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𝓓𝓸𝓻𝓷𝓮: 𝓢𝓸𝓵𝓪𝓻𝓮𝓼𝓽𝓲𝓿𝓪𝓵 140𝓓𝓒

Depois do banho Visenya decidiu que precisava escrever uma carta para enviar a Dragon Stone. Sabia que um corvo levaria muito tempo mas mesmo assim não podia evitar de faze-lo, algo dentro dela alarmava-se pela demora em receber notícias de Rhaenyra. Talvez fosse só um equívoco de sua parte e eles não quisessem a perturbar em lua de mel, mas seus pensamentos a perturbavam ainda mais do que um corvo com notícias.

Então, ela deixou Aemond, que agora dormia em sono tranquilo no quarto que compartilhavam, e rumou em direção a torre dos corvos. Seus passos ansiosos ecoavam nos corredores de mármore fazendo-a ainda mais ansiosa e inquieta. Seus olhos se mantinham fixos no caminho a frente que se iluminava pelas tochas presas nas paredes. O sol a aquela altura já se escondia por trás das montanhas dornenses e a noite começava a cair sobre Solarestival.

Visenya sentia um agouro estranho ecoando em sua mente, como se algo não estivesse certo, errôneo em relação a sua mãe e a ela mesma. Não sabia dizer por quê, mas sentia uma escuridão em seu peito desde que se colocou a pensar em pedra do dragão. Havia algo errado, e talvez devesse montar em seu dragão e partir de encontro a sua mãe para ter certeza de que estava bem, mas também havia algo que a impedia, que prendia seu corpo e não a permitia ir de encontro a Canibal e voar para longe dali sem dar explicações.

Quando enfim chegou a torre dos corvos, ela encontrou uma pequena escrivaninha no canto com muitas folhas de pergaminho, tinta, penas e muita cera de vela. Essas que escorriam pelas cantos formando pequenas estalactites macias e levemente amareladas, mostrando o tempo longínquo que a sala não era usada ou se quer limpa. Vis contornou a mesa e se sentou em um puff empoeirado.

Seus dedos trêmulos agarraram uma pena e rapidamente passaram a escrever as palavras em valiriano. Ela lia e relia cada linha escrita, garantindo-se de que receberia uma resposta completa perante suas perguntas. A carta foi escrita em pouco tempo, e revisada várias vezes antes de ser selada com cera quente e um carimbo encontrado em uma das gavetas, Visenya endereçou-a a Daemon, achando melhor direcionar suas aflições ao pai do que a Rhaenyra, que não devia ser incomodada por ansiedade desnecessária vinda de si.

Depois de ter certeza que estava satisfeita, ela levantou-se apressada e caminhou até às gaiolas perto da janela larga, o cheiro de fezes e urina aviária era forte e fez os olhos dela arderem. Visenya retorceu o rosto mas abriu uma das gaiolas e retirou o corvo negro de dentro dela, caminhou até a janela e serviu a mão livre com um petisco para dar ao animal. Esperou que ele comesse e então estendeu a carta a ele, a ave apertou o pergaminho com o bico pontudo e piscou sabiamente.

- Pedra do Dragão - Murmurou a voz suave antes de lançar o corvo ao ar.

Visenya ficou parada na janela observando-o bater as asas e alcançar velocidade para longe dali. A princesa girava os anéis em seus dedos ansiosamente, a lua prateada iluminava o céu de Dorne lindamente, e facilitava sua visão da ave que agora sumia no horizonte. Um suspiro longo deixou seus lábios e ela decidiu sair dali pois o cheiro estava a deixando quase tonta.

Suas mãos cobriram o nariz enquanto deixava a sala para trás, os corredores a frente estavam mais escuros que o normal e ela estranhou, pois as tochas sequenciais estavam apagadas, dificultando sua visão. Ela franziu a testa e apurou os ouvidos, tentando captar algum som alarmante mas nada foi ouvido. Decidiu que não devia se preocupar apesar de lembrar-se das tochas acesas quando veio.

Tateando as paredes, Visenya caminhou pelos corredores escurecidos tentando se localizar e não cair tropeçando em algum móvel. Seus pés agora davam passos tímidos, procurando os degraus da longa escadaria em espiral que a levariam de volta para as áreas comuns do castelo.

᪥𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝕾𝖙𝖔𝖗𝖒᪥ - 𝓐𝓮𝓶𝓸𝓷𝓭 𝓣𝓪𝓻𝓰𝓪𝓻𝔂𝓮𝓷Where stories live. Discover now