𝟑𝟗. 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐜𝐚𝐬𝐚.

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Jade corou com as palavras do loiro, interrompendo o ato e virando o rosto, envergonhada pelo elogio. Reiner sabia da timidez dela e adorava vê-la corar. Com cuidado, ele a ajudou a se levantar e a sentou em seu colo, apreciando seu rosto corado e suspirando de paixão.

- Quando te conheci, percebi o quão monstruoso eu era... Mas depois de tudo que passamos, sei que posso superar e ter uma vida boa ao seu lado. Eu te amo, Jade. - disse ele, beijando sua testa e abraçando-a com força.

- Traímos a confiança e amizade do povo das muralhas, somos ambos monstros... Mas vamos esquecer isso. Não podemos mudar o passado, mas estou feliz por estar com você apesar de tudo. - respondeu a garota, afastando-se do abraço e olhando atentamente os olhos tristes do loiro.

Mesmo sentindo alegria por poder vê-la diariamente, tocá-la, abraçá-la e beijá-la, ainda me sinto terrível por tê-la afastado de seu lar, separando-a de seus amigos, tudo por causa de um ciclo de ódio entre povos, descontando raivas e frustrações em pessoas inocentes pelos erros de nossos antepassados. Jade era apenas uma criança quando passou por um inferno causado por mim e Bertholdt, perdendo sua única família e vivendo desde então com solidão e traumas.

O olhar dela revela sua exaustão e cansaço, mas ela se recusa a confiar seus sentimentos a alguém, escondendo sua tristeza por trás de uma personalidade falsa, agindo de forma rude e amarga para fazer com que todos a odeiem. Reiner foi o primeiro e único capaz de quebrar essa barreira, revelando uma Jade Fleury diferente daquela conhecida por todos.

- Você é o amor da minha vida, Jade.

Antes que pudesse responder, o loiro envolveu seu quadril com as mãos, puxando-a para mais perto e unindo seus corpos e lábios. Diferente de beijos anteriores, este era desesperado, com ambos lutando para dominar o ato. Superando sua timidez, Jade segurou o pescoço dele com força, fazendo-o arfar entre os beijos.

Ele soltou seu quadril e passou as mãos lentamente por suas costas, arrepiando sua pele. Ele afastou os lábios dos dela e beijou sua clavícula, fazendo-a tremer em seu colo, ansiando por mais toques sensuais naquela região.

- Eu te amo... - Jade gemeu, sem perceber o que havia dito.

Descartando os beijos, ele a ergueu em seus braços e a deitou em sua cama, posicionando-se sobre ela. Seus olhares transbordavam paixão e desejo, desejavam-se intensamente e nada os impediria de se amarem durante aquela noite, mesmo que precisassem acordar cedo para uma reunião no quartel-general no dia seguinte.

Ele abriu suas pernas e se posicionou entre elas, aproximando-se com seu membro, aguardando a resposta dela. Ela assentiu com a cabeça, sentindo Reiner penetrá-la enquanto seus olhos permaneciam fixos nos dela, mordendo seu lábio inferior.

- Eu te amo, Jade. - murmurou o rapaz, afundando-se em sua intimidade, sentindo o quão apertada e quente ela era, arrancando um gemido profundo de sua garganta.

Começando seus movimentos de vai e vem dentro dela, ela só conseguia evitar gemer levando a mão até a boca e mordendo-a, porém Reiner prendeu suas mãos acima da cabeça dela, deixando-a irritada ao morder os próprios lábios.

- Seja cuidadosa e não faça barulho, não estrague tudo.

[...]

A semana passou rapidamente e agora os quatro guerreiros retornavam a Paradis, acompanhados por Jade, que não se sentia tranquila com a situação. Sua intuição dizia que algo daria errado, mas ela preferiu guardar seus maus pressentimentos para si, apesar de estar bastante atordoada. Como da primeira vez em que esteve no barco, a garota estava trancada em uma cabine, mas agora sem a companhia de Ymir, sentindo falta dos comentários desagradáveis da morena e de seu senso de humor peculiar. Observava o mar pela pequena janela, lembrando-se de quando o viu ao lado de Reiner, e de como tudo parecia estar bem, apesar do inferno que haviam deixado para trás.

"Quais são as chances de nos reencontrarmos?" questionava-se ela, pensando nas mil possibilidades de rever seus antigos amigos e ter que lutar contra eles, optando até por matá-los se necessário. Tinha medo de encarar Jean, Connie e Sasha caso os visse, mas sentia ainda mais receio de ver Kirstein, que parecia ter ficado mais afetado com o abandono e traição dela do que Reiner e Bertholdt, dirigindo inúmeros pedidos de explicações principalmente para ela.

