CAPÍTULO VINTE

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(continuação do capítulo anterior)

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O nervosismo toma conta e meus olhos ardem por estar segurando o choro. Theodore não merece minhas lágrimas, tão pouco minha raiva. Trinco meus dentes e respiro fundo. A cada andar que o elevador descia pedia silenciosamente que não parasse em nenhum até a portaria. Com a mente fixa na ideia de que preciso ser indiferente a ele, mas ao mesmo tempo me sinto uma idiota por ter confiado em um homem. Não! Ele é um canalha, isso sim! Que graças a Deus pude atestar no presente, o futuro tenebroso que teria ao seu lado. Theodore é fiel apenas aos seus impulsos e desejos carnais. Me ocorreu que poderia até mesmo estar me usando para alavancar seu status social e ascensão ao poder e dinheiro.

Ao chegar na calçada vejo um táxi com bandeira verde e aceno. — Obrigada Deus por ser tão bom comigo. — Cochicho comigo mesma.

Digo ao motorista nosso destino e em alguns minutos estamos em casa. Entro correndo, mesmo descalça e subo até meu quarto. Não vi se tinha alguém no trajeto até o meu único refúgio e imediatamente pego minhas malas que estavam em um canto no closet. As abro e vou até os cabides e gavetas, esvaziando-os.

— Pra mim chega dessa merda! Nunca me senti tão humilhada em toda minha vida. Não vale mais a pena continuar com isso. — Reverbero enquanto enfio as roupas de qualquer jeito nas malas. — Ethan que faça o que quiser, me recuso a ficar aqui. Esse lugar só me trouxe dor e sofrimento. Obrigada vida pelas lições, mas sinceramente preferia ter ficado burra!

Finalmente, me sentindo sozinha deixo as emoções fluírem soltas. Me ajoelho no chão e apoio minha cabeça contra a borda da cama. Parece que tudo vem à tona, todas as lembranças, promessas não cumpridas, acordos malfeitos, passos mal-dados... Sentimentos renegados... O choro sai sufocado e meu peito arde, dói, sangra. Os soluços reverberam em cada canto daquele maldito cômodo. Desde que cheguei aqui, nunca o senti como meu verdadeiro lar. Nesse momento duvido até mesmo se meu próprio pai me ama de verdade ou se está apenas jogando comigo como se não passasse de uma mera peça em seu tabuleiro de xadrez.

Encaro sobre meu colo, minhas mãos apoiadas e me pergunto o porquê não meti um tapa na fuça daquele desgraçado. Marcar meus cinco dedos em seu rosto, fazê-lo sentir um milésimo da dor que sua ex-esposa sentiu e por mim também, afinal fui traída da pior maneira. Mesmo que minha intenção era terminar tudo, íamos ter um final digno e certamente ninguém sairia machucado. Eu saí, no entanto. Meu orgulho fora ferido e isso é terrível. Depositei minha confiança na pessoa errada, aliás tudo que tenho feito não poderia resultar em algo bom. Já deveria ter imaginado que aplicar qualquer expectativa em Theodore era como jogar roleta russa com apenas uma bala faltando no tambor do revólver.

Herdeiros - JJKOnde as histórias ganham vida. Descobre agora