Sintonia

Capítulo 15

Serena 🌹

Cheguei na praça e me sentei no banco. Respirei fundo e limpei minha testa. Amarrei meu cabelo em um coque alto e descansei no banco.

O calor que estava aqui não era normal. Amo verão, mas não esse calor todo.

Levantei meu olhar e vi ele parado perto de um bar. Acenei e todos os caras que estavam a sua volta, me olharam. Os caras começaram a rir e ele os olhou irritado para eles.

Me levantei no banco e abri um sorriso largo, ao ver ele vindo na minha direção. Mas quando se aproximou mais e vi uma expressão séria no seu rosto, fechei o sorriso.

Marcola: O que tá fazendo aqui? - perguntou e franzi o cenho.

Serena: Vim te devolver isso. - abri minha bolsa e tirei a carteira dele de dentro. - E te ver.

Marcola: Deveria ter avisado. - falou meio irritado.

Serena: Quis fazer una sorpresa. - levantou uma sobrancelha.

Marcola: Eu odeio surpresas. - o olhei sem entender.

O que eu tinha feito para este homem ter mudado tanto de humor? Ontem estávamos bem, ele estava todo cheio de amor e hoje está assim? Mio Dio! Desse jeito, não aguento.

Ele havia pedido desculpas pelo modo que havia me tratado antes e disse que não faria mais. Não deu dois dias e já estava me tratando da mesma forma. O que se passa na cabeça deste homem?

Suspirei fundo.

Serena: Então vou embora. - coloquei minha bolsa no ombro.

Sai pisando fundo, sem o olhar.

Marcola: Serena. - escutei ele me chamar, mas não o olhei. - Qual é, ruiva?!

Continuei descendo o morro, sem olhar para trás. Não sabia se ele estava atrás ou não de mim.

Como que perco meu horário de almoço para vir aqui fazer uma surpresa a este homem e ele me trata assim? Mereço mais.

Muito mais.

Abri a porta do meu carro e entrei. Fechei os olhos e suspirei fundo. Estava me sentindo esgotada, cansada. O trabalho tem sugado toda a minha energia.

Escutei alguém bater no vidro do carro e abri os olhos assustada. Por sorte, era o Paraguai. Abaixei o vidro e sorri pequeno.

Paraguai: Tá perdida, ruiva?

Serena: Non. - encostei minha cabeça no banco do carro. - Vim ver seu amigo, mas acho que ele não gostou.

Paraguai: Esse moleque tem merda na cabeça. - assenti e ele riu. - Desiste dele não, vocês começaram agora a se conhecer.

Serena: Não tive muitos namorados, mas tenho uma boa visão do que quero para mim. - o encarei. - E ser tratada como qualquer uma, não está em meus planos. - ele suspirou.

Paraguai: Sei que não é mulher de receber esse desprezo. Pô, tu saiu lá do teu país pra tentar uma vida aqui. Tu é mó corajosa, ruiva. - sorri pequeno.

Serena: Obrigada. - ele acenou com a cabeça. - Você é um ótimo.. cara. Super apoio você e a Gabi. - ele piscou o olho.

Paraguai: Marcola tá vindo ai. - olhei pelo retrovisor e vi ele descer o morro. - Se quiser, dou uma coça nele por você. - franzi o cenho. - Bater nele.

Serena: Non precisa. A vida irá fazer isso. - ele concordou. - Preciso ir. Até mais!

Marcola: Serena! - gritou de longe.