Capítulo 33

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Marcola 🌪️

Entrei na sala do Paraguai e ele me encarou sem entender. Levantei a sobrancelha ao ver o Júlio ali e arrumei minha postura.

Marcola: Decidiu voltar para o crime? - ele negou com a cabeça.

Júlio: Ainda não. - acenei de leve com a cabeça.

Paraguai: O que é isso na sua mão? - olhei para baixo e segurei com mais força a pasta.

Fechei a porta e me aproximei dele colocando tudo em cima da mesa.

Marcola: Aquele bagulho que tu me pediu pra investigar. Tá tudo aí, quando foi aberta, quem trabalha, quem é o dono, quem frequenta. - cocei a barba. - Sinceramente, eu não sabia que existia isso e nem em baixo do nosso nariz.

Rian pegou a pasta e abriu lentamente. Talvez ele estivesse com medo do que veria e sendo sincero, eu também estava com medo que poderia descobrir. O bagulho é pesado demais, quase ninguém sabia disso e tive que perguntar a todos que moram lá por perto.

Vi o Paraguai engolir o seco e o Júlio esticou o pescoço para tentar olhar.

Paraguai: O.. o que é isso, Marco? - me encarou.

Marcola: Eu sei... - engoli o seco. - Que é difícil acreditar, mas é isso que você está vendo. - limpei a garganta. - Aquela casinha suja é um prostíbulo.

Júlio: Mas isso já tava na cara. - assenti.

Marcola: O problema Júlio, é que a Larissa tá certa, as mulheres de lá não trabalham por prazer e sim porque são forçadas. - vi seus ombros ficaram tensos.

Júlio: Forçadas?

Marcola: É. O dono é um filho da puta sujo, o nome dele é Roberto, mais conhecido como Bebeto o chefe. Veio de SP, parece que fugia do PCC. - dei de ombros. - As mulheres que trabalham lá são as filhas dele.

Júlio: Puta que pariu.

Paraguai: Como é que a gente não sabia dessa porra? Isso deve tá a meses lá.

Marcola: Parece que ele subornou alguns vapores da área e também alguns vizinhos. O som não é alto, então não chama atenção de ninguém, fazem tudo as escondidas e também pelo barraco ser velho, ninguém ia desconfiar.

Paraguai: Que merda! - bateu na mesa.

Marcola: Tu sabe que o Tito tem que saber dessa porra, a gente querendo ou não. Tem um foragido do PCC aqui no morro, porra, isso vai dar merda se vierem atrás deles. E além disso, os caras que frequentam aquele lixão são tudo peixe grande.

Júlio: Como assim? - me encarou. - Por onde esses caras entram?

Paraguai: Tem uma mata lá perto, o cara deve ter aberto caminho. - assenti. - Filho da puta do caralho! Eu vou matar esse arrombado. - falou irritado.

Marcola: Pelo que soube, ele não tá por aqui. Parece que foi viajar e levou as garotas. - Rian suspirou fundo. - O melhor que podemos fazer é tocar fogo naquele barraco.

Júlio: Eu concordo. Colocar abaixo aquele poço de imundície. - Rian assentiu.

Paraguai: Tudo bem. - olhou a hora no relógio. - Amanhã, Marco, bem cedo eu quero uns 10 homens aqui e não quero nenhum que trabalhe naquela área. Junte alguns matérias pra gente destruir aquilo. Por hoje, não vamos fazer nada só aproveitar o dia.

Marcola: Deixa comigo!

Júlio: Posso ir com vocês? - Paraguai me olhou, depois olhou para o Júlio e assentiu. - Valeu.

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