Capítulo XIX: era uma vez a lenda

90 18 16
                                    

🧭

— Sabe que confio cegamente em você — Seokjin disse a Namjoon assim que o mais novo acabou de contar seu arriscado plano. — Mas isso... Namjoon, eles podem apenas não ligar a mínima.

— Vieram buscar Jungkook, estourar o filho do rei na bala de canhão não é exatamente o que se pode chamar de sucesso. Não vão atirar — explicou calmo enquanto via a tensão de seus homens crescer cada vez mais enquanto a bandeira branca era chacoalhada com vigor. — O povo de Joseon não é especialista em navegação, pouquíssimas foram as expedições, eles com certeza não conhecem essa história.

— História, Kim Namjoon, história. É basicamente uma lenda! — Seokjin tentou apelar mesmo que soubesse que era inútil. Ele tinha o controle de praticamente tudo ligado à relação dos dois, ambos gostavam daquilo, mas quando se tratava daquele navio, Namjoon era o capitão e ele não tinha qualquer poder sobre ele. — Uma estratégia escrita por algum escritor louco.

— Ou não — Namjoon se apressou em dizer. — Muitos dizem que ele realmente existiu e que tal façanha também foi real.

— Bem, sabe que morrerei ao teu lado — o mais velho disse por fim, derrotado.

— Não será hoje, querido — Namjoon sorriu deixando um beijo nos lábios contraídos em nervosismo de seu marido antes de se virar para os homens no convés que esperando nervosos por comandos. — Abram as velas como asas de um anjo! Sigam em frente a toda velocidade, vamos dar o mergulho da morte entre os dois navios.

— Suicida! — alguém gritou entre a confusão e Yoongi, que estava sentado com um ar revolto, se levantou irado.

— Suicida é tu que grita com seu capitão, escutem calados a ordem — esbravejou recebendo um olhar questionador de Namjoon. — Eu posso ofendê-lo porque sou seu hyung e seu amigo, eles não.

— Vejo — o capitão concordou voltando a se virar para sua tripulação. — Quem não quiser permanecer, que pule ao mar, pois o Spine seguirá com todas as velas abertas contra o vento mirando o meio dos dois navios inimigos.

A bordo de um dos dois navios da Companhia Fluvial de Joseon, estava Im Jaebum, capitão do navio e comandante daquela missão de resgate, sorrindo em glória.

— Flibusteiro estúpido — disse a si mesmo bêbado de trunfo. — Louco e tolo flibusteiro.

— Devemos arriar canhões? Fechar as portinholas? — Mark Tuan, filho bastardo de uma inglesa e um soldado coreano, imediato daquele navio, perguntou a seu capitão.

— Devemos arriá-los ao inferno! — o capitão Im disse trêmulo de contentamento. — Vamos colocar esses ratos a pique.

— Mas senhor, eles declaram rendição — Tuan tentou interceder pela honra em meio aquela sandice.

— E acha que vamos ganhar mais ouro do rei salvando seu filho e deixando piratas soltos, ou salvando seu filho e descansando alguns piratas no fundo do mar? Deixem que eles se acheguem para que seja possível poupar a vida do príncipe e também porque quero olhar nos olhos daquele capitão enquanto encho sua proa de pólvora os enviando aos braços de Deus.

Jimin, o jovem pirata conhecido por sua sabedoria, integrante da tripulação vizinha, dizia naquele exato momento uma frase que se encaixa bem a esse pensamento do capitão Im, mesmo que não fosse direcionada a ele:

— Sua maldita confiança vai espalhar seu traseiro pelos sete mares! — esbravejou contra o teto da cabine pensando em Namjoon, seu velho amigo, atual alvo de sua impaciência. — Capitão filho da puta.

Protagonistas do Caos | TaeNamJinWhere stories live. Discover now