazer.

Tinha umas sete mulheres onde me colocaram e todas eram de bem. Eu era a cigana entre elas, mas não  me discriminaram.

A promessa era que algumas delas sairiam do inferno em seis , no máximo  oito meses, mas algumas estavam naquele trabalho  há  um ano.

Eu não  tinha ilusão  a não  ser salvar a vida de minhas meninas e de quem pudesse.

Elas tinham algumas vantagens, pois trabalhavam também como artistas Para disfarçar  o que realmente faziam.

Em uma semana de estadia ali eu era outra pessoa. Meus peitos agora tinham uma forma mais cheia assim como meu rosto , pois eu estava me alimentando melhor .

Eu  conseguia até  sorrir quando sabia notícias das gêmeas  que estavam trancafiadas em uma das salas de experimentos.

Elas não  foram soltas , não  ainda, o que me dava um desconforto leve  porém , ao saber que estavam vivas já  me aliviava.

Eu não  via a hora de deitar com qualquer prisioneiro ou mesmo, guardas para vê- las livres, queira Deus que eu não  fosse enganada, como alguma daquelas mulheres ali.

- Você  não  precisa fazer muita coisa , disse- me uma delas. É  só  entender a linguagem  do corpo deles e deixar que eles a conduza.

Eu ouvia atentamente e um pouco apavorada pois vinha sempre à  minha mente os vários  homens que  me estuprara quando me pegaram.

Era tudo ou nada . Não  era hora para fraqueza.

Eu ganhei uma outra roupa que não era o meu uniforme e também roupas de baixo. Ri quando as recebi e fui inquirida por uma das mulheres:

- Porque  está  rindo.

Alisei a roupa que me estenderam e disse:

- É  um alívio, isto que estou a fazer e todo este lugar .Não  há  mais percevejos e agora tenho mais espaço  nesta cama. Lá  era  um beliche apertado. É  um luxo . 

A prostituta sorriu  para mim e falou:

- É  verdade , eu também  senti isto quando vim para cá. De professora à  puta.

- Você  era professora?

- Sim . E era casada , mas meu marido foi morto    assim que cheguei aqui,  então  , tive que me virar para ficar viva.

Ele era músico  , mas não
teve tempo de dizer quem era para ser aproveitado em alguma atividade.

- Eu sinto muito.

- Não  sinta, faça  seu trabalho e ganhará  um pouco de paz. Nada de ruim irá  te acontecer .

Eu assenti , mas tinha meus planos dentro de mim. Eu queria me salvar , e salvar mais gente . Eu só  não  sabia ainda como.

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA Onde histórias criam vida. Descubra agora