𝟬𝟬𝟴| Não, por favor não seja verdade.

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Any G..

Eu amei poder abraçar ele depois de tanto tempo, mas eu sei que foi um erro. Nós somos divorciados e divorciados não agem assim.
Talvez no momento em que assinamos aqueles papéis de divórcio não tínhamos certeza de nada, pelo menos eu não.
Eu poderia chegar e conversar sobre tudo isso com ele, mas ninguém entende o quão é difícil você encarar a pessoa que você amou pelos últimos anos. E ainda ter que implorar para saber se ainda existe esse amor? Seria impossível!

Tudo isso que está acontecendo com a Sophie nos deixou mais próximos, e eu não sei se gosto disso. Há um mês atrás ele nunca teria me abraçado daquele jeito.
Eu machuquei muito ele com as minhas decisões, eu fugia de suas conversas para tentar proteger nosso casamento — e me proteger — mas tudo o que eu fiz foi acabar com tudo.

É isso que eu sempre faço. Eu tenho coisas boas na minha vida, e logo eu cometo erros que me afastam delas. Logo mais talvez a Sophie nem queira mais viver aqui, eu não consigo cuidar dela como eu gostaria.
Eu proporcionei aquele divórcio, eu fiz as duas pessoas que eu mais amo sofrerem.

Eu preciso desembaralhar tecidos soltos em minha mesa, isso está tão confuso quanto minha cabeça.
Eu torcia para que o tempo passasse rápido para eu poder sair daqui logo e ir buscar a Sophie na escola.

Eu amo o meu trabalho, eu amo fazer vestidos e desenhar roupas super elaboradas. Mas eu não estou afim de ficar aqui hoje, uma das vantagens de você ser sua própria chefe. Eu posso sair daqui agora, mas isso só vai fazer a minha cabeça focar mais ainda em coisas que eu não quero.

[...]

Depois de uma manhã agitada como essa, tudo o que poderia me alegrar é ver o sorriso da minha filha. Cheguei dez minutos antes na escola e esses dez minutos foram o suficiente para um milhão de coisas passarem na minha cabeça.

E se formos até a casa de Josh?

Sophie irá adorar, eu poderei finalmente conhecer a casa dele, só entrei na casa dele uma vez — tirando o meu sonho — e o mais importante: eu poderei agradecer o que ele fez por mim ontem e hoje ao me mandar mensagem. Era uma ideia ainda a se pensar.

Os dez minutos se passaram voando, então caminhei até os portões da escola antes que o lugar se lotasse de pais. Não demorou muito para eu ver a minha princesa correndo até mim com um papel e a Bibi em suas pequenas mãos.

— Mamãe! Mamãe! Mamãe! — esses gritos de empolgação era tudo que eu precisava para melhorar meu dia. Aceno para a professora que já não é a mesma de antes, ainda bem. Sophie me disse que a senhora que é a nova professora é muito boa para todas as crianças.

— Oi meu amor! Como você passou o dia? — ela me entregou o papel e me estendeu sua mão para podermos andar de mãos dadas.

— Foi bom, mamãe, eu brinquei de massinha, mamãe! — após ter lido o papel que ela me entregou, vi que se tratava de uma reunião de pais. Mais um motivo para ir até a casa do Beauchamp.

— Você quer saber uma coisa, princesa? — eu ajusto sua cadeirinha do carro enquanto suas pequenas mãos me fazem carinho.
— O que mamãe? Me fala! Me fala! — ela é curiosa igual eu.
— Nós iremos até a casa do seu pai! — vi sua animação crescer, mas não durou muito tempo.
— O que foi, princesa? Eu achei que você fosse gostar disso. — eu já estava pronta para dar partida no carro quando observei sua carinha triste.
— Você não gosta mais de mim, mamãe? — ela nunca será capaz de entender o amor que sinto por ela.

𝗜 𝗦𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗬𝗢𝗨Where stories live. Discover now