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O amanhecer em pedra do dragão era lindo de diversas maneiras, o sol nascia no horizonte colorindo o mar em tons de laranja, amarelo e rosa. E a brisa marítima varria a ilha com leveza, dando a sensação de tranquilidade. De manhã o sossego era inerte, não se ouvia nada além das ondas quebrando e os dragões rugindo de muito longe em monte dragão.

Visenya amava acordar pela aurora e apreciar aquela vista da janela de seu quarto, quando todos ainda dormiam e ela era a única acordada. Seus pensamentos velejavam entre uma onda e outra, sempre quebrando em respostas para suas perguntas internas. Mas nem todas elas eram respondidas da maneira que queria.
Se perguntava o que aconteceria quando enfim voltasse para Kings Landing, por que não podia ficar para sempre escondida atrás das paredes em Dragon Stone, sua vida agora era na capital junto de Aemond, pelo menos até que Rhaenyra assumisse o trono.

Larys Strong era um problema.

Um maior do que era achou que seria. E a vida das pessoas que amava podia estar em perigo caso se abstesse de mais. Precisava traçar um plano, um que fosse seguro e certo desta vez, que não deixasse rastro algum.

E talvez precisasse fazer aquilo sozinha.

Não perturbaria Daemon e muito menos Rhaenyra, com seus problemas. Iria enfrenta-los só, dar um fim a aquela estranha sensação de algo a espreita e acabar de vez com o mestre dos sussurros de Alicent.
E no fim, a rainha perderia uma peça importante de seu jogo, deixando o tabuleiro pender vitorioso para os negros.

Dois peões numa única jogada.

Decidida de seus próximos passos, Visenya afastou-se da janela e virou o rosto em direção a cama onde o tio dormia com serenidade, os cabelos jogados pelo travesseiro e o rosto tranquilo e relaxado pelo sono.
Vestiu-se em um robe de mangas longas e que cobria todo o corpo em um tecido mais grosso para afugenta-la do frio, e saiu do quarto, descalça  no piso de pedra duro e gelado, Anya seguiu caminho em direção aos aposentos de Sor Erryk.

Precisava saber de mais, se ele ouvira alguma coisa que pudesse favorece-la. Erryk havia passado um bom tempo a mercê dos homens de Larys, passou dia a pós dia na companhia daquelas pessoas desonestas e sem escrúpulos, eram burros e tinham língua solta.
Seu caminho aos aposentos do soldado foi feito depressa, e seus dedos ansiosos bateram na madeira maciça e então ela aguardou.

Não demorou muito para que o trinco rodasse e a abertura mostrasse um Erryk sonolento. Tinha a aparência muito mais saudável do que o dia anterior, as cores do rosto estavam mais comuns e os machucados haviam sido tratados.

— Princesa! Pelos Deuses há algo de errado? — alarmou-se ele.

— Não, não se alarme, está tudo bem. — murmurou ela. — Perdoe-me por perturba-lo a esta hora, mas preciso conversar com você.

Sor Erryk olhou para os lados e então abriu as portas um pouco mais para lhe dar passagem.

— Entre vossa graça, perdão pelas minhas vestimentas — Erryk disse enquanto passava um manto ao redor do corpo.

— Está muito cedo, eu quem não devia  estar atrapalhando seu sono. Mas tenho perguntas, e muitas preocupações.

Visenya sentiu-se numa poltrona de frente a dele e suspirou, apertando os dedos uns nos outros.

— O que precisa saber princesa?

Anya suspirou. — Tudo o que puder me dizer, o que ouviu, viu e o que sabe daqueles homens.

Erryk pareceu raciocinar sobre a pergunta, parando alguns segundos para fita-la.

— O que eu sei, é que eles não passavam muito tempo em um único lugar, aparentemente tinham muito dinheiro para pagar estalagens e tabernas, falavam muito sobre planos que o senhor deles tinha com a coroa. — Começou Erryk. — Eles falavam muito, até tarde da noite e muitos corvos chegavam para eles com recados que eram imediatamente queimados, e nunca respondidos.

᪥𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝕾𝖙𝖔𝖗𝖒᪥ - 𝓐𝓮𝓶𝓸𝓷𝓭 𝓣𝓪𝓻𝓰𝓪𝓻𝔂𝓮𝓷Donde viven las historias. Descúbrelo ahora