Capitulo cinquenta e seis

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Batel ouviu tiros e saiu correndo, Irena fora atingida no peito e ela não  podia ficar ali para levar a culpa de um crime que não cometeu . Irena desarmou no chão  , seus olhos estavam abertos mas ela não  estava mais entre os vivos.

Um soldado retirou Barbel do buraco e disse:

- Vamos , não  temos tempo a perder , eles estão  vindo.
Barbel estava frágil mas entendeu que era alguém  que podia confiar .

Àquela altura confiar ou não  confiar não  fazia sentido.
Correram, Barbel quase morta, mancando até  um dos matos da extensa propriedade onde estavam construindo o Auschwitz  Birkenau II .

Havia uma trilha entre os matos que dava para a floresta.

O soldado ia na frente com uma arma na mão, arrastando Barbel , esta procurava acompanha-lo , mesmo sem forças , a queda que levou ao buraco bateu as costas e a cabeça.  Estava dolorida , mas o frio era pior.

Chegaram agachados a uma casa coberta de galhos e árvores; Adentraram e caminharam , pois a casa era apenas um disfarce , eles tiveram que caminhar por um túnel  até  estarem a salvos.

Quando chegaram quase ao final Barbel se deparou com vários  fugitivos entre eles a médica  que impedia as crianças  judias a nascer.

Alina, era seu nome e muitas mulheres desesperadas a procurava quando descobria que estava grávida.
Do jeito dela ela havia salvado várias  crianças  que seriam condenadas à  Câmara  de gás.

- Como vai Barbel , me disse se aproximando de mim.

Seja bem vinda ao nosso grupo.

O grupo consistia em quinze e o túnel  tinha uma estrutura forte. Havia armas por todos os lados e fardas nazistas.

Então  Barbel compreendeu ao olhar o guarda :

- Você  não é  alemão?

- Claro que não  , respondeu o soldado acendendo um cigarro.

Alina foi quem falou primeiro :

- Eu escutei toda a conversa entre Irena e Batel , eu estava presente porque ela sabia que eu fazia os procedimentos abortando as crianças  e ficava feliz a cada criança que não vinha ao mundo. Era motivo para comemorar com vinho.

Mas eu nunca concordei com os seus métodos  doentios . O comandante Karl sabia que ela estava articulando algo e me pediu que a ajudasse quando soube do que ela pretendia fazer através do que lhe passei informando-o , ela iria mata-la.

Eu  aceitei o seu acordo porque  não  me sentia mais útil. 

Foram tantas crianças, eu me sufoquei  com meus atos e queria sair do caos em que entrei.

Por isto estou aqui. Logo a guerra irá  terminar e estaremos livres.

- Mas você  é  alemã, falei sem compreender , será  presa .

- Eu sou humana e não  aceito assim como o comandante Karl  e tantos outros este massacre. Por isto estou fugindo. Não  serei pega.

- E agora ? O que vai ser de nós?

- Vamos ficar por aqui para trazer o maior número  possível de judeus e prisioneiros.

Muitos deles já  se foram a exemplo de suas filhas. Elas estão  livres e em segurança.

Meus olhos se encheram de lágrimas  porque elas estavam salvas e uma saudade inundou o meu peito.

Levaram Barbel para se lavar e descansar .ali o frio ainda existia.

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