𝐏𝐈𝐋𝐎𝐓𝐎

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Era uma tarde de alguma sexta-feira do mês de fevereiro, aproximadamente 17h50. Roger estava dirigindo de volta para casa em seu luxuoso carro enquanto discutia com algum funcionário seu por uma chamada telefônica. O motivo era que teria lançamento de uma coleção de verão marcada pro mês seguinte só que a empresa não tinha nenhuma peça desenhada ou confirmada para a tal. Ele odiava que algo desse errado, pois tiraria de seu tempo livre pra resolver.

- Senhor Griffin, nos escute, nós estamos sem rascunhos de nenhuma peça e sem eles não podemos iniciar a produção. — Meu funcionário me afirma no telefone, mas ultimamente andam tão irresponsáveis que nem consigo mais acreditar neles.

- Não me interessa, Barney, não me interessa! Eu quero uma coleção de verão pronta pra abastecer as lojas mês que vem pra quando lançar. — Digo impaciente, e não, o nome dele não é nenhuma homenagem para o dinossauro roxo, apesar de que na empresa a brincadeira é comparar ele e o famoso ícone infantil. — Se tiver algum erro ou impasse nisso, quem sofrerão as consequências são vocês!

- Mas senhor...

- Chega! Eu estou cansado de tantas desculpas. Eu estou exausto do dia de hoje, eu não devia nem estar discutindo com funcionário uma hora dessa! Se resolvam aí, quando tiverem algo me liguem. — Ele desliga o telefone. — Sinceramente. — Ele suspira fundo. — Argh! Eu estou exausto pra discutir com funcionários, eu quero só chegar em casa e descansar, mas parece que... – Roger mira sua vista a sua frente. – Aquilo ali é uma pessoa?

Roger começou a diminuir a velocidade do carro, e ligou os faróis pra identificar o que estava a frente, e logo ele visualizou perfeitamente que era realmente uma pessoa, especificamente um garoto. Ele estava sentado na beira da estrada, encolhido, vestido com um moletom branco bastante manchado e uma bermuda jeans preta, e ao seu lado uma mochilinha bem pequena. Sua feição era triste, ele parecia abatido e abalado. Roger logo resolveu parar o carro e descobrir quem seria, aquela estrada vivia deserta e não se sabe quem poderia estar andando por aqueles matagais. Poderia ser uma área de alto valor, por conta dos que moravam ali nas mansões, mas através daquelas matas qualquer um poderia ter acesso.

- Eu preciso ver quem é! — Roger diminui a velocidade do veículo. — Parece muito uma criança. — Ele para o carro próximo da pessoa, e lentamente anda até o ser.

Parecer era pouco, era uma criança. Me aproximo da mesma, e do mesmo segundo que ele me vê se aproximando ele ia se afastando, e sim, era um menino, com um semblante bastante assustado.

- S-sai de perto... P-por favor não faz nada comigo! – O garoto o olha assustado e se afasta arrastando-se no chão.

- Ow, calma. — Falo e ele me olha assustado. — Eu não irei te machucar. O que faz sozinho nessa estrada cheia de matagais? É perigoso ficar por aqui ainda mais neste horário, o que aconteceu com você?

Fiz uma breve pergunta pra ele, mas ele não me respondeu, desviando seu olhar e baixando a cabeça. Seus olhos castanhos brilhavam como diamantes e sua boquinha estava levemente a frente formando um fofo bico. Era um garotinho bem tímido provavelmente.

- Tá bom, vamos começar de novo. — Pigarreio e ponho minhas mãos no bolso. — Olá, o meu nome é Roger, qual é o seu nome e o que você faz aqui sozinho?

- ..Eu..me chamo Gabriel... — O menino olhava para o mais velho, baixando sua cabeça logo em seguida. O menino exibia olhos castanhos lindos e um olhar tão doce quanto a melodia de sua voz. — Eu tô sozinho aqui, não tenho pra onde ir.

- Que lindo nome, igual a você. – O elogio e ele me olha meio triste. – Mas, como que você veio parar aqui?

- Eu estava bem. Senti que me abafaram dentro de alguma coisa e quando me toquei eu já estava aqui..

- O que? Que espécie de monstro faria isso com um menino lindo como você? — Fico boquiaberto com a afirmação dele. — Não tem nexo.

- Eu pratico regressão.. Cansaram de mim e me deixaram aqui..

- Como assim? – Pergunto indignado. – Não é possível.

-  Eu morava em um orfanato.. e lá eles maltratavam muito a nós.

- Que barbárie. Eu acho um absurdo total um orfanato fazer isso com uma criança.

- Eu já disse, me vendaram e me jogaram aqui. — Ele respirava fundo. — Eu morava em um orfanato péssimo e sempre que podem eles se livram das crianças e adolescentes aleatoriamente.

- Hum... Mas você não pode ficar aqui. É perigoso e aliás, essa rua aqui não tem postes, vai ficar um breu horrível quando escurecer totalmente. Você ficaria totalmente vulnerável.

- Eu não tenho pra onde ir, eu vou ficar aqui mesmo pra morrer. — Ele revirava os olhos. — Provavelmente me jogaram aqui pra isso mesmo.

- Não vai não. — Várias informações se passam na cabeça de Roger, ele queria um little depois que se separou de sua esposa e não tinha tempo de procurar, agora uma chance de ouro estava disponível na sua vida e ele não poderia deixar aquele garoto ali. — Vou te levar pra minha casa.

- O que? – Ele me olha arregalando os olhos.

- Não posso ir embora e te deixar aqui em baixo de sol e chuva. Fora que, você precisa de um lugar pra ficar. — Digo bem convincente despertando um desespero no menino, provavelmente ele deve ter sofrido muito e desenvolvido muitos traumas ao longo dessa jornada.

- Eu não quero incomodar, você nem me conhece!

- Não preciso te conhecer, vejo pelo seu olhar que não faria nada de mal para mim e eu muito menos para você. – Sorrio enquanto o olho. Ele parece bem mais assustado.

- Mas e sua família? Você não tem filho e nem esposa.

- Não, claro que não. Eu já fui casado, não sou mais.

- E filho você tem? – Ele me pergunta me olhando fixamente.

- Tenho.

- Tem?

- Tenho. Você.

- Que? – Ele me olha novamente e o carrego no colo o levando para o meu carro.

- Que isso? Me larga! – Gritou ele.

- Chega! — Roger entra no carro. — Pare de gritar, eu não vou te fazer mal bebê. Confie em mim.

- Eu estou com medo, eu não quero sofrer novamente.

- Entenda de uma vez por todas! EU-NÃO-FAREI-NENHUM-MAL-A VOCÊ. Entendido?  — Dito isso ele apenas se aquietou. — Ótimo!

O garoto no banco de trás, respirava fundo e falava mentalmente consigo mesmo.

"Espero que nada de ruim aconteça comigo.."

Dessa vez, com o garotinho, Roger seguia estrada a frente em direção à sua casa. O que ele tanto planejava poderia finalmente começar naquele momento. Depois de um tempo sem cuidar de nenhum baby, ele finalmente teria um próprio pra ele amar e cuidar?

Me and My DaddyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora