Capítulo sessenta

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Levei um choque quando vi na minha frente a cigana Ina em nosso esconderijo trazendo nos braços  seus filhos Guido e Gui mortos e unidos.  Ela chorava muito , não  queria deixar seus filhos para serem sucumbidos pela Câmara  de gás.

Uma cena terrível de se ver.

- Eles atraíram meus meninos com balas e doces e eles foram , só  depois de muito procura-los é  que os achei assim através dos SS amigos.
Ela falava acariciando os dois meninos grudados , sendo que as suas costas foram costuradas pelo anjo da morte.

- Como conseguiu tirar de lá?

- Já  disse os guardas e estes aqui me deixaram levar as minhas crianças, havia muitos. Trouxe os meus filhos para cá  para ser enterrado e não cremado.
Todos ali no esconderijo  choraram com aquele espetáculo monstruoso.
Saímos então do esconderijo  e acompanhamos aquela pobre mulher.

Cavamos com uma pá  um buraco bem fundo e colocamos os gêmeos costurados.

Pobre deles , se muito tinham eram quatro anos.
Depois que  estavam no buraco é fomos falando, fizemos uma oração  em silêncio.

A mãe havia se afastado um pouco . Seu olhar perdido no nada .

Ia ser muito difícil  recuperar aquela alma tão  execrada , pensei ao me dirigir para dentro pois estava congelando .

Não  demorou muito ouvi um grito de uma das fugitivas dali e um tiro . Uma roda de sangue saia  da cabeça  dela .

Ela tinha pego a arma de um dos soldados que a acompanhou até  ali e se matou.

A consternação  foi geral mas a aceitação  foi entendida. Nem toda mãe  suportaria viver assim.
Depois que conseguiu enterrar seus filhos ela encerrou a sua vida na terra .

Talvez fosse para o céu  como muitos outros ou não.
Nós  não  tínhamos está certeza se merecíamos o céu.

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