𝐖𝐀𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐎 𝐖𝐈𝐍𝐄 (Parte 1)

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6 da manhã, estou de pé pronto para o trabalho. Ser o chefe não é nada fácil comparado a tudo que eu tenho que fazer no dia-a-dia. Penso no meu menino, que está dormindo serenamente em seu quarto, não gosto de deixá-lo sozinho, mas não posso me prender 100% dentro de casa.

Roger sai do quarto e logo se dirige ao quarto de Gabriel, que se encontrava dormindo em sono de pedra em seu berço. Mesmo assim, o ruivo conversava com ele.

- Papai vai trabalhar, está bem? Quando acordar, Francis vai tomar conta de você. — Roger diz como um sussurro, dando um beijo na pele clara de Gabriel e indo em direção ao seu carro na garagem.

No volante, enquanto dirijo. Penso na nova coleção da minha empresa que está tendo problemas, fico puto da vida pensando que o mais básico é o que está empatando as coisas. Adiei a coleção em algumas lojas que ainda não haviam recebido as peças, e acho bom chegarem logo. Não quero ter que demitir uma penca de gente novamente.

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Ao acordar, me deparo com Francis ao lado do meu berço. Me assustei e acabei lagrimando um pouco, o mordomo fez acariciou na cabeça e afirmou que Roger havia saído para trabalhar. Estranhei, ele estava todos esses dias em casa comigo.

- Como assim, papai me deixou? — Perguntei, murcho.

- Não não pequeno, ele te deixou sob meus cuidados. Ele volta no fim da tarde, não se preocupe.

- Entendi. — Digo desanimado com um bico nos lábios.

- Irei trazer seu café da manhã. Volto em alguns minutos.

- Não quero comer, Francis... Obrigado.

- Isso não é uma alternativa. Com licença.

10 minutos depois, Francis voltava com um pequeno café da manhã. Variado entre pães, frutas, doces e escolha de sucos. Pego apenas uma torrada e passo requeijão nela, uma mamadeira seria bom, mas só gosto quando meu daddy me alimenta assim.

- O senhor Collin não ia gostar de ver você comendo tão pouco. — Francis olhava indignado vendo que Gabriel comeu apenas um pão e algumas uvas.

- Isso está bom já, obrigado. Não costumo comer muito de manhã para evitar ficar empachado.

- Tome pelo menos este suco de laranja, receita especial.

- Tudo bem.. — Gabriel toma o suco. — É uma delícia..

- Sabia que iria gostar. — Francis ri fraco. — Deseja mais alguma coisa pequeno?

- Que esse suco esteja na hora do almoço.

- Tudo bem rapaz! — Francis riu. — Vá tomar um banho e fazer algo até a hora do almoço. Se quiser ir para a piscina, está liberado também.

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Finalmente estou indo para minha casa, é terrível ficar resolvendo problemas na qual meus funcionários que pago bem caro deveriam estar averiguando. Barney e eu ficamos tanto tempo fazendo ligações e ajustando arquivos que não faço ideia do que é ter articulações nas mãos.

Fiquei assustado ao entrar em casa quando cheguei. Estava um silêncio pra lá de perturbador numa casa que normalmente é barulhenta.

- Cheguei. Boa noite à todos. — Observo o claro e arrumado ambiente, erguendo as mangas de minha blusa social até os cotovelos.

- Boa noite senhor Collin. — Francis me entrega Gabriel adormecido aos meus braços. — Gabriel ao regredir apenas chorou um pouco com saudade de você mas como um fofo bebê, dormiu minutos depois de encontrar a chupeta.

- Perdão pelo incômodo. Procurarei uma babá para ele. Infelizmente não posso levá-lo para a empresa por enquanto, mas garanto que não terá mais trabalho com ele Francis, pode ir descansar.

Gabriel se remexe em meu colo, acordando e choramingando, provavelmente ele estava agoniado com a luz forte da sala em seu rosto. Ele estava com os olhinhos vermelhos, estava gelado e pegajoso. Um banho seria ideal, bem quentinho para mantê-lo confortável.

- Pa-pai... — Ele caía no choro que foi de fraco para moderado.

- Shh shh, calma. — Bato suavemente na costa do meu menino. — Respire e diga pra mim o que foi.

- Eu queria biscoitinho, mas o 'Fancis' nau quis dá pra Biel.

- Chorou por isso? Bebê, assim como você, Francis tem regras a seguir. Ele tem ordens pra não dar besteira pra você comer fora de dia e horário.

- Eu só quelia um biscoitinho... — Gabriel chorou bem fraquinho, junto de um bico nos lábios e uma carinha fechada.

- Amor, você sabe que..

- Eu quelooooooooo! — O mais novo gritou, aumentando seu choro. — Biscoito!!

- Já chega! — Ando direto para o quarto, ainda com ele berrando em meus braços. — Biscoitos não são para meninos chorões.

- MAS EU QUELO! — Ele tenta sair do meu colo.

- EU JÁ FALEI QUE NÃO. — Grito com ele, fazendo o mesmo se encolher. — QUEM GRITA AQUI SOU EU! — Observo os olhos dele marejarem. — Você comeria depois do jantar, mas agora você não tá merecendo. — Me viro de costas pra ele.

- NÃO NÃOOOO! PAPAI! — Ele gritava como se eu estivesse batendo nele, e eu estava quase.

- Chega Gabriel! Que comportamento é esse? — Digo o jogando no tapete do quarto. — Eu não te ensinei a ser assim. Eu quero saber o por que dessa malcriação toda.. Por causa de biscoito?

- Eu.. eu só queria bicoitinho.

- Mas é dia de comer biscoitos? Me diz?

- Nau...

- Então! Não é pra comer biscoito hoje, não mais! Está de castigo, pela sua malcriação hoje! Não te ensinei a ser assim e não sei com quem aprendeu isso. Chega.

- CATIGO NÃO CATIGO NÃO! — repetiu enquanto chorava.

- Não levante a voz pra mim, rapazinho! Eu já estou por aqui com você. — Gesticulo com a mão reta virada na horizontal em minha testa. — Não torre a minha paciência.

Um silêncio mortal tomou conta do ambiente após a minha afirmação, e parece que meu menino mudou da água pro vinho.

- Papai... — Gabriel estende os braços pedindo colo. — Biel tolinho...

- Nada disso, vai ficar sentado aí pensando no que você fez hoje. — Abro a porta indo para fora.

- ..Papai... - Ele me pede colo de novo dessa vez com lágrimas nos olhos.

- Não adianta. De castigo. — Saio do quarto e fecho a porta.

Ando pelo corredor, e começo a escutar o choro dele ecoando. Meu coração se aperta, mas respiro fundo e sigo em frente. Vai ser assim, sem dengo enquanto ele não se comportar. Que história é essa? Biscoitos? Vai precisar de muito pra conseguir esses malditos biscoitos.

Me and My DaddyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora