𝟎𝟕. 𝐏𝐫𝐚𝐠𝐚.

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- Beijar você!? - questionou o loiro, intrigado.

- Eu gaguejei? Creio que não. - Jade sorriu de canto.

De relance, Reiner olhou para os lábios rosados da menor e um sorriso tímido se formou em seus lábios. Ele claramente gostaria de beijá-la ali e agora, sem nem se importar se fossem pegos por seus colegas ou até mesmo por algum superior. Afinal, estar com ela era como estar no paraíso. Jade era bonita, bastante inteligente e, apesar de sua personalidade duvidosa, era uma boa amiga. Para Reiner, ela era tudo o que ele desejava em uma parceira. O que acabava com suas esperanças de ter um relacionamento com a garota era o fato de que ambos, um dia, estariam em lados opostos, sendo inimigos de guerra.

Sabendo que o loiro não teria coragem para beijá-la, a Fleury decidiu que, outra vez, ela quem teria que fazer as coisas acontecerem. Na esperança de conseguir beijar o rapaz, a menor ficou na ponta dos pés e se inclinou para a frente, quase encostando sua boca na dele, mas o mesmo desviou o rosto.

- Não posso. Sinto muito.

- O quê..? Mas... eu achei que... - balbuciou Jade, sentindo-se constrangida pela rejeição.

- O problema não é você, Jade. Nós simplesmente não podemos ficar juntos. Por favor, entenda isso e continue sendo apenas minha amiga. - pediu Reiner, colocando suas mãos em cada um dos ombros da mais nova.

- Não... Tá tudo bem! Eu nem gostava tanto assim de você. Afinal, quem ia gostar de um cara com um nariz ridículo como esse que você tem? Haha! E esse trapo velho que você veste, pelo amor das Deusas! Por favor, tenha consciência. Eu só queria curtir os... hormônios da adolescência. - ela explicou, apontando o dedo para o nariz do Braun, que ficou paralisado após toda aquela humilhação que acabara de sofrer.

Assim que se deu conta do que havia dito, Jade pôs as duas mãos na boca, arregalando os olhos no mesmo instante. Reiner recuou para trás, querendo sair dali o mais rápido possível; porém, Fleury o segurou pelo braço, apertando o local. Sem coragem para olhá-la nos olhos, o loiro levou sua atenção para um canto qualquer do refeitório, esperando que Jade falasse o que tivesse de falar e o soltasse de uma vez para ir embora dali.

- Reiner! Me desculpa! Eu não quis dizer isso, me desculpa!

Sem dizer nada, Reiner balançou seus braços e conseguiu se soltar das mãos de Jade, saindo dali na mesma hora. Ao vê-lo se distanciar cada vez mais dela, a jovem sentiu um forte aperto em seu peito e uma imensa vontade de chorar. Por que caralhos ela iria chorar se ele não fez nada para magoá-la? Agora, Jade pôde perceber a podridão de pessoa que ela havia se tornado ao longo dos anos. Mas pra quê? Austin não ficaria orgulhoso nem feliz pela pessoa que sua irmã havia se tornado, e saber disso foi como um soco no estômago da Fleury.

Por culpa da bosta de personalidade que ela havia criado para si mesma, Jade começara a perder seus amigos pouco a pouco. Amigos que ela custou ter.

E tudo começou com aquele que ela mais queria por perto, Reiner Braun.

[...]

Durante o jantar, Jade notou que uma certa pessoa não estava presente ali, o que a deixou bem preocupada e sentindo um enorme peso em suas costas. "Ele deve estar fazendo drama, tudo isso para que eu me sinta mal", pensou ela, deitando seu rosto na mesa, o que chamou a atenção de Ymir.

- O que aconteceu? - perguntou a morena, cutucando a cabeça da colega com seu dedo indicador.

- Nada, só estou cansada. - mentiu a menor, virando o rosto para olhá-la.

- Aham, sei...

Enquanto todos jantavam e conversavam tranquilamente, a cabeça de Jade estava um completo caos. Seus pensamentos variavam entre qual seria a reação de Austin ao vê-la prestes a se formar e como estaria o coração de Reiner naquele momento. Mas a resposta para as duas dúvidas era bem óbvia: seu irmão estaria orgulhoso, e seu colega, provavelmente, estaria com o coração partido. Ela estava confusa sobre ir até o loiro e lhe pedir desculpas de maneira correta ou se iria esperar que ele esquecesse daquele ocorrido para voltar a falar com ele, como se nada tivesse acontecido.

❛ 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐒𝐄﹔₍ 𝕽𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗 𝕭𝖗𝖆𝖚𝖓 ₎.जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें