𝟎𝟑. 𝐑𝐢𝐯𝐚𝐢𝐬.

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Apoiada na parede do banheiro, enquanto o chuveiro molhava seus cabelos claros, Jade sentiu um leve arrepio em sua espinha, seguido de uma pontada em sua mão esquerda, exatamente onde o cavalo havia lhe mordido. Irritada com aquilo, a garota bufou em reprovação. "Como algo tão insignificante poderia ter acontecido comigo?", pensava ela, observando a mão machucada. Por um momento, Jade pensou em seu irmão. O que ele pensaria se a visse naquele estado? Certamente a consideraria fraca por ter permitido que algo tão trivial a tornasse vulnerável dessa forma.

Passou a mão direita pelos cabelos, retirando algumas mechas de seu rosto e deixando-o exposto para ser molhado. Ao sentir a água descer por sua testa quente de febre, Jade sentiu um arrepio em sua barriga e os pelos se eriçarem devido à água gelada. "Inferno...", murmurou ela, piscando os olhos rapidamente. Será que esse dia poderia ficar ainda pior? Era o que ela se perguntava naquele momento.

[...]

Enrolada em uma toalha, Jade caminhava lentamente pelo corredor do quartel, na esperança de chegar logo ao seu destino, o dormitório feminino. Sentia sua cabeça latejar e a garganta arder em sincronia com a mão machucada. Além disso, mesmo após o banho gelado, a febre persistia sem diminuir. "Certamente não é o meu dia de sorte", comentou ela, ao passar em frente ao dormitório masculino e chamar a atenção dos cadetes presentes, que notaram o estado preocupante da colega. Reiner olhou para ela com apreensão, ponderando se deveria se aproximar ou não, temendo suas reações imprevisíveis.

Com calma, o loiro se aproximou de Jade, que ainda estava próxima à área onde os rapazes descansavam de suas atividades. Ao sentir a presença de Reiner ao seu lado, a jovem virou cuidadosamente seu rosto para encontrá-lo olhando diretamente em seus olhos. Ele acenou com a cabeça e sorriu levemente para ela.

- Você poderia não bancar a durona e permitir que eu te ajude, por favor? - questionou ele, apoiando as mãos nos ombros dela e ficando atrás da mesma.

- Só vou aceitar sua ajuda porque sinto que posso desmaiar a qualquer momento. - Jade reclamou, retirando as mãos do loiro de seus ombros e apoiando-se nele.

- Ótimo! Agora vamos. - assim que disse isso, Reiner caminhou com cuidado ao lado da mais baixa, acompanhando os passos lentos da garota.

Enquanto seguiam em direção ao dormitório feminino, os dois permaneceram em silêncio, o que acabou sendo confortável para ambos. Afinal, não tinham nenhum vínculo de amizade e seria difícil encontrar um assunto para conversar, o que poderia ser um pouco constrangedor para ambos.

De vez em quando, Reiner lançava olhares furtivos para Jade, admirando o belo rosto da garota ao seu lado. Apesar de ser bastante áspera e dura, Fleury ainda era vaidosa e se preocupava com sua aparência, sempre se esforçando para estar bem arrumada e apresentável para todos ao seu redor, o que acabava chamando a atenção de alguns indivíduos indesejáveis por onde passava. Jade detestava isso, mas sabia muito bem como se defender dos comentários repugnantes e dos toques indesejados.

[...]

Assim que chegaram ao local desejado por Jade, os dois soltaram um suspiro de alívio. Ainda ao lado da mais baixa, Reiner a levou até sua cama, ajudando-a a se deitar e cobrindo-a em seguida. Com um sorriso no rosto, o loiro sentou-se na ponta da cama, olhando-a com cautela e um pouco preocupado com sua situação.

- Agradeço muito... eu acho que realmente precisava de ajuda. - agradeceu ela, com o rosto levemente corado devido à febre.

- Não foi nada. O importante é que você já está deitada na sua cama. Aliás, você gostaria que eu chamasse uma enfermeira? Você não está nada bem, está com muita febre.

❛ 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐒𝐄﹔₍ 𝕽𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗 𝕭𝖗𝖆𝖚𝖓 ₎.Where stories live. Discover now