Capítulo XXIII: era uma vez o pequeno cavalheiro e sua pequena espada

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Uma pobre tartaruga teve seu calmo nadar atormentado por uma onda incômoda, resultado da movimentação de um navio pequeno e estranho chamado Spine Breaker.

A célebre tripulação daquele navio era composta por piratas, um ex-padre com medo de se viciar em sodomia, um príncipe em início de carreira pirata, um filho bastardo do rei de Joseon, o ilustre filho do pirata Moth, um bruxo, um cozinheiro inimigo das panelas, dois gatos, um bando de adolescentes piolhos de pólvora...

A tartaruga em questão não ligava, só queria nadar em paz, mas paz não seria algo possível em Tortuga. Não pela madrugada que se seguiria, não pelo dia que se seguiria, não pelos próximos anos.

Namjoon Kim Moth, capitão do navio e mente por trás da invasão, encarava a ilha que surgia diante de seus olhos, ainda coberta pelo véu da madrugada.

Há muito tempo, o jovem capitão fez uma promessa ao pai moribundo. Piratas tem sua honra, mas não necessariamente são bons em cumprir promessas. Não estamos aqui a julgar a palavra de flibusteiros, mas é que fica mesmo difícil cumprir promessas de moribundos por alguns motivos que podemos listar:

1 - Jornada de trabalho: flibusteiros trabalham o tempo todo, nunca se sabe quando surgirá a marinha ou um inimigo querendo roubar seu nome maneiro de pirata;

2 - Número de homens com o pé na cova: é de conhecimento geral que, ao se deparar com a luz no fim do túnel, todos os homens ficam com um desejo incontrolável de pedir por promessas. A quantidade de "últimos pedidos" que cada flibusteiro recebe ao longo da vida é realmente impressionante;

3 - Pega mal para a fama de mau: onde já se viu um ladrão e assassino cumprindo os desejos de moribundos por aí como se fossem santos? Assim só se conquista mesmo um nome maneiro de pirata atacando algum navio (e assim o ciclo continua perpetuamente).

Mas, voltando ao nosso jovem capitão, ele era mesmo diferente de outros piratas. Ele já tinha nascido com um nome maneiro de pirata, o que o ajudava muito a não ter que gastar tempo tentando matar o Barba Negra (um dos piratas mais perseguidos devido ao seu nome maneiríssimo, alguns dizem que o pobre até mesmo perdeu seus desejos de pirataria depois de tanta perseguição).

Não apenas seu privilégio de pirata nepobaby era o que o diferenciava dos outros, mas também o fato de que ele tinha sido criado com distinta educação, tendo acesso a muitas opções de carreira, optando no final pela de pirata, devido ao desejo de seu pai que estava cumprindo o desejo de sua mãe. Essa história de desejo terceirizado muito dificilmente funcionava, mas a grande verdade mesmo é que Namjoon era apenas um homem muito sentimental e que tinha por seus pais grande amor e admiração — coisa raríssima não apenas para flibusteiros.

O sentimental capitão do navio pirata observava a ilha, mas pensava em uma peça essencial para o seu plano. Como se invocado por seus pensamentos, logo Taehyung estava ao seu lado, lhe oferecendo uma xícara de chá quente.

Por mais que não fizesse nem dois dias inteiros desde que o ex-padre tivesse deixado seu papel de homem da ordem para se tornar parte do seu casamento; para Namjoon, era como se o mais novo sempre tivesse estado ali.

Seokjin e ele não sentiam como se o relacionamento estivesse incompleto, nem estavam infeliz em ser apenas os dois. Mas, quando viram Taehyung pela primeira vez, fingindo ser príncipe e chorando nos braços de Namjoon, algo tomou o coração do casal.

Paixão ao primeiro surto. Algo muito perigoso, mas tudo na vida de um flibusteiro é perigoso, você deve estar pensando. Mas algumas coisas são perigosas para todos, amor é algo muitíssimo perigoso, podendo ser fatal até mesmo para um civil comum sem qualquer vestígio de um nome maneiro.

Protagonistas do Caos | TaeNamJinWhere stories live. Discover now