Capítulo quarenta e cinco

38 4 0
                                    

Chaya se mostrou apreensiva quando me viu conversando com o soderkomando 62273 , pois me revelou mais tarde que ele era um  dos prisioneiros que sabia estava ligado a uma amiga sua , eles namoravam em segredo, porque não  se podia ter uma relação  de intimidade em Auschwitz e eu desconfiei que era ela.

Chaya  perguntou o que ele dizia:

- Não  tema , eu o conheço  desde que aqui cheguei . Ele é  confiável. E  você? O conhece?

Chaya assentiu que sim :

- Ele e uma amiga são  apaixonados. Mas aqui como você  sabe é  impossível  viver esse amor. Se um dia toda este pesadelo acabar eles se casarão.
Eu tive a certeza que a tal amiga era ela  embora o 62273 nada me falara .

Mas sobre o que vocês  conversavam?  Chaya continuou a me inquirir:

- Nada demais respondi,  à minha vida antes de tudo isto começar.

Chaya balançou  a cabeça e afirmou como se soubesse  o que estávamos  falando:

- Muito cuidado , com o que você  quer fazer , aqui tudo é  muito raso. 

- Eu sei , mas ... obrigado por me avisar .  Chaya se dirigiu a ala 24 para a sua rotina .

Eu voltei a cirzir as fardas dos prisioneiros, uma atividade que estava fazendo por ordem de pessoa do Frauher. 

Talvez uma forma de me manter viva, e foi Batel em pessoa que  havia me informado  desta  função  temporária .

Eles não  podiam me manter sem nada a fazer.

Não  sabia o que era verdade  naquela estória, mas procurei fazer o que me mandavam.

Eu estava dolorida e frustrada  mas sabia que precisava estar viva , se quisesse sair dali.

Dois dias após  fui surpreendida por Renate :

- Pegaram alguns dos fugitivos .

- Otto? Eu quis saber.

- Não. Nem sinal dele , Renate falou aliviada.

Mas, antes de ir ele me falou que tinha uma coisa para mim escondida lá  onde estão  construindo o outro campo.

- Você  foi lá ?

- Sim e olha .

Vislumbrei um papel amassado  das mãos dela e  nele havia  uma quantidade pequena de ouro, mas que garoto !  pensei,  ele era muito esperto.

- Vou guardar Barbel, ninguém  encontrará , vai nos servir .

Não sabia como me comportar vendo o montinho de ouro nas mãos  de Renate , era ouro roubado, mas seria de grande valia.

Renate riu e fez sinal de silêncio com o dedo  indicador, o que me fez dar um riso nervoso.

Era uma tarde de frio congelante . A captura de alguns dos prisioneiros dava um desânimo  . Eles foram interrogados e torturados para que delatassem os que se foram na fuga, mas  nada conseguiram.

Eles foram  enforcados após  a tortura.

Eu supliquei a Deus pelos que estavam longe e não  tiveram o triste fim de seus companheiros de fuga.

  

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA Where stories live. Discover now