Gabriela 🌺
Relaxei os ombros e me joguei na cama. Fechei os olhos e tentei dormir, mas não consegui.
Abri meus olhos e me sentei na cama. Bufei frustrada.
O dia hoje tinha sido daqueles. Muita correria e bastante cansativo, a loja na sexta-feira da muito movimento em todo o shopping e lá na loja não seria diferente.
E era nesses dias, que minha mente estava mais cansada e bagunçada, que não conseguia dormir.
Me levantei, sai do meu quarto e fui para a cozinha. Despejei água no copo e fui para a varanda, abri as portas de vidro e me sentei na poltrona que havia ali.
O mar balançava e aquele som me acalmava de uma forma extraordinária. Era sem explicação.
De repente, a campainha tocou e até me assustei com aquilo. Quem será a essa hora?
A campainha tocou e tocou novamente. Sai da varanda e corri para abrir a porta.
Gabi: O que vocês estão fazendo aqui? - perguntei assustada.
Paraguai: Preciso da sua ajuda. - disse ofegante.
Ele segurava o Marcola nos braços e as roupas deles estavam sujas de sangue. Dei passagem e os dois entraram, antes de fechar a porta, conferi se não tinha nenhum vizinho curioso nos corredores.
Gabi: Me expliquem, o que aconteceu? Como vieram parar aqui?
Observei o Paraguai colocar o Marcola sentado no sofá e coloquei as mãos na cintura. Ele tirou a camisa e fez um curativo mal feito no braço, onde o Marcola estava ferido.
Marcola: Caralho, tá doendo. - resmungou.
Paraguai: Deixa disso, porra. Não foi nada.
Marcola: Não foi nada porque não foi você, desgraçado. - Paraguai revirou os olhos e me olhou.
Paraguai: Foi o único lugar mais perto que achamos, já que a pista tá quente e não podemos ir para um hospital. - falou.
Gabi: Como sabem onde é a minha casa? - os dois se olharam e não responderam.
Serena: Que barulheira é essa? - apareceu na sala coçando os olhos. Quando ela abriu os olhos e encarou os dois sem entender. - O que é isto? - olhou para o Marcola, fez uma cara de assustada e se sentou ao lado dele. - O que houve com você?
Marcola: Levei um tiro, né? Não tá vendo? - falou todo grosso e ela franziu o cenho.
Paraguai: Tá maluco, rapa? Responde a mina direito. - bateu na cabeça dele. - Gabriela, eu preciso falar com você.
Gabi: Claro, vem. - Caminhei até a cozinha e ele me seguiu. - O que foi?
Paraguai: Preciso que o Marco fique aqui só por essa noite. - neguei com a cabeça. - Não podemos ir no hospital e nem podemos voltar para o morro agora. Quebra essa, loira, não vai ser nada demais.
Gabi: Paraguai, vocês dois são procurados pela polícia! E se aparecerem aqui? E se alguém denunciar? É muito perigoso.
Paraguai: Isso não vai acontecer, fomos discretos, não tinha ninguém na rua, nem no prédio. - suspirou. - Só essa noite... livrei vocês naquela noite, me devem uma.
Passei a mão no rosto e olhei para o Marcola, que ainda estava no sofá. Serena não estava mais lá e respirei fundo.
Gabi: Tudo bem. - sorriu. - Mas só por essa noite. - ele assentiu.
Paraguai: Ele precisa de um banho, a bala passou de raspão, então não foi nada sério. - disse.
Gabi: Tem um quarto de hóspedes com um banheiro. - ele assentiu. - Só não vamos ter roupa.
Paraguai: Amanhã de manhã eu trago uma para ele. - assenti.
Gabi: E para onde você vai?
Paraguai: Eu tenho meus contatos. - franzi o cenho. - Amanhã eu tô de volta.
Gabi: Se quiser ficar... - deixei no ar.
Paraguai: Adoraria.. mas não posso. Tenho que resolver uns bagulhos antes.
Gabi: Tudo bem.
Paraguai: Obrigado. - sorri pequeno.
Ele tocou no meu braço e alisou de leve, me olhando fixamente. Voltamos para a sala e o Marcola se levantou do sofá.
Marcola: O que ainda estamos fazendo aqui? - perguntou. - Vamos embora.
Paraguai: Você vai ficar e eu vou.
Marcola: Que? Fumou droga estragada, Rian? - ele negou com a cabeça. - Isso vai dar BO, tô te falando, irmão.
Paraguai: Não vai, confia. - olhou a hora no relógio. - Eu vou indo. Gabriela vai te ajudar se precisar. - levantei uma sobrancelha. - Não faça drama e obedeça ela.
Marcola: Ih, tá achando que sou pivete? Me respeita, porra. - ele fez bico e o Paraguai revirou os olhos.
Paraguai: Amanhã eu tô de volta, sossega. E trate elas bem. - virou de frente para mim. - Volto logo. - assenti. - Valeu, loira. - piscou o olho e sorri.
Ele se aproximou e beijou minha testa. Se afastou e vi ele abrir a porta e ir embora.
Eu não sabia o motivo de aceitar isso, mas algo me dizia que era o certo. Que, em um futuro próximo, eles na minha casa viraria algo bem comum.
Só queria que não desse problema. Era o que desejava todas as vezes.
____________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sintonia
RomanceSerá que os opostos se atraem, ou apenas os dispostos se ligam? Gabriela é uma mulher que mora na Zona Sul do RJ, junto com sua amiga, Serena, vão para um baile apenas para se divertirem. Porém, mal elas sabiam que suas vidas iriam mudar a partir de...