Capítulo 09

836 50 1
                                    

Gabriela 🌺

Relaxei os ombros e me joguei na cama. Fechei os olhos e tentei dormir, mas não consegui.

Abri meus olhos e me sentei na cama. Bufei frustrada.

O dia hoje tinha sido daqueles. Muita correria e bastante cansativo, a loja na sexta-feira da muito movimento em todo o shopping e lá na loja não seria diferente.

E era nesses dias, que minha mente estava mais cansada e bagunçada, que não conseguia dormir.

Me levantei, sai do meu quarto e fui para a cozinha. Despejei água no copo e fui para a varanda, abri as portas de vidro e me sentei na poltrona que havia ali.

O mar balançava e aquele som me acalmava de uma forma extraordinária. Era sem explicação.

De repente, a campainha tocou e até me assustei com aquilo. Quem será a essa hora?

A campainha tocou e tocou novamente. Sai da varanda e corri para abrir a porta.

Gabi: O que vocês estão fazendo aqui? - perguntei assustada.

Paraguai: Preciso da sua ajuda. - disse ofegante.

Ele segurava o Marcola nos braços e as roupas deles estavam sujas de sangue. Dei passagem e os dois entraram, antes de fechar a porta, conferi se não tinha nenhum vizinho curioso nos corredores.

Gabi: Me expliquem, o que aconteceu? Como vieram parar aqui?

Observei o Paraguai colocar o Marcola sentado no sofá e coloquei as mãos na cintura. Ele tirou a camisa e fez um curativo mal feito no braço, onde o Marcola estava ferido.

Marcola: Caralho, tá doendo. - resmungou.

Paraguai: Deixa disso, porra. Não foi nada.

Marcola: Não foi nada porque não foi você, desgraçado. - Paraguai revirou os olhos e me olhou.

Paraguai: Foi o único lugar mais perto que achamos, já que a pista tá quente e não podemos ir para um hospital. - falou.

Gabi: Como sabem onde é a minha casa? - os dois se olharam e não responderam.

Serena: Que barulheira é essa? - apareceu na sala coçando os olhos. Quando ela abriu os olhos e encarou os dois sem entender. - O que é isto? - olhou para o Marcola, fez uma cara de assustada e se sentou ao lado dele. - O que houve com você?

Marcola: Levei um tiro, né? Não tá vendo? - falou todo grosso e ela franziu o cenho.

Paraguai: Tá maluco, rapa? Responde a mina direito. - bateu na cabeça dele. - Gabriela, eu preciso falar com você.

Gabi: Claro, vem. - Caminhei até a cozinha e ele me seguiu. - O que foi?

Paraguai: Preciso que o Marco fique aqui só por essa noite. - neguei com a cabeça. - Não podemos ir no hospital e nem podemos voltar para o morro agora. Quebra essa, loira, não vai ser nada demais.

Gabi: Paraguai, vocês dois são procurados pela polícia! E se aparecerem aqui? E se alguém denunciar? É muito perigoso.

Paraguai: Isso não vai acontecer, fomos discretos, não tinha ninguém na rua, nem no prédio. - suspirou. - Só essa noite... livrei vocês naquela noite, me devem uma.

Passei a mão no rosto e olhei para o Marcola, que ainda estava no sofá. Serena não estava mais lá e respirei fundo.

Gabi: Tudo bem. - sorriu. - Mas só por essa noite. - ele assentiu.

Paraguai: Ele precisa de um banho, a bala passou de raspão, então não foi nada sério. - disse.

Gabi: Tem um quarto de hóspedes com um banheiro. - ele assentiu. - Só não vamos ter roupa.

Paraguai: Amanhã de manhã eu trago uma para ele. - assenti.

Gabi: E para onde você vai?

Paraguai: Eu tenho meus contatos. - franzi o cenho. - Amanhã eu tô de volta.

Gabi: Se quiser ficar... - deixei no ar.

Paraguai: Adoraria.. mas não posso. Tenho que resolver uns bagulhos antes.

Gabi: Tudo bem.

Paraguai: Obrigado. - sorri pequeno.

Ele tocou no meu braço e alisou de leve, me olhando fixamente. Voltamos para a sala e o Marcola se levantou do sofá.

Marcola: O que ainda estamos fazendo aqui? - perguntou. - Vamos embora.

Paraguai: Você vai ficar e eu vou.

Marcola: Que? Fumou droga estragada, Rian? - ele negou com a cabeça. - Isso vai dar BO, tô te falando, irmão.

Paraguai: Não vai, confia. - olhou a hora no relógio. - Eu vou indo. Gabriela vai te ajudar se precisar. - levantei uma sobrancelha. - Não faça drama e obedeça ela.

Marcola: Ih, tá achando que sou pivete? Me respeita, porra. - ele fez bico e o Paraguai revirou os olhos.

Paraguai: Amanhã eu tô de volta, sossega. E trate elas bem. - virou de frente para mim. - Volto logo. - assenti. - Valeu, loira. - piscou o olho e sorri.

Ele se aproximou e beijou minha testa. Se afastou e vi ele abrir a porta e ir embora.

Eu não sabia o motivo de aceitar isso, mas algo me dizia que era o certo. Que, em um futuro próximo, eles na minha casa viraria algo bem comum.

Só queria que não desse problema. Era o que desejava todas as vezes.

____________

Sintonia Onde histórias criam vida. Descubra agora