Caminhou até sua cama e sentou-se ali, colocando suas duas mãos no rosto, respirando fundo, sentindo-se frustrada com toda aquela situação que estava vivendo e que iria viver, assim que chegasse em Paradis. Estava perdida em seus pensamentos, rezando com toda a sua fé para que não tivesse que rever nenhum de seus companheiros, e teve sua distração interrompida quando uma silhueta pouco conhecida entrou em sua cabine.

- Estou incomodando a senhorita? - perguntou o mesmo homem barbado de algum tempo atrás, fechando a porta atrás de si.

- Não. - disse Jade, levemente desconfiada com a presença do loiro mais velho.

- Oh, você está com medo de mim? Fique tranquila, eu vim em paz.

Segundo o que Bertholdt havia lhe contado, aquele homem se chamava Zeke, seu comandante de guerra. Ele era considerado "o menino prodígio" durante sua infância, quando entregou seus próprios pais ao exército marleyano por serem revolucionários com a missão de derrubar o governo de Marley e restaurar o Império Eldiano. Eles foram transformados em titãs como punição. Essa história só aumentava as suspeitas de Jade em relação a Zeke. Como poderia confiar em alguém que entregou seus próprios pais a um país que os detestava e os tratava mal? Era algo inacreditável.

- Você era amiga de Eren?

- Nós éramos rivais, digamos assim, mas depois nos tornamos colegas - respondeu Fleury, evitando contato visual com o mais velho.

- Sério? Ele era rebelde ou certinho? Conte-me tudo sobre ele! - pediu Zeke, animado, deixando de lado sua postura séria, assustando a garota presente.

- Por que tanto interesse em assuntos pessoais sobre ele? Tenho certeza de que isso não é relevante para a missão.

Nesse momento, Jaeger olhou para a porta da cabine, verificando se estava bem fechada, e então fixou seus olhos azuis nos dela, encarando-a seriamente. Jade engoliu em seco e prendeu a respiração, segurando-se para não soltar um grito como pedido de socorro. Mas ao perceber o quão bem trancada a cabine estava, imaginou que mesmo que gritasse com todas as suas forças, não seria ouvida. E mesmo que fosse ouvida, quem ajudaria contra aquele homem que parecia tão desprezível? Seria ignorada e sofreria nas mãos dele, sem esperança de mudança.

Viu Zeke se levantar e caminhar em direção à porta, trancando-a novamente, o que fez a garota tremer de medo, esperando que Reiner, Bertholdt ou até mesmo Pieck aparecessem para impedir o loiro de fazer o que planejava. Novamente, ele se aproximou dela e ficou em sua frente, inclinando-se em sua direção e fixando seus olhos nos dela, deixando-a tão assustada quanto um patinho perdido.

- Se você associar meu sobrenome ao dele, entenderá por que tenho tanto interesse no garoto. - disse o mais velho, com o rosto próximo ao dela.

- Vocês têm o mesmo sobrenome... - Jade arregalou os olhos.

- Acredito que Grisha Jaeger usou os poderes do Titã de Ataque, um dos Nove Titãs Originais, para chegar a Paradis. Lá, roubou o Titã Fundador e passou-o para seu filho, Eren. - explicou ele, voltando à sua postura normal.

Agora tudo fazia sentido para Jade: o segredo guardado no porão da antiga casa dos Jaeger era a verdade sobre o mundo. "Mas se aquele homem tinha todo o conhecimento em suas mãos, por que optou por esconder a verdade das pessoas, quando poderia tê-la revelado e poupado Paradis de tanta dor e sofrimento?", questionava-se ela, fixando o olhar em um canto qualquer da cabine, tentando assimilar tantas informações de uma vez. Se Grisha Jaeger tivesse compartilhado tudo desde sua chegada às muralhas, as coisas poderiam ter sido diferentes. A Muralha Maria estaria intacta, Austin estaria vivo, Marco e todos os seus companheiros também. Se aquele maldito médico tivesse revelado o mundo além das muralhas, vidas não teriam sido perdidas.

Toda a sua luta, todo o sangue derramado, todas as pessoas que ela perdeu, traiu e feriu, todos os momentos difíceis em sua vida e na vida dos outros poderiam ter sido evitados se aquele maldito tivesse dito a verdade.

❛ 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐒𝐄﹔₍ 𝕽𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗 𝕭𝖗𝖆𝖚𝖓 ₎.Where stories live. Discover now