Capítulo 10

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Paraguai 🍁

Bati apressado na porta uma, duas, três vezes, até que na quarta ele abriu.

Júlio: Que porra é? - me encarou. - Rian? Tá fazendo o que aqui, maluco? E ainda mais assim com essa roupa? Sem juízo. - me puxou para dentro da casa dele e olhou para a rua, depois fechou a porta. - O que você tá fazendo aqui?

Paraguai: Vim te visitar. - revirou os olhos. - Vai me dizer que não está com saudades?

Júlio: Conta outra, menor. E essa roupa assim toda suja? - cruzou os braços.

Paraguai: Ketchup.

Júlio: Rian, tu para. - eu ri. - Fala logo, mano.

Larissa: Amor, quem está aí? - ouvi a sua voz e ela apareceu no meu campo de visão. - Rian? Aí, meu Deus! Que saudades. - correu na minha direção e me abraçou forte.

Paraguai: Também estava, Lari. - beijei sua bochecha e nos separamos.

Júlio e Larissa são meus amigos de infância. Eu, o Marco e eles crescemos juntos e passamos por muitos perrengues juntos. Eu e Marco decidimos entrar para o crime, mas eles nunca concordaram. Quando a Larissa engravidou, o Júlio ficou maluco, na época eles não tinham terminado os estudos e nem tinham emprego. Eram dois menores de idade.

Júlio então, que não concordava com a minha decisão e a do Marcola, se juntou a nós. Tudo corria bem, até que ele levou um tiro no peito. Passou meses internado e todo mundo já dava ele como morto, mas a Larissa acreditava que ele iria sobreviver.

Algum tempo depois, ele acordou sem sequela nenhuma. Um verdadeiro milagre. Foi aí que os dois decidiram meter o pé e eu apoiei, limpei a ficha do Júlio e hoje ele trabalha como segurança em uma empresa e a Larissa também trabalha em uma loja eletrônicos. Sempre que posso, venho ver eles.

Larissa: Senta. - me empurrou e me sentei no sofá. - Deveria ter aviso que vinha. - se sentou ao meu lado.

Júlio: Ou pelo menos, ter vindo mais cedo. - disse e se sentou na poltrona. - O que aconteceu?

Paraguai: Perseguição. - bufou. - Estávamos em uma missão e acabou que dando errado, o BOPE apareceu bem na hora. Cada um seguiu para um lado e.. o Marco levou um tiro.

Larissa: Como assim? Como ele está? - perguntou preocupada.

Paraguai: Está bem, foi só de raspão. - assentiu. - Não posso voltar agora para o morro e vocês foram a única opção.

Júlio: Cadê o Marcola? - perguntou.

Paraguai: Na casa de uma amiga de confiança. Não poderia ficar porque seria mais arriscado. - balançou a cabeça de leve. - Posso ficar, né?

Larissa: Claro! - falou animada e o Júlio só me encarava. - Não é, Júlio?

Júlio: Sim. - respondeu.

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Depois de tomar um banho e descansar alguns minutos. O dia já havia amanhecido, me levantei do sofá e organizei a bagunça. Andei até o banheiro e lavei meu rosto, escovei os dentes com a escova que eles haviam me dado. Sai já escutando umas vozes de criança e sorri.

Eduarda: Ai, pai, me deixa faltar pelo menos hoje?

Júlio: Claro que não. Pago caro naquela escola e não é pra faltar um dia se quer. - escutei uma risadinha do menor.

Enrico: Ainda bem que não sou você e posso faltar.

Larissa: Quem disse isso? Seu pai? Pois ele está errado, se ela não pode faltar, você muito menos, criança.

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