𝟬𝟮𝟴| Azul!

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Josh B..

Os dias foram passando, e  conversar com a Any já não parecia mais tão estranho. Percebi que os meses que nós passamos sem se falar foram o suficiente para ambos mudarem muito, e quase não se conhecerem. Mas segundo ela, ela gostou da minha versão mais dura e firmada; E eu.. Eu estou encantado com o jeito que Any está aprendendo a não se importar tanto assim com pequenos detalhes.

Lembro de passar os últimos anos dizendo que amava todas as versões da Any, e ela nunca levar tão a sério. Mal sabe ela que agora, por trás de cada conversa que temos existe um Josh que se apaixona cada vez mais por ela. E pelas suas novas versões.

Acho que poucas pessoas entenderiam o porquê eu continuei a amando em silêncio por tanto tempo. O amor muitas vezes não é levado a sério, e é visto como um curto desejo ou uma falta de carinho. Mas o amor que sinto por ela é profundamente mais que isso.

O amor vence o principal empecilho da humanidade, o tempo. Quando um amor é verdadeiramente incondicional ele dura uma eternidade, mesmo que não seja demonstrado.

E eu a amo com a minha alma. E sou incapaz de deixar esse sentimento ir.

Acho que é confuso para ambos uma aproximação tão de repente, isso bagunça os sentimentos que já tão bagunçados. Mas tudo o que tenho que fazer, é respeitá-la acima de tudo. E fazer com que possamos pelo menos ser amigos.

Isso me iria me doer pelo resto da vida. Mas é melhor. Porque eu não suportaria ela totalmente fora da minha vida. Sermos amigos é uma forma dela continuar na minha vida, e não só como mãe da minha filha.

Mas ainda sim seria como uma morte lenta pelo resto da vida viver sem ela. E talvez tenha que me acostumar a carregar essa morte.

É inevitável, todas as vezes que venho no apartamento da Any penso coisas assim. Penso em todas as possibilidades entre nós, até mesmo as que me doem. Mas sou necessário afastar todos esses pensamentos ao estacionar na frente do prédio dela.

Olho pelo vidro para a janela, que sei que é dela. Com cortinas coloridas que batem freneticamente contra a parede por conta do forte vento.

Pego todas as sacolas do banco de passageiro e do chão do carro. São realmente muitas coisas que Any me pediu — Ordenou. — para comprar para a viagem.

Essa é a viagem que vão mais pessoas, ou seja, mais comida, mais entretenimento, mais bagunça. E pela primeira vez, mais uma criança além da Sophie. E ela adorou isso.

E o Noah também, já que Sina estaria junto dele.

Saio do carro, com um pouco de dificuldade por conta das sacolas. Dou um jeito de carregar todas ao longo dos meus antebraços e das minhas mãos.

Passo pela portaria cumprimentando o porteiro apenas com um aceno de cabeça. Vou até o elevador e com o cotovelo eu aperto o botão para as portas se abrirem e em seguida para subir até o andar de Any.

Com a ponta livre do meu dedo, eu aperto algumas vezes a campainha do apartamento dela, aguardando para que ela apareça.

— Oh, oi! — Any reagiu ao abrir a porta, ela ri um pouco pela minha situação “complicada” com as sacolas.

— Papai! É o papai? Papai! Papai! – a voz de Sophie animada saí de dentro do apartamento para fora, quando ela logo atinge minhas pernas com um abraço apertado.

Eu sou obrigado a me agachar, soltar todas as sacolas no chão, e retribuir o abraço apertado na minha garota. O melhor abraço do mundo.

— Deixa eu te ajudar com essas sacolas, que pelo visto você agora tem outra coisinha pra carregar. – ela diz pegando as sacolas do chão, e vendo eu me levantar com Sophie nos braços.

𝗜 𝗦𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗬𝗢𝗨Onde histórias criam vida. Descubra agora