Capítulo 13

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Gabriela 🌺

Escutei a porta ser aberta e depois fechada. Encarei a Serena, que respirou fundo ao me olhar.

Gabriela: Deu pra sair e não dizer pra onde foi, dona Serena? - ela sorriu pequeno.

Serena: Desculpa, Gabi. - se sentou no sofá, ao meu lado. - Preciso te falar uma coisa. - a encarei. - Sabe o Marco? Marcola? - assenti. - Então.. nós ficamos. - arregalei o olho.

Gabriela: Serena! Você está maluca?

Serena: O que tem de mais? - deu de ombros.

Gabriela: Como assim 'o que tem de mais'? Ele é um traficante, Serena! - passei a mão no rosto. - Você parecia ter mais juízo.

Serena: Não resisti, Gabi. Ele.. foi bom comigo, não foi nada forçado, eu quis tanto quanto ele. - neguei com a cabeça.

Gabriela: Eu não quero nem ver no que isso vai dar. - ela franziu o cenho. - Esse cara nunca mais vai lagar do teu pé. E se ele te fizer algum mal?

Serena: O Marco não é desses.

Gabriela: Acredite, ele é ou pode se tornar. Todos esses caras são iguais. - negou com a cabeça e assenti. - Nem adianta, Serena.

Serena: Você pirou, ficou maluca.

Gabriela: Até parece que fui eu que transei com um traficante.

Serena: Você que me levou para essa perdição!

Gabriela: Eu te levei para o baile, é diferente, não te obriguei a ficar com ninguém.

Serena: Exatamente, eu fiquei porque quis. - suspirei. - E só conhecemos eles por conta desse maldito baile. - suspirou. - Eu sei onde estou me metendo, Gabriela. - neguei com a cabeça. - Se eu sumir, você já sabe o motivo. - se levantou do sofá.

Gabriela: Sê. - a chamei, mas ela nem me olhou.

Suspirei fundo e passei a mão no rosto.

Onde que a Serena estava com a cabeça quando foi cair no papo do Marcola? Não conheço muito bem esses homens, mas eu conheço homens. Podem até negar, mas todos são iguais, ou tem atitudes parecidas.

Se ele tratou ela bem, que bom, pelo menos fez o mínimo. Mas apenas espero que isso não dê problema para ela.

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Terminei de embalar o presente de um cliente e o entreguei.

- Obrigado. - falou gentil e sorriu.

Gabriela: Eu que agradeço. - sorri fraco.

O cliente pegou a sacola e saiu da loja. O último do dia. Respirei fundo e olhei a hora. Sete horas, exatamente a hora de fechar a loja.

Deixei tudo em ordem e tranquei o caixa, apaguei todas as luzes e peguei minha bolsa saindo. Tranquei a porta da loja e resolvi dar um passeio pela praça de alimentação, estava com muita fome e com preguiça de cozinhar.

Fui caminhando em passos lentos e curtos, não estava com tanta pressa por conta do cansaço. Essa semana estava sendo uma das mais longas do ano.

Passei em frente ao restaurante e algo me disse para olhar para o lado. Era o restaurante preferido da minha mãe. Olhei e reconheci uma pessoa. Engoli o seco.

Já fazia algum tempo que não via ele, mas estava exatamente do mesmo jeito. Seus cabelos pretos com fios brancos, seus olhos escuros e seu velho e favorito terno preto.

Sintonia Where stories live. Discover now