Capítulo 26

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Gabriela 🌺

Olhei para a Serena mais uma vez dormindo na cama e suspirei saindo do quarto. Fechei a porta e desci as escadas lentamente. Mas parei e me escondi atrás da parede, ao ouvir os meninos falarem de algo.

Marcola: Eu não posso deixar ela ir, Paraguai. - falou baixo, mas em um tom furioso. - A Serena é o amor da minha vida, porra. Caralho, tu não percebe o quanto ela me faz bem?

Paraguai: Percebo. Só que o aconteceu não vai ser apagado. O irmão dela tá puto e o pai da Gabriela mais ainda. Não tenho medo desses homens, eles são fichinha para nós, mas porra, pensa, será que elas estão seguras aqui? E o BOPE? Ainda estão atrás de nós e com certeza elas irão virar alvo.

Marcola: E você quer que a gente faça o que? - perguntou. - Deixe elas na rua? O arrombado do irmão da Serena, vai levar ela para a Itália e a Gabriela? Se o BOPE quiser a nossa cabeça, vão querer a dela também por acharem que está com nós.

Paraguai: Não vão matar ela.

Marcola: Como tem tanta certeza?

Paraguai: Porque a richa deles é com nós dois, caralho. O máximo que podem fazer com ela é dar um susto, apenas. Eles querem a gente e não vão sossegar até apagar nós dois. - eles ficaram um tempo em silêncio. Quando achei que a conversa já tinha acabado, Rian voltou a falar. - Acho que... o melhor que podemos fazer é... nos afastamos delas, igual estávamos fazendo. - prendi a respiração.

Um tempo atrás nem passava pela minha cabeça de envolver tão sério com alguém. Já estava desiludida do amor, mas depois que o Rian apareceu algo mudou. Senti a esperança de algo novo e uma necessidade maior de ter ele comigo.

Eu queria ele ao meu lado e ponto. Não importava para mim o que estava acontecendo ou ia acontecer, o hoje, o agora, eu queria viver ao lado dele e compartilhar isso estava se tornando difícil. Esse tempo longe me fez acreditar que ele não queria mais nada comigo, ou talvez estivesse se sentindo culpado por ter me envolvido nessa briga.

Rian nunca me falou nada se sentia ou não alguma coisa. E não ter a certeza disso, me deixava bastante aflita.

Marcola: Eu não vou ficar longe da Serena. - falou. - Quase morri essa semana sem ver ela, porra, tu viu isso. Essa não é a melhor solução, Paraguai.

Paraguai: E você acha que temos outra escolha? Elas vão morrer se continuar com nós e eu não quero isso. Não quero perder a Gabriela pra esses filhos da puta e também não quero que sofra com a perda da Serena. - soltei o ar que estava prendendo.

Talvez isso respondesse algo.

Marcola: Isso não vai acontecer.

Paraguai: E quem garante? Tu sabe que mesmo se a gente colocar seguranças colados nelas, tudo é um risco. Os caras não estão para brincadeira.

Marcola: E nem a gente. - falou em um tom frio. - Se é guerra que eles querem, é guerra que vão ter. Somos maiores, Paraguai, e ninguém mexe com o que é nosso.

Me inclinei um pouco para ver a expressão deles. Marcola estava de costas para mim e o Rian de frente e pude ver perfeitamente um sorriso diabólico se formando no rosto dele.

Paraguai: Sinceramente, eu achei que nunca ia escutar você falando assim e ainda mais se referindo as meninas.

Marcola: Qual é, Rian? - ele deu um tapa na cabeça do Rian. - Elas já são parte do que somos, essas minas são nossas, ninguém vai encostar um dedo nelas. - ele assentiu.

Sintonia Where stories live. Discover now