Summer

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Summer olhou para o seu colo, onde suas mãos pálidas e úmidas esfregavam-se umas contra as outras de forma inquieta. As cutículas de suas unhas, ela observou, formavam grandes linhas ao redor dos seus dedos, que ardiam a cada vez que Summer arranhava a própria pele em buscar de escape para a ansiedade que tirava o seu fôlego.

A saia do seu vestido balançava com a brisa leve que soprava do mar, e as vezes Summer desviava o olhar para encarar os seus pés, que estavam imundos de sangue seco e terra. O seu estômago embrulhava ao lembrar-se dos acontecimentos daquela manhã, o terror das palavras de Limbrey e a cena dos homens mortos pelo chão ainda frescos em sua mente.

Um lampejo de memória passou por sua cabeça ao se lembrar do homem que salvara a ela e à Rafe. O seu tio. "Irmão do meu pai." A garota fechou os olhos com força.

Aquilo não parecia ser real. Não mesmo.

Ela abriu os olhos novamente ao sentir as mãos delicadas de Kiara caírem sobre o seu colo. A garota a olhava com um olhar de tristeza e compaixão, e sem nenhuma palavra, separou de forma gentil as mãos de Summer para que ela parasse de arrancar a própria pele.

Summer retribuiu com um sorriso fraco, sentindo-se tão adormecida que mal conseguia sentir as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ela deitou a sua cabeça sobre os ombros de Kie, respirando profundamente e ignorando a dor intensa que se espalhava pelo seu peito.

Seus olhos passearam pelo pequeno quintal de Bob, para onde todos os pogues haviam sido mandados para que o médico pudesse se concentrar. Ele não teve que pedir duas vezes, aliás, nenhum dos garotos tinha estômago o suficiente para olhar o próprio amigo ser aberto bem na sua frente.

Summer olhava para o rosto de cada um, tentando ler suas emoções e absorvendo a tensão que rodeava os amigos. Todos estavam sentados em um círculo pelas cadeiras do restaurante ou até mesmo pela bancada de madeira da varanda. Os garotos olhavam para o chão de terra, encarando os próprios pés ou as próprias mãos.

John B. abraçava o corpo de Sarah, que deitava sobre o peito do garoto enquanto encarava um ponto distante do outro lado do quintal. Ela possuía uma profunda preocupação e tristeza no seu olhar, e Summer não conseguia imaginar a dor que ela deveria estar sentindo em saber que o seu irmão estava há poucos metros dali, sendo aberto como um pouco em um açougue.

Pope cruzava os dedos na frente dos lábios, como se estivesse pensando em algo. Summer deduziu que ele deveria estar apenas dissociando, evitando com que aquele momento o deixasse maluco. Pope nunca foi bom em lidar com situações tão delicadas como aquela.

JJ sentava na bancada de madeira da varanda, encarando as suas botas pretas e desgastadas enquanto balançava os seus pés para frente e para trás. De vez em quando, ele levantava a cabeça e olhava ao redor, como se também quisesse ter certeza de que os amigos estavam bem. Pelo o menos na medida do possível.

— Eu sou a neta de Carla Limbrey — disse Summer de repente, sem fazer questão de levantar a cabeça para olhar para os amigos.

Os garotos levantaram os seus olhares para encarar a amiga, franzindo as sobrancelhas diante da afirmação. "Eles devem achar que eu sou maluca" Summer pensou. O que não era mentira, toda aquela situação era loucura.

— O quê? — foi a primeira vez que John B. proferiu alguma palavra desde que o grupo havia sido expulso da cozinha de Bob.

Summer levantou-se dos ombros de Kie, que a olhava de forma tão confusa que Summer quase desejou não ter dito aquilo. Mas Summer sabia que precisava dar uma explicação para tudo aquilo, e ela também sabia que os garotos estavam morrendo de curiosidade e preocupação para saber o motivo pelo qual ela e Rafe haviam sido sequestrados, mas não haviam perguntado até o momento porque poderia parecer  "inapropriado".

Kook Prince Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora